Não há outra ou melhor “máquina do tempo” do que música. A conexão com os bons momentos, a trilha sonora de cada um, tudo isso contribui para que shows sejam sempre ocasiões de conexão mágica. E em 2025, a banda Garbage me garantiu essa viagem revigorante em um show, praticamente exclusivo para die hard fans, no Rio de Janeiro, antes de embarcarem para o Lollapalooza, em São Paulo.
Claro que a noite foi perfeita. Shirley Manson é uma das mais icônicas front women do rock, algo raro e que me faz apreciá-la ainda mais. Não é raro porque tem opções, é justamente o oposto: em um nicho machista e misógino, ela se impôs e deixou sua marca. Aprecio sempre todas mulheres do rock e ela está ao lado de Pat Benatar, Ann Wilson, Patti Smith, e Siouxsie Sioux, para citar algumas que amo.

Garbage foi formado em 1993, pela vocalista Shirley Manson e pelos multi-instrumentistas e produtores Butch Vig, Duke Erikson e Steve Marker. A banda surgiu em uma época em que o rock alternativo estava em ascensão, misturando vários gêneros, incluindo rock, eletrônico e pop, para criar um som distinto caracterizado por instrumentação atmosférica e letras afiadas.
O trio Vig, Erikson e Marker já fazia música juntos em diferentes projetos, sendo que notoriamente Butch Vig era reconhecido como produtor do lendário álbum Nevermind do Nirvana. Os três queriam criar um som que fosse polido e corajoso, mesclando produção exuberante com conteúdo lírico bruto e na busca por um vocalista principal chegaram à escocesa Shirley Manson, que estava na banda Angelfish. A voz e o carisma de Manson eram perfeitos para o estilo ambicioso da banda, e ela rapidamente se tornou o ponto focal do grupo.
O lançamento do álbum de estreia autointitulado, Garbage, em 1995 foi recebido com sucesso comercial e de crítica, com os singles Only Happy When It Rains, Stupid Girl e Vow ajudando a estabelecer o grupo como um pilar na cena musical dos anos 1990. O som inovador do álbum, combinando rock com batidas eletrônicas e samples, ressoou com o público e gerou uma base de fãs leais. A estética da banda, caracterizada por uma mistura de glamour e angústia, foi ainda mais solidificada por seus videoclipes marcantes e pela presença marcante de Manson.
O álbum seguinte do Garbage, Version 2.0, lançado em 1998, solidificou o lugar da banda na história da música com sucessos como Push It, I Think I’m Paranoid e Special e notável por sua qualidade de produção, sendo aclamado como um dos melhores álbuns da década, ajudando a definir ainda mais o gênero de rock alternativo.
Na virada do milênio o Garbage se manteve ativo, mas com menor impacto, e suas canções passarama a incluir temas de amor, identidade e angústia existencial, refletindo o momento pessoal da vocalista. Foram desafios significativos durante este período porque Shirley teve problemas para lidar com a fama e a persona pública, levando a um breve hiato de 2005 a 2011.

Quando se reuniram novamente, em 2011, retornaram às suas raízes, com sucesso de crítica (mas não mais o mesmo destaque dos primeiros anos). Continuaram a fazer turnês e apresentações, trazendo seus shows energéticos ao vivo para públicos ao redor do mundo e gravando álbuns com canções que exploram temas contemporâneos, abordando questões como desigualdade de gênero, saúde mental e lutas sociais.
Shirley Manson, como vocalista, desempenhou um papel crucial na identidade da banda. Sua voz única, presença de palco marcante e personalidade ousada definiram a imagem pública do Garbage. Além de suas contribuições musicais, Manson é uma defensora declarada de várias questões sociais, incluindo feminismo e conscientização sobre saúde mental. Ela usa sua plataforma para incentivar discussões sobre esses tópicos, tornando-se uma figura influente dentro e fora da indústria musical. A autenticidade e a franqueza de Manson sobre suas experiências ressoam com os fãs, solidificando ainda mais sua conexão com o público.
Por isso, com 32 anos de carreira, Garbage continua sendo uma parte vital da cena musical e com uma base de fãs apaixonados. Em suas apresentações desfilam sucessos que marcaram gerações. Já os vi ao vivo mais de uma vez: não posso recomendar mais!!
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