É oficial: a terceira temporada de Entrevista com o Vampiro já começou a ser filmada e, como prometido, o centro das atenções agora se desloca de Louis para Lestat. E não apenas qualquer Lestat — estamos falando do Lestat estrela do rock. Isso mesmo. Se você leu O Vampiro Lestat, o segundo volume das Crônicas Vampirescas de Anne Rice, já sabe para onde essa história vai. Se não leu… prepare-se para uma virada tão grandiosa quanto absurda — no melhor sentido.
Em entrevista à Entertainment Weekly, direto da edição especial da Comic-Con 2025, Sam Reid (que vem entregando um Lestat inesquecível desde a estreia da série) ri e confessa: “Às vezes eu penso: que diabos estamos fazendo?” Mas a verdade é que estão fazendo. E ele está, finalmente, no comando da narrativa.

Depois de duas temporadas centradas no olhar magoado e melancólico de Louis, Lestat agora pega o microfone — literalmente — para contar sua própria versão dos fatos. A série vai mergulhar na fase mais extravagante e performática do personagem, que forma uma banda e sai em turnê para recuperar sua imagem após o sucesso do livro escrito por Louis e Daniel Molloy. Porque se alguém nesse universo é incapaz de aceitar críticas calado, é Lestat de Lioncourt.
Sam Reid define bem: “Lestat sempre foi performático. Ele já era um diva, só que agora com holofotes, instrumentos e um público global.” E sim, haverá música — bastante música. Segundo o ator, o trabalho com o compositor Daniel Hart começou antes mesmo do roteiro. Eles desenvolveram os sons, exploraram referências e tentaram capturar uma sonoridade que representasse esse vampiro barroco, complexo, instável e… apaixonado por si mesmo. Ou seja, Lestat sendo Lestat.
E como traduzir em música alguém que tanto ama Mozart quanto poderia imitar David Bowie? Como construir uma persona sonora que abrace a intensidade emocional de alguém que já viu (e causou) séculos de caos? A resposta da equipe criativa foi: não fugir do exagero. “Há algo de inerentemente vampírico no rock,” diz Reid. “Mesmo que esse não seja o som mais ‘desejável’ atualmente, há uma beleza em resgatar estilos de outras épocas e conectá-los à jornada pessoal dele.”

Há até referências à intensidade artística de Fiona Apple, evocada pelo showrunner Rolin Jones para inspirar a maneira como experiências humanas extremas podem ser transformadas em arte. Mas calma: ninguém vai ver Lestat virando o vocalista do Twisted Sister, ainda que Reid brinque com a ideia — “Só pensei em palhaços do rock como exemplo visual. Lestat odiaria o Twisted Sister, o que é uma pena.”
Mesmo com todo esse tom de espetáculo, a série continua comprometida com as camadas emocionais que tornam Anne Rice tão única. Lestat, mesmo enquanto canta de peito aberto (literal e metaforicamente), continua se debatendo com a questão central de sua existência: o que significa ser vampiro? Como conciliar a eternidade com o desejo de se fazer compreender? Como contar uma história que foi distorcida — ou, ao menos, contada sob uma ótica bastante pessoal?
Reid evita chamar Louis de “narrador não confiável”. Segundo ele, Louis apenas se lembra das coisas de um modo legítimo, ainda que enviesado. Já Lestat, por outro lado, manipula sua narrativa de forma consciente. “Se ele é não confiável, é intencionalmente,” explica Reid. “Ambos distorcem, mas de maneiras diferentes. E isso diz muito sobre quem eles são.”

Aliás, quem espera uma adaptação literal do livro pode baixar as expectativas. Reid avisa que O Vampiro Lestat é um livro colossal, e que a série — como nas temporadas anteriores — está mais preocupada em capturar os temas e sensações do texto do que em recriá-lo página a página. “Você vai encontrar as cenas icônicas, mas talvez em outro contexto. E isso é bom. Isso mantém todo mundo alerta. Do jeito que o Lestat gosta.”
A melhor notícia? Segundo Reid, não vamos ter que esperar até 2026 para ouvir o som de Lestat. A trilha começa a aparecer “mais cedo do que se imagina”. E é aí que a curiosidade atinge níveis máximos: será que Sam Reid vai mesmo cantar? E se sim… ele vai convencer como estrela do rock? Por enquanto, ele só diz que o processo de se aproximar do personagem por meio da música foi desafiador e revelador.
Com tudo isso, a terceira temporada de Entrevista com o Vampiro promete ser a mais ousada até agora — e não apenas por causa do figurino ou das guitarras. Estamos prestes a conhecer Lestat por ele mesmo. Um personagem que é, ao mesmo tempo, vítima e vilão, herói e bufão, maestro e piromaníaco emocional.
E se ele vai cantar com o coração na garganta? Vai sim. De preferência sob um feixe de luz roxa, cercado de névoa e aplausos eternos.
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