Estou ainda tão irritada com Marian que mal consigo pensar na lógica de mais um recap ou lidar com a possível tragédia do final do episódio. Tivemos outro grande momento de The Gilded Age — talvez o melhor da temporada. Um drama à moda antiga, com mal-entendidos, suspense, separações, romance e novos começos. Incrível! Mas Marian… grrr.

Bertha: a rainha do caos

A personagem mais irritante da temporada tem sido Bertha Russell. Agindo como uma adolescente rica, arrogante e insensível com todos ao seu redor, ela parece pronta para a próxima festa ou fofoca, agora que “conseguiu” o que queria: resolver a situação entre Gladys e Hector.

George, que a cada temporada parece à beira da falência, mas sempre acaba mais rico, está com problemas há seis episódios. Mas Bertha só agora — quando ele não consegue pagar o dote da filha — começa a reconhecer a gravidade da crise. Ainda assim, sua prioridade parece ser o livro de Ward McAllister e o alinhamento com a Sra. Astor sobre bani-lo da sociedade. E, claro, o baile em Newport.

Nesse cenário, ela se mostra ainda mais insensível ao ignorar o sofrimento de Larry. O filho, destroçado pelo término repentino com Marian (já falamos disso), fica ainda mais irritado quando Bertha minimiza o rompimento e diz que, se Marian não quis nem dar explicações, então não o merece. Larry explode: cansado de ser apenas uma peça no jogo da mãe. George, por sua vez, apoia o filho — e Bertha se dá conta de que perdeu o controle sobre os dois homens da sua vida.

Marian: o retorno de uma heroína… só que não

Ah, Marian… Onde foi parar aquela jovem tímida, inteligente e sensível da primeira temporada?

Um dos momentos mais delicados do episódio é entre ela e Oscar. Ele está vivendo um luto silencioso pela morte de John Adams. Ao descobrir que John havia falado sobre ele com a irmã e deixado herança, Oscar desaba. Agnes e Ada o pressionam com perguntas invasivas e ele explode. Marian sobe para confortá-lo e ouve a verdade. Ele teme ser rejeitado, mas ela o acolhe com carinho — um momento bonito.

Já com Larry, Marian se mostra seca, impaciente e teimosa. Recusa-se até a ouvir seus argumentos. Quando Larry a procura na escola para se explicar, ela despeja sua raiva. Ele conta que não sabia como contar a ela para onde ia, mas insiste que não fez nada de errado. Marian, decidida a terminar, responde que o erro está aí mesmo: se ele achou que era melhor mentir, é porque não confia nela.

Em casa, Peggy e Ada tentam convencê-la a ao menos reconsiderar. Marian se justifica dizendo que todos os homens em sua vida a enganaram — por isso prefere ficar sozinha.

Até que Jack, o ex-lacaio, dá a melhor resposta do episódio. Ao ajudá-lo a comprar uma casa, ele aproveita para dizer umas verdades: Larry é inocente. Estava com ele a noite toda, tomou um drink e voltou para casa. Marian tenta desviar, mas Jack insiste. É o tapa de realidade que ela precisava. E agora?

Ward McAllister: adeus à sociedade

Boa parte do episódio se baseia em fatos reais. O lançamento do livro de McAllister levou ao seu exílio social. Ele é banido dos bailes e da convivência com a elite que tanto endeusava.

Antes disso, tem uma ótima conversa com Bertha, pedindo ajuda. Ela promete ignorar a regra que isola mulheres divorciadas — uma forma de protesto contra a hipocrisia social — mas, quanto a McAllister, não há salvação. Ele compartilhou as fofocas por vontade própria. Foi uma escolha. E agora, colhe as consequências.

A espiã doméstica

Church, Sra. Bruce e Bolder finalmente pegam Sra. Andre no flagra. Sim, ela estava vendendo os segredos da casa dos Russell por 40 dólares. E agora, se foi.

Peggy: ativista e… omissa?

Peggy segue engajada na campanha pelo voto feminino, com apoio de Marian e, agora, de Ada. Mas parece ter deixado o passado mal resolvido com o Dr. Kirkland de lado com facilidade.

Ela contou a verdade ao Dr. K sobre o bebê perdido — um casamento anulado, uma adoção forçada, uma tragédia. Mas será que ele realmente entendeu o peso disso?

Agora, a sogra que nunca aprovou Peggy descobriu tudo e contou ao filho. E o que o Dr. Kirkland faz? Vai direto falar com Peggy, cara a cara, querendo entender a omissão.

Ouviu, Marian?

Aliás, ele aparece na casa dos Van Rhijn… mas quem sabe dos spoilers sabe que ele não está lá só por isso.

Gladys e Hector: virada de jogo

Na Inglaterra, temos um momento Downton Abbey. Hector e Gladys estão se apaixonando de verdade. Ele não se importa com as complicações da família dela — quer ficar com Gladys.

Juntos, eles comunicam à Lady Sarah que viajarão aos Estados Unidos para o baile de Bertha em Newport. E, quando voltarem, ela poderá morar em sua própria casa, em Londres. Game changer.

George Russell: o CEO do século 19

Enquanto tudo desmorona ao redor, George segue focado em negócios. Larry salva os Russell da ruína ao comprar minas de cobre que viram o jogo financeiro da família. George volta à ofensiva, retomando seu plano de construção da ferrovia — e aproveita para se vingar de Clay, que o ameaçou antes. Clay diz ser como uma barata com muitas vidas, mas George o ignora.

Até que, no final do dia, em sua própria casa, George recebe um visitante com uma mensagem: o homem saca um revólver e atira.

Próxima parada: o episódio final da temporada

Semana que vem é a grande conclusão da temporada. E com esse gancho, impossível não especular…