Há dois meses, quando as indicações para o Oscar ainda não tinha saído, o The Hollywood Reporter manteve sua tradição de reunir as possíveis indicadas ao Oscar em uma mesa redonda para um papo descontraído. Erraram nas apostas porque esse Oscar de 2025 não é nada óbvio. Estavam na mesa: Zoe Saldaña, Angelina Jolie, Demi Moore, Zendaya, Tilda Swinton e… Mikey Madison. Todas (em especial Zoe) falando muito, enquanto Angelina e Mikey só observavam. Esse perfil de discrição extrema não é necessariamente bom em Hollywood, mas está fazendo a diferença para o Oscar.
Mikey, por exemplo, não está nas redes sociais. No confronto Karla Sofía Gascón e Fernanda Torres (mais Karla Sofía contra todas), ela foi a maior vencedora. Demi Moore, lenda na campanha de que “é a hora dela” está em um filme de menor apelo, mesmo que indicado. Já Mikey, que é Anora, vem com a força vital na melhor hora de supresa e azarão, ganhando todos os prêmios que poderia garantir que o Oscar já seria dela. Sem dúvida, é a grande adversária de Fernanda domingo que vem. E agora?


Eu amei Anora e amei Mikey, mas não acho seu trabalho superior ao de Fernanda. Mas como ela é um certo mistério, vale ver sua curta ascensão ao seleto grupo de Melhores Atrizes do ano.
Mikey Madison tem se destacado nos últimos anos por suas performances marcantes no cinema e na televisão, marcando presença em produções de grande impacto tem chamado a atenção tanto do público quanto da crítica.
Filha de psicólogos, que segundo ela a ajudaram a ter uma visão mais profunda do comportamento humano e apoiaram em tudo, Mikey decidiu que queria ser atriz quando assistia filmes antigos de John Hughes, especialmente influenciada pelos filmes de Molly Ringwald, Gatinhas e Gatões (16 Candles) e A Garota de Rosa (Pretty In Pink) assim como tudo que River Phoenix fez, claro, incluindo o clássico Conta Comigo (Stand By Me).
Estreou na série da FX, Better Things, mas foi em 2019 que chamou a atenção, quando interpretou a assustadora Susan Atkins em Era Uma Vez em… Hollywood, de Quentin Tarantino. Susan, ou Sadie, foi uma das seguidoras mais fieis da Família Manson e quem matou a atriz Sharon Tate, mas, na visão de Tarantino teve outro destino, um que faz parte de uma das sequências mais intensas e memoráveis do filme. Seu desempenho chamou a atenção pela intensidade e entrega à personagem.

Em seguida, fez uma ponta em Hereditário, em um papel menor, mas que confirma sua capacidade de integrar-se a narrativas psicológicas densas e atmosferas perturbadoras, contribuindo para o impacto emocional do longa-metragem. Também foi elogiada em Pânico, de 2022, onde fez mais uma a vilã inesquecível, Amber Freeman. Foi aqui que Sean Baker a viu e já a idealizou para o papel principal de Anora.
Foi uma certo escrito nas estrelas. Com a vantagem de ainda não ser tão conhecida pelo grande público, Mikey simplesmente é Anora, falando russo e dançando como a personagem. Seu estilo de atuação é marcado por uma presença enigmática e um olhar expressivo, que transmitem emoções complexas sem a necessidade de grandes exageros. Daí vem ganhando os prêmios mais importantes, e aposto que o SAG será um deles (hoje mais tarde).

Apesar de ainda estar construindo sua filmografia, Mikey Madison tem se consolidado como um nome a se observar em Hollywood. Sua escolha por projetos instigantes e sua dedicação à arte interpretativa indicam que seu futuro na indústria promete grandes performances e personagens memoráveis. Ela tem uma visão clara dos diretores com quem quer trabalhar em seguida, incluindo Alice Rohrwacher, Coralie Fargeat e Luca Guadagnino. Com apenas 26 anos, ela pensa em uma carreira longeva, eventualmente dirigindo, mas com o plano de “fazer filmes até os 100 anos”, mas apenas em obras que façam a diferença.
Se o Oscar não for para Fernanda, mas for para Mikey, estará em boas mãos. Mas ainda torço por Fernanda!
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