Olha, fãs de Game of Thrones reclamam até hoje, seis anos depois, de como as temporadas finais foram aceleradas. Estou começando a achar que Julian Fellowes pegou emprestado esse “acelerador”. Mesmo com um episódio final de uma hora, tanta coisa aconteceu que ficamos tontos.

George: suspense que não enganou
Tá, Carrie Coon deu o spoiler há um mês e sabíamos que “Dr. Kirkland salvaria George”. Foi intenso, gráfico, dramático — e ainda assim eu ri um pouco. Marian tomando a dianteira e tirando de Peggy a bolsa do médico para ser ela a ajudar na cirurgia foi de uma presteza e desespero quase cômicos. “Eu preciso estar com Larry. Eu preciso estar com eles”, ela disse. A cena toda não chegou a dez minutos, mas foi maravilhosa.
Marian subiu na mesa com tanta agilidade para ajudar Kirkland que as trocas de olhares dele com ela pareciam mais de surpresa com a presença dela do que com um milionário baleado sobre a mesa de jantar.
George foi salvo, escapou de qualquer infecção, e Bertha — ainda sem se tocar — já falava de festa, de sociedade… exatamente o que um homem que esteve à beira da morte não queria ouvir. É importante ressaltar para o que vem pela frente.

Larry e Marian: perigo de um vai-e-vem cansativo
Larry “estava no clube” e só apareceu para ver o pai na manhã seguinte, com Marian ainda esperando para falar com ele. Cada vez mais, Marian se confirma como uma Bertha 2.0. Quando Larry agradece pelo empenho, ela aproveita para pedir desculpas. Só que os dois têm problemas sérios com palavras.
Agora Larry está chateado porque, em vez de acreditar nele, Marian acreditou primeiro em Jack. Quando ela explica que desconfiou por já ter sido enganada antes, Larry desclassifica a justificativa. Larry: você errou primeiro — e está errando de novo.
Com a passagem de tempo, vemos George melhorando, Larry ainda sem falar com Marian e ela chorosa pelos cantos.
Bertha agora é time Marian, mas isso pode ser ruim
Como esperado, George é extremamente grato a Marian e a chama para agradecer na frente de Larry, que continua esnobando a ex-noiva. George expressa apoio ao casamento — com Bertha agora totalmente a favor.
Bertha se desculpa com Marian, diz que se viu nela e que tem certeza de que ela é a mulher certa para o filho. Azar que agora Larry está decidido a desobedecer a mãe, então o “Larian” que Bertha quer virou desvantagem.
Bertha pede que Marian não desista, mas Marian lembra que a decisão está com ele. É o filho dela que não quer reatar. Será mesmo?


O segredo da investigação
Não sei como é possível manter o atentado em segredo, com George baleado no escritório, levado para casa, atendido por um médico negro, com todos os empregados dos Russells e Van Rhijn sabendo… mas é o que temos.
A polícia só foi chamada dias depois, com Clay como principal suspeito, mas nada confirmado. O funcionário morto de George desaparece da narrativa, e Bertha apenas comenta — sem insistir — que “vai cancelar o baile de Newport”. George diz que, se souberem do que aconteceu, atrapalha os negócios, e Bertha interpreta como se ele estivesse do lado dela. Ela volta ao discurso sobre McCallister e Astor, e George revira os olhos — detalhe que só quem presta atenção percebe.
Irmãs trocando de lugar
Na casa dos Van Rhijn, Ada e Agnes conversam sobre Marian. Agnes comemora o fato de ela não entrar para “aquela família”, mas Ada a confronta: Larry e Marian se amam (ou se amavam), e isso importa. Quando Agnes diz que amor não é segurança, Ada lembra que a segurança financeira do casamento com Arnold Van Rhijn não evitou que ela tivesse momentos infelizes.


Peggy: o passado a alcançou
William finalmente conversa com Peggy sobre o passado. Ela diz que esperou um momento melhor que nunca veio — o segredo era doloroso demais para falar.
Ele ouve com calma, mas avisa que a mãe está contra qualquer relação dos dois. Peggy entende que é adeus e desaba em lágrimas. Dorothy a encontra assim, mas a convence a ir a Newport e encarar os Kirklands.
Oscar: casamento à vista
Oscar recupera o ânimo — sem o apoio de John Adams, tudo ficou incerto. Ele cruza com Enid Winterton, agora viúva, e os dois não apenas têm química, como se entendem.
Sem marido, Enid tem dinheiro, mas as portas da sociedade fechadas. Oscar vê a oportunidade e propõe a Bertha: ele convence Marian a ir ao baile se ela convidar Enid. Bertha, empenhada em reconquistar o filho, aceita. Que prova de amor maior? Ela estava celebrando a derrota da inimiga e agora a trará de volta ao círculo social.
Oscar oferece o nome Van Rhijn e a administração da fortuna de Enid em troca de um casamento de fachada. Eles poderiam ver quem quisessem fora de Nova York e posar como casal feliz nas festas. Claro que ela aceita.

Jack e Bridget: tudo pode mudar
Não foi neste baile que Jack recebeu convite para uma festa, mas Bridget o visita e está menos resistente às atenções dele. Todos torcem pelo casal, mas eu ainda não esqueci como ela o tratou na 1ª temporada. Ainda assim… romance no ar.
Mudança histórica: o baile das divorciadas
Bertha enfrenta Lina e decide incluir divorciadas no baile de Newport. A Sra. Astor é contra. Suspense…
Fellowes toma liberdade narrativa e faz uma reconciliação que nunca aconteceu na vida real: na última hora, a Sra. Astor vai à festa, dizendo que escolhe a filha à sociedade — quando, historicamente, foi o oposto.
Aurora hesita em ir, mas Marian, Ada e Agnes garantem presença.
Audra dando show: Dorothy coloca a sogra no lugar
A insuportável Sra. Kirkland questiona a presença dos Scotts em Newport. Dorothy perde a paciência e diz tudo o que precisava ser dito. Delicioso.
Descobrimos que William está furioso com a mãe por ter espalhado o passado de Peggy. O pai dele corta as dúvidas: se ama Peggy, deve esquecer o passado e casar. E ele faz exatamente isso, no baile, na frente de todos. Ela aceita. Pelo menos uma das nossas meninas pode celebrar.

Bebê Buckingham e amor depois do drama
Bertha está confusa com George ainda ressentido pelo casamento de Gladys com o Duque de Buckingham. O casal está feliz e apaixonado e, no final, descobrimos que ela está grávida — mas George acha que é tarde demais. Talvez fiquem fora da 4ª temporada: viajar de navio com recém-nascido não é simples.
Uma noite para não esquecer
George combina com Bertha de fazer uma aparição na festa, para manter o segredo do atentado. Ela acha que estão alinhados no “mostrar uma frente unida” — ah, Bertha… veja a reação dele quando você usa essas palavras.
George aconselha Larry a não estender problemas com Marian. “A vida é feita de mal-entendidos; vocês terão muitos.” Não a perca.
Na festa, Marian vê Larry conversando com outras e segura as lágrimas. Ele a procura, insiste que mentiu “para protegê-la” e não aceita que ela o coloque no mesmo patamar dos que a enganaram antes. Ele tenta emular o discurso de George, mas, como não vão resolver tudo na mesma noite, propõe dançar. Ela aceita. Um tanto incerto, né? Ainda mais porque…
Na manhã seguinte, Bertha se surpreende ao saber que George já está voltando a Nova York. Com Larry. Confusa, ela fala de aparências e festas, e George perde a paciência: diz que a atitude dela com Gladys foi a gota d’água, que ela a jogou num casamento forçado e o fez cúmplice. A proximidade da morte só reforçou que ele não quer mais o que Bertha quer. Estamos falando de divórcio?

Bertha implora para que ele fique e converse, mas ele sai — como Rhett Butler, só sem a frase famosa. Quando Gladys dá a notícia da gravidez e pergunta pelo pai, Bertha ainda tenta chamá-lo pela janela, mas a carruagem já está longe.
Que final de temporada! Agora é esperar, com sofrimento, até 2026 ou 2027 para saber mais. No fim das contas, The Gilded Age nos entregou um episódio final que é uma montanha-russa de emoções, tensões e jogos de poder. Mesmo com o ritmo acelerado, cada cena carregou a promessa de que nada será como antes — e que as alianças, amores e disputas só vão ficar mais intensos. Se essa é a despedida temporária, já estou contando os dias para ver como esses personagens vão se reinventar (e se destruir) na próxima temporada. Porque uma coisa é certa: nesta alta sociedade, o verdadeiro luxo é o drama.
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