Passear pelo Reddit é um festival de spoilers, mas também discussões interessantes. A divisão do fãs de The Gilded Age sobre como Bertha vai lidar com Marian e Larry é clara: os torcedores se recusam a aceitar que a ambiciosa socialite vai se opor ao que todos nós queremos desde a temporada 1. Tem que ter drama, não é? Mas isso tudo serve para outra pensata, hoje quero analisar as revelações das sinopses dos episódios 3 ao 5. Vamos lá?

Episódio 3 – O Amor Nunca É Fácil

À medida que as negociações começam a desmoronar, George confronta Bertha sobre sua visão para Gladys – e o impacto involuntário disso nos negócios dele.
Enquanto isso, os Scotts conhecem os Kirklands em Newport, Ada incentiva os empregados a assinarem um compromisso com a temperança, Agnes lamenta sua exclusão gradual da sociedade e Larry convida Jack para uma reunião com um potencial investidor.

Se Bertha acha que seduzir George e mentir para o marido vai ajudá-la em alguma coisa ela está enganada. Sem autorização ou conhecimento de ninguém, ela fechou um acordo de dote com o Duque de Buckingham e mexer com as finanças dos Russells sem combinar antes só pode dar errado.

George é um homem racional, ainda não o vimos deixar suas decisões serem tomadas por emoção. Toda vez que tem que interferir nas brigas de Bertha e Gladys, ele é cuidadosamente tátil com as duas, mas Bertha se considera mais esperta do que o marido. Ele pode entender a ambição e o prestígio de ter uma filha com título de nobreza, mas considera o preço de forma comercial: se for efetivamente um bom negócio, é uma coisa, mas com um Duque quebrado os termos que são lucrativos envolvem mais do que aparecer em Óperas e ter acesso à fortuna dos Russells por ser marido de Gladys. E esse impasse, vemos, o coloca em melhor posição de não ir contra a filha ou mesmo Bertha: ele só quer um contrato que seja vantajoso e o que Bertha fechou, não é.

Curiosamente, Bertha está implantando problemas mais sérios para o casamento dela do que antecipa. Ela chama Gladys de imatura, mas fora sua praticidade social, também tem agido como uma moça mimada e tola. O apreço à adulação e fama podem afastar Bertha de George, que só joga o jogo se ele for rentável.

A sinopse não inclui, mas sabemos pelo trailer que Marian e Gladys vão voltar a conversar sobre casamentos arranjados e expectativas sociais.

As duas são amigas, mas a melhor amiga de Gladys é Carrie Astor, o que não faz de Marian e Gladys confidentes. Ainda assim, na temporada passada, em longíquos dias antes do Duque, Gladys estava considerando que poderia escolher um marido por amor.

Claro, a primeira opção (Archie) foi descartada porque ele foi embora (e ela não estranhou que foi logo depois de conversar com George), depois quase se casou com Oscar Van Rhijn só para poder se afastar do controle de Bertha. Aí veio Billy e ela se iludiu que estaria feliz, tanto que lamentou por Marian quando a encontrou em Newport fugindo de um candidato bêbado e aceitando a atenção de Dashiel Montgomery, de quem ficou noiva “por educação”, porque queria fazer o que era esperado dela. Passados alguns meses, o quadro reverteu.

Gladys é toda emoção e impulsão, certamente vai pressionar Marian em relação à Larry, mas Marian está amadurecendo. Ela pode se irritar com Agnes, mas vem tentando se alinhar com as orientações da tia, que “nunca erra”. Foi Agnes que viu Tom Raikes sem filtro e inaqueduado, assim como explicou à Marian que o casamento com Dashiel era o mais próximo de final feliz que teria diante de sua condição social. Ainda assim, não a queria miserável em uma união onde o fantasma da ex-mulher dele seria muito presente. A questão é que, tendo passado por tudo isso publicamente, agora Marian não tem margem para erro. Larry é o cara certo, mas e o momento? Mais ainda: e o que a família dele vai considerar? Sabemos…

Na casa dos Van Rhijn, os efeitos das mudanças econômicas têm sido fortes. Ada, deslumbrada de ser líder e ter o poder, se revela imatura e passivo agressiva com ele. Ela que criticou tantos anos a irmã por impor regras, está fazendo o mesmo, apenas com aparente docilidade. E ao perceber que nem todos a acompanham, vai se decepcionar.

Já Agnes, bem, não faz sentido a sugestão de que se sente excluída uma vez que o escândalo de Oscar ter perdido a fortuna não a isolou na festa de Aurora Fane. A não ser que o efeito do divórcio da sobrinha afete os Fortes, Brooks e Van Rhijns. Será?

Saindo de Manhattan, estaremos em peso visitando Newport, dessa vez acompanhando Peggy Scott, que vai passar o verão perto do mar para recuperar a saúde e estar mais perto do Dr. Kirkland. Pena que a família dele não vá necessariamente aprová-la com prontidão.

E Larry e Jack avançam nos negócios! Ri com Larry emulando o pai quando estava comprando o terno para o amigo, mesmo que as vibrações em geral tenham gritado “flerte” nas redes sociais. Larry dono da verdade e bom de negócios não me convenceu, mas foi divertido ver esse lado dele também. Mesmo que em determinado momento me pareceu que ia dar um golpe em Jack.

Tenho as sinopses dos próximos episódios, mas vou subi-las aos poucos. Aqui meus comentários soltos sobre o desenvolvimento das histórias:

• Bertha e George vão entrar em conflito porque Bertha vai interferir na fortuna dos Russells. Ele até negocia e aceita quando ela manipula os filhos, mas dinheiro? Nah.
  Não podemos romantizar esse casal de forma alguma…
  
• Gladys: seguindo a história de Consuelo Vanderbilt, o futuro para Gladys não é promissor. Se mudar para Jennie Jerome, talvez, mas nenhuma das duas foi feliz nem com o título menos ainda com os maridos.
  
  Segundo a atriz Tassia Farmiga, Gladys e Bertha vão brigar até o 6º episódio, quando Bertha “muda” e ajuda a filha. Como? Por que? Teremos que ver à frente, mas haverá um casamento com o Duque e a dinâmica vai mudar ali.

• Marian e Larry terão problemas. Que Agnes não considere “novos ricos” boa coisa, ela sabe que a sobrinha tem natureza romântica e poucas opções. Sua voz, mesmo que externada contrariamente, não tem peso. Ainda mais que Ada já sabe e aprova.
  
  Não, o drama vem do lado dos Russells. Bertha gosta/tolera Marian, mas jamais a considerou como amiga ou nora. Tanto que, mesmo sabendo que Tom Raikes “era namorado” de Marian, o convidou para um evento onde ele acabou conhecendo a futura esposa porque queria números pares de casais e excluiu Marian do grupo. Se nem ali ela tinha consideração, como achamos que julgaria Marian à altura dos filhos? Em nenhum momento Bertha nos engana que quer uma princesa ou milionária para Larry.
  
  Para piorar, Bertha sabe de Raikes e do noivado de Marian com Dashiel. Considerando que noivado era a metáfora para promessa de sexo, uma mulher “noiva” já era considerada “usada”, por isso se não se casasse, perdia valor. Para se casar com Marian, Larry terá que brigar por ela.
  
  Os negócios com Jack são vitais para nosso casal favorito: quando tiver a própria fortuna, nenhuma ameaça material de Bertha atingirá Larry e Marian jamais se importou com matéria. Temos que torcer por Jack, pessoal!