Essa semana voltamos ao universo (histérico?) acelerado de The Buccaneers, na versão da Apple TV+. E como estamos há mais de um ano longe das bucaneiras, vale um recap da primeira temporada, incluindo os principais desenvolvimentos da trama, o destino de cada personagem e as questões que ficaram em aberto para a segunda temporada. Lembrando o principal: a história não é fiel ao livro!

Ambientada na década de 1870, The Buccaneers é inspirada na obra inacabada de Edith Wharton e acompanha um grupo de jovens americanas — Nan e Jinny St. George, Conchita Closson, Lizzy Elmsworth e Mabel Elmsworth — que cruzam o Atlântico em busca de maridos britânicos aristocratas. Ricas, cheias de vida e desacostumadas às rígidas convenções sociais da elite inglesa, as jovens causam furor ao chegar a Londres para a temporada de bailes e casamentos.
A série começa com o casamento impulsivo de Conchita com Lorde Richard Marable, herdeiro de uma família nobre inglesa. Apesar da cerimônia apressada e do evidente choque cultural, Conchita insiste no amor e no casamento. No entanto, a família dele reage com desdém, deixando claro que ela jamais será aceita. É nesse clima que as amigas a acompanham para Londres — com os bolsos cheios, mas as reputações por construir.
Nan St. George, a mais livre e idealista do grupo, logo se destaca. A série constrói um triângulo amoroso entre ela, Theo, o Duque de Tintagel, e Guy Thwarte, um aristocrata empobrecido e encantador. Nan e Guy compartilham uma conexão genuína, baseada em valores, desejo e visão de mundo. Já Theo, refinado e sensível, parece o par ideal aos olhos da sociedade. Mas um segredo muda tudo: Nan descobre ser filha ilegítima, fruto de um caso extraconjugal da mãe com um homem ainda desconhecido — o que pode destruir seu status social.

O drama de Jinny, irmã de Nan, é mais sombrio. Pressionada a se casar, ela aceita a corte do rígido e controlador Lorde Seadown, irmão de Richard. O relacionamento logo se mostra abusivo. Jinny é isolada, humilhada e agredida emocionalmente. Quando descobre que está grávida, teme pela própria segurança. Com a ajuda de Nan e Guy, ela foge da mansão onde vive aprisionada e embarca em uma fuga com implicações sociais e legais graves.
Enquanto isso, Conchita e Richard, enfrentando a rejeição da família dele e a iminente perda da herança, tentam se reinventar como casal. Apesar de todos os conflitos, ela permanece fiel ao marido e ao amor — e enfrenta de cabeça erguida os olhares tortos da aristocracia. Porém, ao fim da temporada, o pai de Richard adoece, o que pode forçá-los a assumir o título de nobreza e, talvez, retornar ao ciclo que tanto quiseram abandonar.
Um dos arcos mais comoventes da série é o de Mabel Elmsworth, que embarca numa jornada de autodescoberta. Inicialmente tímida e apagada, ela floresce ao se apaixonar por Honoria, uma jovem inglesa, igualmente à margem dos padrões da época. A relação entre as duas, embora tratada com leveza e delicadeza, representa uma ruptura importante com o que se espera das “boas moças” e simboliza a força do amor queer em um mundo opressor. O romance culmina em uma dança pública entre elas no baile final — um ato ousado de liberdade.


No último episódio da temporada, Nan decide se casar com Theo. Sua escolha é política e estratégica: como duquesa, poderá oferecer proteção à irmã Jinny e ajudar a reconstruir as pontes rompidas com a sociedade inglesa. É uma decisão de sacrifício, não de amor. Ela diz a Guy que o ama, mas não pode ficar com ele. Ao entrar na igreja para se casar, tudo parece resolvido — até que ela vê entre os convidados uma mulher que reconhece instintivamente como sua mãe biológica. O episódio termina nesse momento de revelação e dúvida.
Questões que ficaram em aberto para a 2ª temporada:
- Quem é, afinal, a mãe biológica de Nan?
A série ainda não revelou sua identidade, embora a aparição final sugira que ela entrará em cena. Essa figura misteriosa pode ser uma chave para o passado de Nan — e talvez para o futuro. - O triângulo amoroso entre Nan, Guy e Theo está mesmo encerrado?
Nan escolheu Theo por pragmatismo, mas a paixão por Guy segue viva. A dúvida é se ela conseguirá sustentar esse casamento de fachada sem sufocar sua própria essência — ou se haverá uma reviravolta que permita reconciliação com Guy. - Jinny conseguirá manter sua liberdade?
Fugir grávida, sem o marido e sem aliança oficial, coloca Jinny em uma posição extremamente vulnerável, legal e socialmente. O que acontecerá com ela e com o bebê? E Seadown aceitará essa fuga calado? - Conchita e Richard voltarão ao seio da nobreza?
Com a doença do pai de Richard, o casal pode ser forçado a retomar o título e seus deveres, o que traria Conchita de volta ao ambiente que a despreza. Como ela lidará com isso? E o casamento sobreviverá? - Mabel e Honoria conseguirão viver esse amor?
A série termina com um beijo e uma dança pública, mas a sociedade ainda é cruel. Será que o mundo terá lugar para um casal como elas? A aceitação familiar e social ainda é uma incógnita. - A influência das americanas sobre a aristocracia inglesa será permanente?
O frescor, irreverência e autenticidade que as protagonistas representam abalam os alicerces da elite britânica. Mas será que a influência das “buccaneers” se sustentará ou será apenas um sopro passageiro?

Com figurinos exuberantes, trilha sonora pop e uma abordagem moderna dos dramas de época, The Buccaneers conseguiu fazer barulho. E mesmo com críticas divididas, a série conquistou um público fiel que aguarda ansiosamente os próximos capítulos.
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