And Just Like That: finalmente, um drama que faz sentido

Que alívio: não vou reclamar do episódio desta semana de And Just Like That. Mesmo ainda longe da qualidade esperada, finalmente apresentaram algo mais próximo de um drama que faça algum sentido. Carrie nos deu voz e, agora, sua história ganhou uma curva inesperada.

Não é que a trama tenha avançado radicalmente: todas estão mais ou menos na mesma página, mas os problemas estão sendo reduzidos. Charlotte e Harry estão com o tema do envelhecimento e do conflito de gerações. Os dois se gostam, se entendem e formaram uma família “normal”. Rock é a caçula representante da Geração Z; Lilly é a Charlotte dos millennials (apaixonada pelo namorado “poliamor”, mas doce e carinhosa). No episódio de hoje, Charlotte está mais “conformada” com a passagem do tempo; é Harry quem ainda sente as mudanças e se assusta com elas.

Seema segue com sua mudança de carreira, e Lisa Todd continua estressada com o documentário inacabado, criando um leve problema em casa. A contratação do editor bonitão pode vir a ser outro conflito, mas não aprofundamos neles.

Miranda, a nômade há TRÊS TEMPORADAS, segue sendo a fonte de irritação. Nada faz sentido com essa “nova Miranda”. Como uma advogada renomada e excelente como ela — a primeira das quatro amigas originais a comprar o próprio imóvel com seu salário — está pulando de sofá em sofá há tanto tempo? Ela aproveita que a viagem de Carrie se estendeu por mais tempo e convida sua paquera para uma visita, algo que surpreendeu a dona da casa tanto quanto eu: é muita cara de pau e falta de educação da parte de Miranda. A sorte dela é que Carrie, milionária, é também generosa e deu a autorização após o ocorrido. E finalmente Joy e Miranda começaram algo, mesmo depois da ridícula história do meme que fez da personagem “alguém famoso”. Pelo visto, com a namorada, Miranda terá mais uma casa para explorar.

E assim vamos para a Virgínia, onde finalmente se dá razão a Aidan: não há como ter um relacionamento, uma vez que sua vida com os filhos — especialmente Wyatt — está longe do ideal. Vamos combinar: nem em 25 anos ele vai resolver esse drama; os 5 anos que pediu são irreais. Aqui, finalmente, há um drama plausível e potencialmente interessante para Carrie — um que muitas mulheres de 50+ podem se identificar.

Uma vez “convidada” para ficar, Carrie tenta se entrosar com os enteados, encontrando uma rejeição passivo-agressiva do filho mais velho e agressão direta de Wyatt, o caçula. Aidan tenta alternar os papéis de pai durão, pai legal e namorado atencioso, falhando com todos. Em satélite, sua ex, Kathy, coloca Carrie em maus lençóis, pois a medicação que teve a cara de pau de pedir era algo sobre o qual ela e Aidan discordavam — ou seja, Kathy pôs deliberadamente Carrie onde ela não deveria estar: no meio do conflito familiar.

Wyatt, que se embriagou e bateu o carro do pai (aos 15 anos), provocando a tal “separação de 5 anos” entre Aidan e Carrie, tem mais problemas do que apenas estar na adolescência ou ainda estar lidando com o divórcio dos pais (que, aliás, aconteceu há mais de 4 anos). Há muito problema ali, mas ele se recusa a aceitar a namorada do pai — e vamos combinar: Carrie se esquiva de tentar (e ninguém a culpa).

Depois de várias sequências de grosserias veladas e abertas, durante uma partida do jogo Apples to Apples (o nome do episódio), o drama se torna irreversível e, depois de gritos e acusações, Wyatt quebra uma janela. E a confusão seguiu depois disso.

Em sua última noite no local, Carrie decide voltar para a casa de hóspedes, e um devastado Aidan tem certeza de que ela vai terminar o namoro. Como ele é manipulador, chora e a acusa de estar tentando romper depois do que viu — e, honestamente? Isso é um sinal horrível de Aidan. Carrie deveria ter terminado e deixado as coisas como estavam, mas cai no jogo e dá a chave de sua casa nova para ele. Vão manter o acordo original de se reencontrarem quando der.

Na volta para casa, ouvimos o off de Carrie transportando a vida dela para um romance fictício que está começando a rascunhar. Agora ela vai começar a viver e montar sua casa — sozinha — mesmo que ainda se sinta perdida. Suspeito que esse livro não será um sucesso. Não antes de Carrie voltar a viver. Que não seja tarde demais!


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