Jayne Mansfield: A História da Estrela Trágica de Hollywood

Em algumas semanas chegará à plataforma da MAX o elogiado documentário, “Minha Mãe, Jayne” escrito e dirigido pela atriz Mariska Hargitay, estrela da maravilhosa série Lei e Ordem – SVU. A data da estreia coincide com o aniversário de morte de Jayne Mansfield que começou a carreira como “a nova Marilyn Monroe” e é mais lembrada por sua trágica e violenta morte em um acidente de carro, aos 34 anos. Antes de entrar na crítica do documentário, em duas semanas, vale resgatar: quem foi Jayne Mansfield?

Jayne Mansfield: uma estrela trágica da Era de Ouro de Hollywood

Como já mencionei, Jayne Mansfield, atriz, cantora e símbolo sexual da década de 1950, faleceu tragicamente em 29 de junho de 1967, aos 34 anos, em um violento acidente de carro em Louisiana, EUA. Sua morte prematura encerrou uma carreira marcada por ousadia, carisma e um magnetismo que transcendeu as telas, mas também reforçou a fragilidade das figuras públicas em meio à cultura do espetáculo. Até hoje, Mansfield é lembrada tanto por seu talento quanto pelo mito que construiu — e que, em última instância, a consumiu.

Nascida Vera Jayne Palmer em 19 de abril de 1933, em Bryn Mawr, Pensilvânia, Jayne perdeu o pai ainda criança e se mudou com a mãe para Dallas, Texas. Desde cedo demonstrou interesse pelas artes e uma impressionante inteligência: falava cinco idiomas, tocava violino e piano, e era membro da Mensa, a associação de pessoas com alto QI. Estudou teatro na Universidade do Texas e mais tarde na UCLA, em Los Angeles.

Inspirada por Marilyn Monroe e pela cultura do “loira bombshell”, Jayne Mansfield rapidamente atraiu atenção por sua figura escultural e sua habilidade de autopromoção. Ela assinou contrato com a 20th Century Fox e estrelou sucessos como The Girl Can’t Help It (1956), Will Success Spoil Rock Hunter? (1957) e Kiss Them for Me (1957), com Cary Grant.

Diferente de outras atrizes do seu tempo, Mansfield se posicionava ativamente como símbolo sexual e entendia o valor de sua imagem pública. Foi uma das primeiras celebridades a aparecer nua em uma produção mainstream — posando para a Playboy em 1955 — e usava escândalos e publicidade como ferramentas deliberadas de marketing pessoal.

Jayne foi casada três vezes e teve cinco filhos, entre eles Mariska Hargitay. Sua vida pessoal era tão noticiada quanto sua carreira: festas extravagantes, brigas judiciais, problemas financeiros e um gosto peculiar pelo ocultismo — incluindo sua controversa amizade com Anton LaVey, fundador da Igreja de Satã — reforçavam sua imagem como uma mulher fora dos padrões.

Apesar da persona pública hipersexualizada, Mansfield era uma mulher culta, leitora ávida de Shakespeare e filósofos, o que contrastava com os papéis cômicos e superficiais que lhe eram oferecidos.

Com o declínio da Era de Ouro de Hollywood e a ascensão de novos ídolos culturais nos anos 1960, Mansfield viu sua carreira declinar. Foi substituída por outras musas do momento, como Brigitte Bardot e Sophia Loren (com quem teve um famoso “embate de decotes” em um jantar em Beverly Hills).

Sem mais papéis principais, Jayne passou a atuar em produções de baixo orçamento na Europa e a se apresentar em clubes noturnos e cassinos, tentando manter a fama enquanto enfrentava dificuldades financeiras e emocionais.

Na madrugada de 29 de junho de 1967, Jayne viajava com três de seus filhos, seu motorista e seu namorado, Sam Brody, rumo a Nova Orleans, quando o carro em que estavam colidiu com um caminhão que pulverizava inseticida na estrada. Jayne, Brody e o motorista morreram na hora; os três filhos sobreviveram com ferimentos leves. O acidente, brutal, deu origem ao padrão de segurança rodoviária conhecido como “barra de Mansfield” — uma proteção obrigatória em caminhões para evitar que carros se deslizem por baixo do reboque em colisões traseiras.

Boatos e lendas urbanas se multiplicaram a partir de sua morte, incluindo a falsa ideia de que ela foi decapitada — alimentada por relatos sensacionalistas da época e pelo impacto da colisão.

Jayne Mansfield deixou um legado complexo. Em vida, foi muitas vezes subestimada como atriz — presa a papéis de “loira burra” —, mas hoje é reavaliada como uma figura essencial para entender a construção da imagem feminina em Hollywood, a mercantilização do corpo feminino e o uso do escândalo como ferramenta de poder.

Seu carisma, inteligência e senso de espetáculo abriram caminho para gerações futuras de mulheres que usaram a cultura pop como plataforma de agência. Mansfield foi, talvez, uma das primeiras celebridades pós-modernas — consciente da imagem que projetava, e determinada a controlar sua própria narrativa.

Hoje, mais do que uma simples pin-up, ela é vista como um símbolo de transgressão, autoexpressão e da tênue fronteira entre fama e tragédia. E, no documentário de sua filha, novas revelações virão à tona.


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