Os 10 episódios inesquecíveis de Only Murders in the Building

Em poucas semanas vamos retomar nossas aventuras no Arconia com Only Murders in the Building, a série que mistura comédia, mistério e metalinguagem de forma brilhante. Antes disso, vale revisitar os 10 episódios mais marcantes até aqui — aqueles que conquistaram os fãs com reviravoltas, humor e uma criatividade narrativa sem igual.

1- Episódio 7, Temporada 1, The Boy From 6B

Com a investigação focada em uma rede de crimes antigos originados dentro do prédio, um jovem misterioso vira o jogo para espionar Charles, Oliver e Mabel.

Esse episódio, para mim, segue como lendário por sua ousadia narrativa. Contado quase inteiramente sem diálogos, ele dá protagonismo a Theo (filho de Teddy Dimas) e mostra a investigação sob uma nova perspectiva. Foi elogiado internacionalmente por sua representação autêntica de um personagem surdo e chegou a receber o Seal of Authentic Representation da Ruderman Foundation. É um exemplo de como a série ousa experimentar dentro do formato tradicional de comédia criminal.

2- Episódio 6, Temporada 4, Blow-Up

Um documentário é feito por The Brothers Sisters.

Esse episódio é “sens-sa-ci-o-nal” justamente pelo recurso narrativo: toda a trama é contada através de múltiplas lentes — celulares, super 8, câmeras de segurança, drones. É um jogo visual que renova a linguagem da série e a aproxima do universo dos true crime e documentários modernos, mantendo o humor afiado.

3- Episódio 5, Temporada 2, The Tell

Mabel organiza uma festa para um público eclético de artistas, que também serve ao duplo propósito de desmascarar um mentiroso no meio do trio. Oliver recorre a um jogo de festa e a uma era que, segundo ele, desperta o melhor dele para descobrir a verdade e qualquer possível psicopata assassino.

O grande trunfo desse episódio está no uso do jogo Son of Sam. O que começa como uma brincadeira inocente em uma festa se transforma em uma linha narrativa que atravessa o tempo, conectando passado e presente com uma habilidade impressionante. Não apenas acompanhamos as hipóteses sobre o crime atual, como também somos guiados a descobrir um dos segredos mais profundos de Oliver — algo que redefine a forma como entendemos suas escolhas e sua relação com os outros personagens. O episódio equilibra emoção e humor, entregando uma experiência que é ao mesmo tempo comovente e incrivelmente divertida.

4- Episódio 8, Temporada 3, Sitzprobe

No dia do ensaio mais crítico do espetáculo, a pressão aumenta. Um oficial conhecido retorna para encerrar o caso, o passado complexo de Loretta ameaça destruir tudo, e Charles precisa finalmente cantar sua música sem perder a compostura.

O episódio mescla a tensão de Charles diante de um sitzprobe enquanto as investigações avançam. Um sitzprobe é um ensaio clássico dos musicais, quando os atores cantam acompanhados pela orquestra pela primeira vez. Não há coreografias nem encenações — todos ficam sentados, focados apenas no encontro entre voz e música. É um momento decisivo porque expõe qualquer fragilidade, sem truques de palco para esconder. Nesse contexto, temos também o segredo de Loretta revelado, em uma aula de teatralidade e humor. E é um verdadeiro show de Steve Martin, que encara de frente a grande dificuldade da canção e transforma um ensaio técnico em espetáculo emocionante. A narrativa é, mais uma vez, brilhante.

5- Episódio 3, Temporada 4, Two for the Road

Charles, Oliver e Mabel relutantemente se juntam a novos investigadores… os atores Eugene Levy, Zach Galifianakis e Eva Longoria.

Aqui é difícil conter o riso: os três astros do filme OMITB usam os métodos de “quebrar personagens” com uma precisão ainda maior do que psicólogos, e por isso conseguem “investigar” tão bem quanto qualquer detetive — profissional ou amador.

6- Episódio 9, Temporada 3, Thirty

O trio reuniu uma infinidade (sim, uma infinidade) de pistas, suspeitos e teorias, mas não encontrou respostas concretas sobre o assassinato de Ben. Eles elaboram um método peculiar de se aprofundar no caso real para recriar os momentos finais da vida de Ben.

É um episódio em que todos parecem querer matar Glenroy, mas é particularmente tenso, metalinguístico em cada cena e um grande momento de Paul Rudd e Meryl Streep.

7- Episódio 3, Temporada 1, How Well Do You Know Your Neighbor?

Oliver usa suas habilidades de diretor de teatro para analisar o caso. Charles e Mabel interrogam um amante obsessivo de gatos.

Mais um flashback abre o episódio, e vamos nos familiarizando com o estilo nada usual de Oliver. Se Mabel é boa em quebra-cabeças e Charles traz a experiência de ator de séries policiais, é a cabeça nada tradicional de Oliver que domina a cena. Afinal, quando Sting, sim ele mesmo, pode virar um suspeito de assassinato em Manhattan? Hilário!

8- Episódio 6, Temporada 3, Ghost Light

Todos os caminhos levam o trio de volta ao Teatro Goosebury durante uma tempestade de tirar o fôlego. Com Howard como guia nervoso, eles rastreiam um fantasma lendário que assombra o teatro há gerações. Buu.

Se há uma coisa que é real — e divertida — são as superstições do mundo do teatro. E, claro, fantasmas fazem parte disso. Contar tudo de forma clara, divertida e contextualizada é uma assinatura de OMITB.

9- Episódio 4, Temporada 3, The White Room

O medo de Charles em relação ao palco atinge níveis inimagináveis, envolvendo uma ruptura com a realidade e várias bonecas. Mabel é confrontada por um indivíduo misterioso de seu passado com uma proposta crucial.

O chamado White Room é um termo do teatro para aquele momento em que o ator simplesmente apaga em cena. A mente fica em branco, como se fosse transportada para um vazio — e o corpo segue em piloto automático, sem que o intérprete tenha consciência do que está fazendo. É um dos maiores pesadelos para quem vive do palco porque, diferente da TV ou do cinema, não existe a possibilidade de “cortar e repetir”.

No episódio, esse fenômeno ganha uma representação literal e ao mesmo tempo surreal: vemos Charles em um quarto totalmente branco, vestido de branco, tentando se situar naquele espaço sem referência. A sequência é brilhante porque mistura comédia absurda — com Charles reaparecendo em cena sem calças e em meio ao caos — e uma reflexão dolorosa sobre vulnerabilidade. O White Room aqui não é apenas uma piada teatral, mas um ponto de virada na trajetória de Charles, revelando seus limites, seus medos e a pressão de estar exposto diante de uma plateia (ou da vida). Esse equilíbrio entre humor e fragilidade faz do episódio algo memorável.

10- Episódio 07, Temporada 2, Flipping the Pieces

O incidente de Mabel no metrô a leva a receber ajuda de um aliado improvável. A jornada deles os conduz a um lendário parque de diversões que acaba se revelando cheio de terror — enquanto as diversões e as evidências permanecem no Arconia com Charles e Oliver.

Numa virada surpreendente, com elementos narrativos novamente divertidos e conectados com o episódio 7 da primeira temporada, Theo reaparece e ajuda Mabel a superar a limitação de comunicação com ele (ela não domina a linguagem de sinais). Juntos, conseguem conectar algumas peças importantes do quebra-cabeça.

Todos os episódios incluem a trilha sonora mais original e maleável de todas, assinada por Siddharta Kosla. Como amo essa série!

Esses 10 episódios mostram como Only Murders in the Building é capaz de equilibrar inovação estética, humor e mistério de maneira única. Que venha a próxima temporada — e que venham novos momentos tão memoráveis quanto esses. Quais são os seus favoritos?


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