Uma vez que já estabelecemos que The Buccaneers mantém praticamente apenas o título do livro que supostamente lhe serve de base, podemos agora lidar com o conteúdo drasticamente “original” dessa série algo estranha sobre jovens feministas na Inglaterra do século 19.

O segundo episódio da temporada, “Cálice Sagrado”, confirma que Theo, que vive no que teria sido o castelo do Rei Arthur, já se conformou: assim como o lendário monarca, também será traído pela esposa e pelo melhor amigo. Nan e ele aparentam felicidade, mas ela chora desesperadamente quando está sozinha — e ele sabe. A série terá que recorrer a um malabarismo: ou apresenta algum defeito grave em Theo (que, por enquanto, é o herói romântico perfeito), ou…

Sim, “ou”. Se o triângulo amoroso principal não empolga, agora Nan terá concorrência — e justamente da insuspeita e doce Lizzy Elmsworth, a mais interessante das bucanheiras desde sempre. Inspirada na figura trágica de Jennie Jerome, que viria a se tornar Lady Randolph Churchill, mãe de Winston Churchill, Lizzy é, na série, quem mais sofre.

Na primeira temporada, Lizzy foi a primeira vítima da crueldade de Lord James Seadown. Incapaz de convencer Jinny do erro em se casar com ele, ela retornou a Nova York traumatizada. Ainda assim, para ajudar a irmã e as amigas, aceitou voltar à Inglaterra — onde tem sido o ombro amigo de todas. Mas, pelo visto, agora será um pouco mais que isso com Theo. E fico feliz por ela.

O episódio mostra que Guy e Jinny estão infelizes na Itália, mantendo as aparências como um casal e criando juntos o filho dela. A pressão de Seadown para recuperar Jinny é crescente, e os dois estão à beira de desistir de tudo. Guy, enciumado com as notícias sobre a felicidade de Nan com Theo, escreve para Lizzy pedindo ajuda. Mas ao chegar a Tintagel para socorrê-lo, Lizzy encontra uma Nan insuportável como sempre, Theo triste e sendo enganado, e uma situação emocionalmente desgastante, marcada por jogos cruéis.

Lizzy tenta conversar com Nan duas vezes sobre a carta de Guy — e a cada vez percebe mais claramente que a amiga, que tem tudo, está jogando fora sua felicidade por uma paixão caótica. Mas Nan a interrompe nas duas ocasiões (e, como de costume, sai da sala). Em um raro momento de conformismo, somado a uma percepção aguda de que Theo é inocente e tem afeto genuíno por ela, Lizzy — a duquesa de Tintagel — decide “esquecer Guy de vez” e buscar sua própria felicidade com o marido. Queima a carta e guarda o segredo, deixando Guy sem entender a falta de resposta.

Enquanto isso, Lizzy reencontra Hector, e os dois começam a se conhecer melhor. Mas é claro que Seadown não perde nenhuma chance de ser desagradável e hostil, encerrando o episódio com uma revelação cruel a Theo: que Guy passou a noite de núpcias com sua esposa. A notícia leva o duque ao desespero (e talvez aos braços de Lizzy?).

Vale mencionar que Conchita estava fazendo um ótimo trabalho como casamenteira, até sua sogra atrapalhar tudo. Na próxima semana, teremos a festa de aniversário de Lizzy — e uma “fagulha inesperada” promete surpreendê-la. Já sabemos qual.