Adeus a And Just Like That: As Memórias, Choques e Polêmicas Marcantes


Quando And Just Like That estreou, em dezembro de 2021, a missão parecia clara — e quase impossível: honrar o legado de Sex and the City e, ao mesmo tempo, apresentar uma Nova York e protagonistas atualizadas para um mundo completamente diferente do final dos anos 1990. Entre nostalgia calculada e tentativas de desconstrução acelerada, a série entregou três temporadas repletas de momentos emocionantes, cenas improváveis, reencontros esperados e decisões que dividiram o público. Agora, com o final definitivo, é hora de revisitar o que a produção fez de mais marcante — e o que gerou mais polêmica — nesta despedida de Carrie Bradshaw, Miranda Hobbes e Charlotte York-Goldenblatt.

1. A morte de Big e a cena “sem reação” de Carrie
A decisão de matar Mr. Big já no primeiro episódio foi um choque. Mas o que realmente incendiou comentários foi Carrie não chamar ajuda ao encontrá-lo caído. Muitos fãs acharam “inverossímil” e frio, outros defenderam como uma escolha dramática e simbólica.

2. A propaganda reversa da Peloton
O infarto de Big após o treino virou pesadelo de marketing para a marca, que precisou lançar anúncios às pressas para “limpar” a associação negativa.

3. O romance Miranda & Che
Desde a cena de sexo na cozinha até a mudança repentina de Miranda para Los Angeles, muitos acusaram o arco de ser mal construído, apressado e de descaracterizar a advogada firme e pragmática da série original.

4. A recepção dividida de Che Diaz
A personagem foi celebrada por trazer representatividade não-binária, mas também criticada por ser escrita de forma caricata, com diálogos considerados forçados e pouco naturais.

5. O excesso de “desconstrução didática”
Parte do público reclamou que a série parecia um manual sobre diversidade e inclusão, inserindo tópicos importantes, mas de forma explicativa demais, sem sutileza narrativa.

6. A ausência de Samantha (e a tensão com Kim Cattrall)
A ausência da personagem e as explicações dadas no roteiro — briga com Carrie por um contrato de assessoria — foram vistas como fracas. A polêmica ganhou combustível com declarações públicas de Cattrall sobre nunca mais voltar à franquia, até sua breve aparição especial.

7. As mudanças bruscas de personalidade
Carrie, Miranda e Charlotte, segundo alguns críticos, pareciam “novas pessoas” sem ligação clara com suas trajetórias passadas. Isso gerou estranhamento para fãs antigos.

8. As cenas “desconfortáveis” de humor
Alguns momentos de comédia, como Charlotte tentando aprender gírias com suas filhas ou situações envolvendo o podcast de Carrie, foram acusados de serem “cringe” e forçados.

9. A relação de Carrie e Aidan na 2ª e 3ª temporadas
O retorno do casal dividiu o público: para alguns, foi pura nostalgia; para outros, um retrocesso e uma maneira artificial de criar drama, especialmente com a justificativa final para eles se separarem novamente.

10. O excesso de subtramas e coadjuvantes
Parte da crítica apontou que a série se perde ao tentar dar espaço igual a personagens novos, dispersando o foco das protagonistas e enfraquecendo o núcleo central.



No fim, And Just Like That nunca conseguiu — nem pareceu querer — ser uma cópia de Sex and the City. Preferiu arriscar, errar, acertar e se reinventar, mesmo que isso significasse perder alguns fãs no caminho. Como eu. A série se despede deixando um mosaico de emoções: momentos memoráveis que relembram o charme e a coragem de suas personagens, e controvérsias que reforçam como a TV e o mundo mudaram desde os tempos dos cosmopolitans no Pastis. Para uns, ficou a sensação de que o adeus foi agridoce; para outros, a certeza de que, assim como Nova York, Carrie e suas amigas nunca param de se transformar. Mas todos prontos para se despedir.


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