The Old Guard: Retrospectiva e Expectativas

Em setembro de 2020 eu tive o privilégio de entrevistar a atriz Charlize Theron para CLAUDIA, na época do lançamento de The Old Guard e vou resgatar o papo e falar sobre isso à parte. Hoje, na véspera do lançamento da segunda temporada, quero fazer um recap e uma avaliação do filme que é um projeto querido da atriz, e um sucesso também.

“The Old Guard” é uma franquia de ação e fantasia centrada em um grupo de guerreiros imortais que atuam secretamente como justiceiros ao longo da história humana. Estrelado por Charlize Theron, o primeiro filme estreou na Netflix em julho de 2020 e rapidamente se tornou um dos títulos originais mais assistidos da plataforma naquele ano.

A trama é baseada na graphic novel homônima escrita por Greg Rucka (também roteirista do filme) e ilustrada por Leandro Fernández, publicada pela Image Comics em 2017. A graphic novel mistura ação militar contemporânea com elementos sobrenaturais e dilemas morais profundos, o que foi traduzido com fidelidade — e estilo — para o cinema.

Quem são “The Old Guard”?

O grupo principal é composto por guerreiros imortais que descobrem sua habilidade de não morrer (ou melhor, de se regenerar de qualquer ferimento) em diferentes épocas da história. Eles se unem por essa condição inexplicável e passam séculos lutando contra injustiças, guerras e opressão, embora sempre nas sombras, tentando não chamar atenção para sua condição.

A líder do grupo é Andromache de Cítia, ou simplesmente Andy (Charlize Theron), uma guerreira de origem grega que vive há milhares de anos. Com ela estão Booker (Matthias Schoenaerts), um ex-soldado napoleônico; Joe (Marwan Kenzari) e Nicky (Luca Marinelli), dois antigos inimigos das Cruzadas que se apaixonaram e se tornaram inseparáveis.

Durante o primeiro filme, os eventos se aceleram quando um novo imortal desperta: Nile Freeman (KiKi Layne), uma jovem fuzileira naval americana. Ela é recrutada por Andy e passa a integrar o grupo.

O Que Aconteceu no Primeiro Filme?

O grupo é traído por Copley (Chiwetel Ejiofor), um ex-agente da CIA que os entrega a uma corporação farmacêutica liderada pelo ganancioso e sociopata CEO Merrick (Harry Melling). Merrick quer capturar os imortais e estudá-los para explorar seu potencial de cura como produto — independentemente das consequências éticas.

Os imortais são capturados, mas conseguem escapar com a ajuda de Nile, que prova ser uma guerreira promissora. No confronto final, Andy se sacrifica para derrotar Merrick — e é então que descobrimos um dos maiores choques da história: ela perdeu sua imortalidade. Isso significa que qualquer ferimento futuro pode ser fatal.

No epílogo, Booker, que havia traído o grupo por desespero, é banido por 100 anos. Mas ele recebe uma visita misteriosa de Quynh (Veronica Ngo) — uma antiga parceira de Andy que havia sido dada como morta, depois de ser aprisionada em um caixão de ferro e jogada no fundo do mar séculos atrás. Sua sobrevivência (e possível desejo de vingança) é o grande gancho para a continuação.

Recepção da Crítica e do Público

O filme foi elogiado pela crítica por sua abordagem inovadora dentro do gênero de ação, com destaque para as cenas de luta coreografadas com brutalidade realista, a diversidade do elenco e o subtexto emocional e ético. Charlize Theron recebeu muitos elogios por seu desempenho como Andy — fria, traumatizada e letal, mas também vulnerável.

O relacionamento entre Joe e Nicky foi celebrado como uma representação LGBTQ+ forte e significativa dentro de um gênero onde esse tipo de visibilidade é raro. A crítica especializada apontou que o filme conseguia equilibrar momentos de introspecção com ação explosiva e temas existenciais, como a solidão da imortalidade e a luta por relevância num mundo em constante mudança.

Com mais de 78 milhões de visualizações nas primeiras semanas, The Old Guard foi um dos maiores sucessos da Netflix em 2020. Isso tornou a sequência praticamente inevitável.

Por Que a Continuação Demorou Tanto?

Apesar do sucesso imediato, a sequência enfrentou vários atrasos. Parte disso se deve à pandemia da COVID-19, que impactou a produção global de filmes, inclusive os do streaming. Outro motivo foi a dificuldade de alinhar as agendas do elenco principal — especialmente Charlize Theron, envolvida em múltiplos projetos de alto perfil — e da equipe criativa.

Além disso, a diretora do primeiro filme, Gina Prince-Bythewood, não retornou para a sequência. Ela passou o bastão para Victoria Mahoney, conhecida por seu trabalho como diretora de segunda unidade em Star Wars: The Rise of Skywalker e por séries como Lovecraft Country. Essa troca exigiu tempo de transição criativa, reescrita de roteiros e ajustes no cronograma.

As filmagens de The Old Guard 2 começaram em 2022 e terminaram em 2023, com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2025. Segundo entrevistas recentes, o segundo filme vai aprofundar a mitologia dos imortais, explorar o reencontro de Andy e Quynh e apresentar novos aliados e vilões. O elenco original retorna, incluindo Ejiofor, agora como aliado, e novas adições incluem nomes como Uma Thurman e Henry Golding.

Onde Paramos e O Que Esperar

No fim do primeiro filme, os imortais estão mudados. Andy, agora mortal, precisa reaprender a viver sob uma nova perspectiva. Booker foi exilado. Quynh está viva — e, ao que tudo indica, carrega mágoas profundas. A sequência deve trazer conflitos internos, dilemas éticos e batalhas épicas, prometendo um mergulho ainda mais intenso no universo criado por Rucka.

Se The Old Guard já subverteu expectativas no primeiro filme, tudo indica que sua continuação vai apostar alto nas consequências — morais, emocionais e físicas — de viver para sempre… ou quase.


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