Nos anos 1970, quando Ridley Scott ainda tentava fazer a transição do mercado publicitário para o cinema, o empresário dos Bee Gees, Robert Stigwood, o procurou. Ridley era um dos talentos em ascensão no Reino Unido, e Stigwood gostava do trabalho comercial do diretor. Para surpresa de Scott, a proposta que lhe foi feita foi nada menos do que ousada: como os irmãos estavam brigados e se recusavam a trabalhar juntos, a alternativa seria forçá-los a se unir colocando-os em um filme. Uma aposta arriscada, especialmente ao considerar que um diretor estreante conseguiria realizar um projeto tão desafiador.
A ideia de ambientar o filme em um cenário medieval agradou a Stigwood, que então convocou os Bee Gees para a reunião. Eles chegaram em carros separados e, conforme Ridley recordou em uma entrevista à GQ, “foram incrivelmente agradáveis — não falavam uns com os outros, mas foram charmosos comigo”. Durante a conversa, o diretor sugeriu que os irmãos assistissem aos filmes de Ingmar Bergman enquanto ele trabalhava no roteiro. O nome da aventura? Castle X. Contudo, o projeto nunca saiu do papel devido à perda de financiamento. Desde então, Ridley Scott não teve mais contato com a banda ou com o empresário deles.

O Retorno de Ridley Scott e a Biografia dos Bee Gees
Cinco décadas depois, não é exatamente surpreendente que Ridley Scott esteja agora à frente da biografia cinematográfica dos Bee Gees, intitulada You Should Be Dancing, que começará a ser filmada no segundo semestre de 2025. Em tese, o projeto já estaria avançado, mas Scott teve um desentendimento com a Paramount sobre questões salariais, o que atrasou o andamento. Para aqueles da geração millennial, vale recordar que os Bee Gees foram um dos grupos musicais mais icônicos da história, formados pelos irmãos Barry, Robin e Maurice Gibb. Nascidos na Inglaterra, mas criados na Austrália, eles começaram sua carreira na década de 1960 e conquistaram grande sucesso nas décadas seguintes, especialmente com sua contribuição ao gênero disco nos anos 1970.
A História dos Bee Gees: Trágica, Mas Icônica
Com hits como Islands on a Stream, Stayin’ Alive, How Deep Is Your Love, entre muitos outros, os Bee Gees marcaram uma era, sendo conhecidos por suas harmonias vocais únicas e estilo inconfundível. Além de sua carreira solo, os irmãos também escreveram e produziram músicas para outros artistas, consolidando sua influência na música pop e disco. Após a morte de Maurice em 2003 e Robin em 2012, Barry seguiu em sua carreira solo, mas a memória do trio permanece viva até hoje.
A ideia de filmar a vida dos Gibb, repleta de tragédias e sucessos, não foi originalmente de Ridley Scott. Na verdade, ele aceitou um projeto que já estava em andamento há muito tempo. Para Ridley, que perdeu seus próprios irmãos — um deles para o câncer e seu caçula, o diretor Tony Scott, que tirou a própria vida — a história dos Bee Gees, que também perderam o caçula para uma overdose aos 30 anos, é “uma história fantástica” de superação e dor.

O Encontro Emocionante com Barry Gibb
Reencontrar o único Bee Gee vivo, Barry, depois de tanto tempo, foi um momento emocionante para Ridley Scott. Como ele brincou durante a entrevista à GQ, o encontro foi diferente do passado, já que não era mais um desconhecido, mas sim um dos diretores mais celebrados e conhecidos do cinema mundial.
Expectativas para o Filme
Ninguém duvida de que a trilha sonora do filme será espetacular, mas uma das maiores curiosidades ainda é o elenco. Embora rumores apontem para Bradley Cooper como um possível candidato para interpretar Barry Gibb, o elenco ainda não foi anunciado oficialmente. A produção promete ser um marco na cinematografia musical e uma maneira de reviver a história de um dos grupos mais influentes de todos os tempos.
Descubra mais sobre
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
