Tenho sempre que começar meu recap de The Buccaneers meio que reclamando. Se a ideia era mostrar uma jovem inicialmente apagada ganhando protagonismo e se casando com o cara “certo no papel”, apenas para descobrir que o casamento não era o que parecia, não precisava transformar a Nan Saint-Clair na maior mala da TV do momento. Ela e Jinny, sua irmã, são dramáticas, intensas e narcísicas — só provocam dor nos outros. E com isso, Lizzy Elmsworth acabou roubando a verdadeira história de amor, que sempre esteve lá, no livro de Edith Wharton — só não era o arco dela.

Então vamos com o que temos.

Com Nan fugindo para a Itália — sempre correndo de cena em cena, literalmente — Theo e Lizzy passaram uma semana no paraíso, isolados em Tintagel, apenas se conhecendo (intimamente) e se apaixonando. Theo, finalmente apaixonado (fico tão feliz de vê-lo amando alguém que o ama de volta e não o usa, como fazem sua mãe e a própria Nan), implora para Lizzy desistir de se casar com Hector. Mas, antes mesmo que eles consigam discutir qualquer alternativa, Nan reaparece da Itália como se nada tivesse acontecido. Ou quase.

Ela se surpreende ao perceber que Theo sabe que ela se casou tanto por pressão da Duquesa quanto pela necessidade de garantir um título para ajudar a irmã. Ainda assim, ela finalmente pede desculpas. Nan sabe que é tarde demais, por isso propõe manterem as aparências e seguirem com suas vidas separadas. Theo aceita, mas Nan fica desconfiada do “novo” marido — especialmente quando encontra um brinco de mulher perdido no castelo. Mas, por enquanto, não desconfia de quem seja. Por enquanto.

De volta a Londres, Lizzy está dividida: nunca se sentiu tão ela mesma, tão apaixonada quanto com Theo. Mas, como ele não pode se divorciar, que opção restaria? Mabel tenta convencê-la a seguir com o casamento com Hector, mas ela própria está com o coração partido — ela e Honoria também precisam manter as aparências e arranjar maridos, e esse rompimento está deixando ambas devastadas.

Nan, a chata, parece que vai pagar pela bagunça que fez na temporada anterior: Theo só pensa em Lizzy e em Tintagel. Enquanto isso, Antonia (a amiga italiana de Guy e Jinny) descobre que eles não são casados e, após uma noite de bebida, diversão e sexo, ela e Guy aparentemente se casaram. E não lembram de nada na manhã seguinte. Supostamente estão na “Las Vegas” italiana. Seja como for, Guy já está tentando seguir em frente… e Nan vai acabar sem um nem outro.

O que ninguém desconfia é que Jinny está colocando tudo a perder. Literalmente: arruinou a vida de três pessoas, sequestrou o filho e agora já está praticamente reconciliada com o marido abusivo de quem fugiu tão dramaticamente. Se existe alguém mais egoísta que Nan, essa pessoa é Jinny. A essa altura, a impressão é que Nan ainda vai ajudar Seadown a torturar a irmã.

Em Londres, percebemos que Hector não é tão legal quanto parecia. Ele não se importa com Lizzy — o casamento é uma questão de posição social e ambição política, e isso é tudo que importa para ele. Assim, quando Theo insiste para que Lizzy não se case, ele está sendo mais amigo do que egoísta. E volta a procurá-la na porta da igreja, quando ela está deslumbrante como noiva. Ele admite que não pode pedir que ela desista para ficar com ele, já que só poderia tê-la como amante, às escondidas — algo que ela não merece. Mas insiste que ela não se case apenas por dever ou pressão social. Que espere por algo como o que eles viveram juntos. Ele sabe do que fala — está preso a um casamento infeliz com Nan.

E nos despedimos sem saber qual foi a decisão de Lizzy.

Nem posso dizer que sei, uma vez que a série já não tem muito a ver com o livro! Por mim? Quero Theo e Lizzy felizes para sempre.

E posso dizer que achei emocionante a cena com Greg Wise (Reede Robinson) e Mia Threapleton (Honoria)? Sim, ele foi o Guy Thwarte na versão anterior (e fiel) de The Buccaneers, mas antes disso, foi John Willoughby em Razão e Sensibilidade, ao lado da mãe de Mia — ninguém menos do que a melhor Marianne de todas, Kate Winslet. Justamente a mãe de Mia. Achei lindo.