Há poucos meses, ainda no fim de 2024, a pressão nos bastidores sobre o futuro de James Bond cresceu tanto que vazaram vários pontos da tensão das brigas da produtora, Barbara Broccoli e a Amazon Prime Video, que depois de ter comprado a MGM e mudado o nome da plataforma para MGM-Amazon Prime, era efetivamente a “dona” da franquia do 007.
Como mencionei em dezembro, por 60 anos James Bond era distribuído mundialmente pela MGM e foi de olho na marca, não no acervo de clássicos, que a Amazon Prime Video desembolsou mais de 6,5 bilhões de dólares, mas esbarraram com o controle criativo da zelosa Barbara Broccoli, que tinha até hoje, a palavra inicial e final de tudo.

Esse zelo é insinuado como a razão da longa demora para anunciar o substituto de Daniel Craig e particularmente agora vejo com outros olhos a decisão aprovada de “matar” o espião tão espetacularmente em seu último filme. Barbara já sofria com todas as mudanças culturais para manter Bond relevante e não cancelável, mas era contra a onda de spin offs e adaptações que a Amazon queria para o personagem.
A alternativa? Fazer o que a Disney fez com George Lucas para poder “monetizar” Star Wars: pagar para tirar o controle criativo da marca. Deu certo. A partir de 2025, a plataforma tem a licença para matar, digo, fazer o que quiser com 007. Uma perspectiva que dá mais medo do que esperança.
Os produtores Michael G. Wilson e Barbara Broccoli anunciaram uma nova joint venture com a Amazon MGM Studios, e, embora permaneçam coproprietários, deram à Amazon controle criativo e os direitos de propriedade intelectual da franquia James Bond.
Foram 25 filmes e grandes sucessos, alguns fracassos, mas uma jornada ímpar com um personagem que saiu das páginas dos romances de Ian Fleming e virou um ícone pop. O último filme, que ficou pronto antes de 2020, só chegou aos cinemas em 2022. Desde então, o jogo clássico de “quem será o novo James Bond” só ganhou fôlego. Da lista de possíveis candidatos o franco favorito do momento é Harry Dickinson, em cartaz ao lado de Nicole Kidman em Babygirl. Com menos de 30 anos, ele traria a juventude que há tanto tempo anunciam para o papel, uma das mudanças que devem ser implementadas na volta de Bond aos cinemas.

Wilson e Barbara disseram que vão se dedicar “a outros projetos” e Daniel Craig os elogiou, falando em aposentadoria bem vinda para os dois. Na Amazon a frustração da estratégia de menos é mais, que fez com que entre um filme e outro passem muitos anos, além de nada spin offs sejam realizados. Isso vai mudar num piscar de olhos.
Bond então está agora ao lado das marcas famosas que a Amazon garantiu, incluindo Reacher, O Senhor dos Anéis, e Jack Ryan, entre eles.
Por isso o anúncio simboliza o fim de uma era, literalmente. Resta saber se o novo ciclo conseguirá manter a essência do icônico espião britânico ou se a pressão por inovações irá diluir o legado que, por mais de 60 anos, fez de Bond um dos personagens mais amados do cinema. Com a chegada de um novo 007, a resposta para essa pergunta está mais perto do que nunca – e promete mudar para sempre a trajetória do agente secreto mais famoso do mundo.
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