Atentando, chantagem, escândalos… nada disso tira da verdadeira tensão da temporada 3 de The Gilded Age: Marian e Larry terminam ou ficam juntos?
Larian, pra quem já adotou o apelido com o coração, está explodindo. O que parecia ser o casal mais promissor da terceira temporada virou o centro de um drama que ninguém sabe se vai terminar em reconciliação ou em despedida definitiva. E o pior: a série está usando tudo — imagens, falas dos atores, trailers e entrevistas — pra manter a gente nesse lugar incômodo de não saber nada.

Vamos começar pelo básico: a 3ª temporada construiu com muita delicadeza o que parecia ser o amadurecimento de Marian. Depois das decepções com Tom Raikes e a tentativa falha de se acomodar a um casamento tradicional com Dashiell Montgomery, ela finalmente parecia encontrar em Larry Russell algo diferente. Um homem gentil, culto, com uma ambição artística legítima e — mais importante — alguém que não queria que ela fosse apenas uma esposa decorativa. O noivado foi bonito, contido, cheio de esperança. Mas aí veio o baque.
Quando Marian descobre que Larry foi ao Haymarket com os amigos, tudo desmorona. E a questão nem é exatamente onde ele foi, mas o fato de ter escondido, mentido, e depois reagido como se nada disso fosse grave. E pra Marian, que está tentando viver com integridade, transparência e igualdade (algo impensável pra época), isso foi imperdoável. Ela termina tudo de forma seca, sem abrir espaço pra explicações. E com isso, o que era uma das histórias mais queridas da temporada virou um abismo emocional.


A divisão entre os fãs é real. Tem quem defenda Marian com unhas e dentes: ela tem todo o direito de exigir respeito, de não tolerar mentiras e de buscar um casamento moderno, mesmo que o mundo ainda não esteja pronto. E tem quem ache que ela exagerou, que Larry errou sim, mas que merecia ser ouvido antes de ser cortado da vida dela. Em fóruns como Reddit, Tumblr e Twitter, tem gente chamando Marian de “a personagem mais irritante da TV” (sim, saiu até artigo do The Daily Beast com esse título), e tem quem veja nela a mulher mais coerente da série.
Do lado dos bastidores, tudo indica que os próprios criadores estão jogando com essa ambiguidade. Sonja Warfield, roteirista da série, falou num podcast recente que “se essa história entre eles for pra acontecer, vai acontecer eventualmente” — ou seja, nada é definitivo, mas também nada é garantido. Julian Fellowes, criador da série, já disse antes que a química entre Louisa Jacobson (Marian) e Harry Richardson (Larry) foi parte do que inspirou a construção desse romance, mas também deixou claro que o relacionamento dos dois é um reflexo das tensões entre os ideais modernos e a estrutura conservadora da época.
Salli Richardson-Whitfield, diretora e produtora executiva, também comentou sobre o episódio 7 em uma entrevista que anda circulando nas redes, e no vídeo desse short do YouTube ela joga verde com aquele sorriso de quem sabe mais do que pode contar. Fica claro que estão se referindo ao agora, ao drama do episódio 7 — mas o futuro ainda está em aberto. Inclusive, o uso das imagens promocionais, com Larry e Marian sempre em cenas separadas, mas ambos com expressões tristes, cabisbaixas, dá a entender que o sentimento ainda está vivo — só não resolvido. Talvez até seja uma forma de despistar a gente.

Sobre Larry: o personagem teve uma trajetória interessante nessa temporada. Ele se posicionou contra o modelo de homem que o pai representa. Rejeitou a política, a especulação financeira, e escolheu a arquitetura. Escolheu o próprio caminho. E quando se apaixona por Marian, é com sinceridade — ele realmente acredita que pode oferecer algo diferente do que as mulheres da época estavam acostumadas. Mas mesmo ele, com toda essa boa vontade, ainda escorrega nos padrões da masculinidade de 1885. Quando mente, não se desculpa direito. Quando é confrontado, se fecha. Ele acha que não fez “nada demais”, e aí que mora o problema: pra Marian, foi demais, sim.
Agora, chegamos ao ponto mais crítico da temporada. O episódio 7 termina com um atentado contra George Russell, e Marian sendo a responsável por chamar o Dr. Kirkland. Esse momento pode ser chave. Porque pela primeira vez, Marian e Bertha se veem do mesmo lado: unidas pela dor e pelo medo. Se George sobreviver, e tudo indica que sim, essa crise pode quebrar o gelo entre sogra e nora e abrir espaço pra um novo diálogo.
No trailer do episódio final, vemos até Agnes confirmando que Marian “exagerou” e que tem que pedir desculpas à Larry. E de fato, o vemos chorando (pelo pai? por estar decepcionado com Marian?) e ela dizendo que “faria qualquer coisa por ele”. Mas também a vemos saindo da casa dos Russells sozinha, no baile dos Russells em Newport sozinha na porta, controlando as lágrimas com Aurora e chorosa com Larry. Nenhuma imagem feliz…

Com a confirmação da 4ª temporada (anunciada em julho após a explosão de audiência da 3ª), o roteiro não precisa mais correr pra encerrar arcos. Então é possível que Marian e Larry não terminem essa temporada juntos, mas o caminho esteja aberto. Talvez eles se reaproximem discretamente no baile, ou mesmo fiquem em silêncio, um olhando pro outro — e só a gente entenda o que aquilo significa. Não seria nada surpreendente se o final de temporada trouxesse uma cena curta, sutil, mas com aquele peso emocional que só The Gilded Age sabe fazer.
Eu, pessoalmente, ainda torço por eles. Justamente porque eles não são fáceis. São imperfeitos. Estão tentando crescer num tempo que não permite crescimento. Mas também entendo quem já perdeu a paciência. Porque sim, dá vontade de gritar: “VOCÊS SE AMAM, FALEM LOGO!”
O episódio final da temporada vai ao ar no domingo, dia 11 de agosto, e promete amarrar (ou soltar ainda mais) os laços entre Marian e Larry. Seja qual for o desfecho, uma coisa é certa: Larian ainda mexe com todo mundo. Mesmo com toda a frustração, ninguém consegue ignorar. Porque talvez — assim como Marian e Larry — a gente ainda esteja tentando entender o que significa amar de verdade num mundo que não facilita nada.
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