O episódio mais dramático de The Gilded Age: separações, traições e um final trágico

Nunca associei The Gilded Age a tanta energia e drama em um único episódio — mesmo sabendo os spoilers! Vai ser difícil comentar tudo com o coração ainda batendo.

Vamos por partes. A espiã na casa dos Russells? Sim, ninguém pode duvidar: é Andre, a criada de Bertha. A fofoca sobre o noivado de Marian e Larry foi parar nos jornais — com o detalhe de que Bertha desaprova, mas, ao que tudo indica, ninguém além dela lê essa coluna. É possível que os jornais não tenham chegado com rapidez à Inglaterra ou ao Arizona, e que George tenha simplesmente ignorado. Mas e Agnes e Ada, que moram na mesma cidade? Não comentarem uma palavra sequer é estranho.

Falando em distâncias, a visita de Bertha a Gladys parece ter acontecido à jato — mesmo para os padrões do século XXI. Ela desembarca em velocidade da luz para constatar que a filha está sendo dominada pela cunhada insuportável. Gladys está submissa, talvez sentindo-se vendida em troca de um título. Mas Bertha, no momento e tom exatos, dá as dicas para que ela assuma o controle da casa. E ainda lá: Bertha sabe, por meio de Andre, o que os empregados estão comentando. Em vez de se dar conta da habilidade assustadora da criada em descobrir e repassar informações com tanta rapidez, ela apenas agradece. Bertha está completamente desligada nesta temporada!

Toda a trama de George é ainda mais densa e técnica. Ele segue negociando a ferrovia e, com muito esforço, parece ter conseguido o que queria — mas Clay, que sabe demais e gosta dele de menos, se une ao inimigo e atrapalha tudo. Seria interessante mergulhar na tecnicalidade dessas discussões, mas quem está em busca de drama não se importa tanto com detalhes técnicos. O alerta maior vem quando George lamenta não ter mandado matar Clay. Isso não foi força de expressão. É importante lembrar desse tipo de energia.

Na casa dos Van Rhijn, também tem muita coisa acontecendo. Marian está desconfiada do que Larry disse a Oscar antes de viajar e do paradeiro de Jack na noite em que ela e Larry oficializaram o noivado. Ela investiga tanto que acaba descobrindo a verdade — e fica devastada pela mentira. Sua reação, impulsiva e dramática, é romper imediatamente o compromisso com Larry. Oscar e Ada pedem calma, enquanto Agnes comemora. Para Marian, o fato de ele ter mentido e ainda ido a um bordel na noite em que ficaram noivos demonstra insensibilidade — ou pior. Seja como for, ela não confia mais nele. Deixa uma carta encerrando tudo, para ser lida por ele ao retornar do Arizona.

Armstrong revela a Agnes que Jack agora é milionário (mais rico que ela!), tornando insustentável que ele continue como lacaio. Ada conversa com ele, que se sente demitido, mas ela explica que, como homem de sucesso, ele deve seguir em frente e abandonar o antigo posto. Ele aceita e se despede de todos, devolvendo com lucro o investimento que fizeram nele — até mesmo para Armstrong, que não investiu um tostão. E como já está envolvido na próxima invenção, aquele sonho de ser convidado para um baile na casa dos Russells parece mais próximo da realidade do que nunca.

Ada também retorna a mais uma sessão espiritual, mas num deslize grave de Madame Dashkova, ela percebe que está sendo enganada. Seu coração parte-se ainda mais do que já estava, mas ao chegar em casa é acolhida com ternura por Agnes. Ao menos, Ada não entregou sua fortuna a uma golpista.

Enquanto isso, Oscar vai até o bordel e encontra Maud Beaton, que revela uma história ainda mais trágica do que se imaginava. Ela está “presa” por dívidas, mas, se pudesse, deixaria Nova York. Mesmo com a fortuna dos Van Rhijn em ruínas, Oscar se comove com a situação dela, paga 100 dólares e uma passagem para Ohio. Despede-se como um homem de honra.

No Arizona, Larry faz exatamente o oposto do que George pediu: investiga as minas e descobre que há muito dinheiro nelas. Enquanto isso, George enfrenta sua pior crise econômica — Clay está divulgando seus podres e minando os investimentos necessários para as ferrovias.

Antes de deixar Gladys, Bertha consegue mostrar à filha que ela tem os meios (e o dinheiro) para colocar Lady Sarah em seu devido lugar. Gladys assume a liderança e o papel de duquesa, para orgulho de Bertha e de Hector — que, como ela, é alguém conduzido por uma mulher mais forte. Sinal de que, quando esse casamento entrar nos trilhos, há grandes chances de dar certo.

Peggy também vive seu drama pessoal. Conta ao Dr. Kirkland parte da verdade sobre seu passado — que se apaixonou por seu chefe casado — e ele não se importa. Para ser justa, ela até ensaia contar a parte mais dolorosa — seu casamento anulado e o filho morto —, mas quando ele diz que não precisa saber “tudo” (sem imaginar o que esse “tudo” implica), ela se cala. A pedido dele, convida a futura sogra para um chá, mas, como o encontro é sobre o voto feminino, serve apenas para aumentar a aversão da Sra. Kirkland a Peggy. Mais tarde, conversando com sua mãe, Peggy admite estar apaixonada pelo médico, mesmo sabendo que a família dele a rejeita. Sua mãe a alerta: um casamento envolve todos — e por isso não é fã da ideia do Dr. Kirkland como genro. Por ora, todos adiam decisões definitivas.

Oscar, que até tentou convencer Marian de que estava exagerando, encontra John Adams, que admira o que ele fez por Maud Beaton. É graças a John que Oscar está voltando a fazer dinheiro, e os dois — ainda disfarçando o que sentem um pelo outro — se despedem emocionados. Combinam um novo encontro, mas, do nada, uma carruagem passa como louca e atropela John, que cai morto na calçada. Isso mesmo: morto. E agora?

Vamos parar aqui, com o coração na mão e sem ar! O trailer do próximo episódio mostra Larry recebendo a aliança de Marian, arrasado, e acusando Bertha de ter interferido entre os dois. Oscar está desolado com a morte de John Adams, e atenção aos que conhecem os spoilers: ainda vem mais drama por aí!


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