Desafios de Bella Ramsey e seu Futuro em ‘The Last of Us’

É estranho pensar que Bella Ramsey já tenha 21 anos. Quando surpreendeu o mudo como Lyanna Mormont em Game of Thrones ela fez sua estreia pessoal com menos de 15 anos. Hoje é uma estrela mundial e graças à Ellie, da série da HBO MAX, The Last of Us. Soa perfeito, né? Só que não. The Last of Us marca um salto considerável em sua carreira, mas veio com muita dor e crítica também.

A adaptação do jogo para a TV foi acompanhado com muita atenção pelos fãs, com uma série de atrizes conhecidas e menos famosas testando para interpretar Ellie, embora os criadores Craig Mazin e Neil Druckmann tenham mantido a maior parte desses nomes em sigilo. As que sabemos que foram consideradas foram Maisie Williams, de Game of Thrones, Dafne Keen, que brilhou em Logan e curiosamente tanto Isabela Merced (hoje Dina) e Kaitlyn Dever (hoje Abby). Kaitlyn chegou a ser considerada quando o projeto era apenas um filme, mas por causa de conflitos de agenda e idade (já se aproximava dos 25 anos, enquanto Ellie tem 14 na primeira parte da história), acabou sendo descartada. E resgatada justamente para a antagonista que no final das contas inverte a narrativa.

Quando Bella foi anunciada imediatamente os puristas reagiram pois ela não se parece em nada com a Ellie do jogo, mas todos ainda estavam encantados com sua Lyanna Stark. Que dor de cabeça, poxa. Desde o anúncio de seu nome para o papel até a recepção da segunda temporada, Bella enfrentou um misto de entusiasmo, controvérsia e ataques pessoais — reveladores não apenas de tensões entre fãs e produtores, mas de questões mais profundas sobre representação, misoginia e expectativa cultural sobre figuras públicas que desafiam normas estéticas e de gênero.

Ellie, sua personagem em The Last of Us, é uma adolescente marcada pela perda, pelo trauma e pela luta constante pela sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico. Ao longo do primeiro jogo da franquia, e da primeira temporada da série, ela se revela uma figura carismática, inteligente e feroz, ao mesmo tempo em que mantém traços de fragilidade emocional e vínculos afetivos intensos, especialmente com Joel, o homem que se torna uma espécie de pai substituto. A atuação de Ramsey foi considerada por muitos uma escolha ousada e sensível, mas também despertou rejeição imediata em parte da base de fãs. A Internet — especialmente seus cantos mais tóxicos — reagiu com ataques cruéis à aparência da atriz, questionando sua adequação ao papel com base em padrões estreitos de beleza e feminilidade.

Ainda que muitos críticos tenham destacado a entrega emocional de Bella como um dos pontos altos da série, o ruído gerado nas redes foi constante. É importante pontuar que a recepção negativa não foi majoritária, mas sim barulhenta — e frequentemente motivada por preconceito. Ramsey, que se identifica como não binária e usa pronomes she/they, passou a ser alvo de discursos de ódio transfóbicos e misóginos, especialmente após declarar que não se sentia limitada pelas categorias tradicionais de gênero. Para completar, a atriz revelou recentemente que recebeu o diagnóstico de autismo durante as filmagens da primeira temporada e que também enfrentou anorexia nervosa, condição que superou com o apoio de sua fé cristã. Em suas palavras, entender-se como autista foi um momento libertador, que a ajudou a compreender aspectos de sua personalidade que antes pareciam desconexos.

Com o anúncio da terceira temporada da série, novas controvérsias surgiram. A trama será centrada em Abby — interpretada por Kaitlyn Dever —, uma personagem que divide com Ellie o protagonismo do segundo jogo. Essa estrutura narrativa, que já estava prevista desde o início da adaptação, tende a reduzir naturalmente a presença de Ellie, o que para alguns espectadores está sendo erroneamente interpretado como uma tentativa da HBO de “esconder” Ramsey após as polêmicas. A verdade é que a divisão de foco entre Ellie e Abby faz parte da proposta original dos criadores do jogo, e a série apenas segue esse caminho — ainda que a recepção dividida de Ramsey tenha, inevitavelmente, influenciado a percepção pública da decisão.

No intervalo entre temporadas, Bella Ramsey tem diante de si uma oportunidade de redefinir sua trajetória profissional. Ela tem manifestado interesse em papéis ousados e desafiadores, como o de antagonistas psicológicos. Há ainda rumores de que ela esteja sendo considerada para protagonizar uma nova adaptação sobre Joana d’Arc, dirigida por Baz Luhrmann, o que a colocaria novamente em posição de destaque, agora como símbolo de resistência histórica e ambiguidade espiritual.

Bella Ramsey, portanto, caminha para se consolidar como uma das vozes mais singulares de sua geração. Não apenas por sua capacidade de atuação, mas por sua coragem em enfrentar os julgamentos da indústria e do público enquanto reivindica espaço para uma nova ideia de protagonismo — mais autêntico, menos plástico e radicalmente humano.

ua atuação ter sido amplamente elogiada pela crítica especializada, ela enfrentou uma onda significativa de críticas e ataques online, muitos dos quais motivados por preconceitos relacionados à sua aparência e identidade de gênero. (@EconomicTimes, El País)

Carreira e Desafios com “The Last of Us”

A escolha de Ramsey para viver Ellie dividiu opiniões entre os fãs. Enquanto parte do público valorizou sua performance emocional e autenticidade, outros criticaram sua aparência por não corresponder à imagem da personagem nos jogos, especialmente após o salto temporal da história. O cocriador da série, Craig Mazin, defendeu a atriz, enfatizando que o foco estava na maturidade emocional da personagem, não em sua aparência física. (Terra)

Apesar das críticas, Ramsey recebeu indicações a prêmios importantes, como o Emmy e o Globo de Ouro, demonstrando o reconhecimento de seu talento pela indústria. (El País)

Problemas Pessoais e Saúde Mental

Durante as filmagens da primeira temporada de “The Last of Us”, Ramsey foi diagnosticada com autismo, condição que ela descreveu como libertadora e que a ajudou a entender melhor a si mesma. Ela também enfrentou desafios relacionados à anorexia nervosa, superando a condição com o apoio de sua fé cristã. Além disso, a atriz se identifica como não binária e já compartilhou publicamente suas experiências relacionadas à identidade de gênero e sexualidade. (El País, Wikipédia, People.com)

Futuro de Ellie na Série

A terceira temporada de “The Last of Us” está prevista para focar na personagem Abby, interpretada por Kaitlyn Dever, com Ellie tendo um papel reduzido. Essa mudança já estava nos planos dos criadores da série, visando adaptar fielmente a narrativa do segundo jogo da franquia, que alterna entre os pontos de vista de Ellie e Abby. (Eurogamer.pt)

Caminhos Profissionais para Bella Ramsey

Com a redução de sua participação em “The Last of Us”, Ramsey tem a oportunidade de explorar novos projetos. Ela já expressou interesse em interpretar antagonistas complexos, como o Coringa, demonstrando seu desejo de diversificar seus papéis e desafios artísticos. (Legião dos Heróis)

Além disso, há rumores de que a atriz foi considerada para o papel de Joana d’Arc em uma superprodução dirigida por Baz Luhrmann, o que representaria um novo marco em sua carreira. (Reddit)

Em resumo, apesar dos desafios enfrentados, Bella Ramsey continua a se destacar como uma atriz talentosa e resiliente, pronta para abraçar novas oportunidades e expandir seu repertório artístico.


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