Louisa Jacobson: A Filha de Meryl Streep Brilha em The Gilded Age

Nascer filha de Meryl Streep não deve ser exatamente fácil. O sobrenome é sinônimo de lenda viva, e qualquer passo artístico sempre carrega a comparação inevitável. Mas Louisa Jacobson, a caçula da família que cresceu longe dos holofotes em Connecticut, decidiu não fugir dessa herança: escolheu a arte como caminho e vem, aos poucos, construindo uma trajetória que é só dela.

A princípio, Louisa até tentou escapar da vocação — estudou psicologia em Vassar e poderia ter seguido outros rumos. Mas o teatro a fisgou de vez. Passou por Londres, com a British American Drama Academy, e consolidou sua formação na exigente Yale School of Drama, onde tantas carreiras respeitadas nasceram, incluindo a de sua mãe. De lá, vieram os primeiros papéis no palco: Native Son, The Member of the Wedding, Romeu e Julieta. O suficiente para que críticos e diretores notassem que não se tratava apenas de “a filha da Meryl”, mas de uma atriz que levava o ofício a sério.

A grande virada veio em 2022, quando Julian Fellowes a escolheu para viver Marian Brook em The Gilded Age, da HBO. Louisa venceu audições disputadas — concorreu com atrizes jovens já rodadas em séries e até com a futura colega, Taissa Farmiga— e levou o papel central, justamente a órfã que chega à Nova York dourada do século 19 tentando encontrar seu espaço entre tias aristocráticas. Era, de certo modo, um reflexo de sua própria posição: uma novata cercada de gigantes, como Christine Baranski e Cynthia Nixon. Mas funcionou. No ar, Louisa encontrou equilíbrio entre ingenuidade e força, e rapidamente conquistou fãs.

As críticas iniciais foram observadoras: muitos se perguntavam se ela estaria à altura do elenco estelar. Mas a cada temporada, sua Marian foi ganhando profundidade — e Louisa, segurança. Não à toa, em 2023 ela já dividia com os colegas uma indicação ao SAG Awards, reconhecimento de que seu trabalho não passava despercebido.

Paralelamente, o teatro nunca deixou de ser um espaço de experimentação. Em Los Angeles, brilhou na peça Trayf; em 2024, foi assistente de direção em Invasive Species Off-Broadway. E este ano, mergulha em Trophy Boys, um projeto que desafia convenções e reafirma sua busca por papéis menos óbvios.

Se a TV lhe deu visibilidade, o cinema começa agora a abrir suas portas. Louisa integra o elenco de Materialists, filme de Celine Song — a mesma diretora de Past Lives —, ao lado de nomes como Dakota Johnson, Chris Evans e Pedro Pascal. Um salto significativo para alguém que até pouco tempo carregava o rótulo de “novata”.

Mas talvez o passo mais marcante não tenha sido artístico, e sim pessoal. Em 2023, durante o Mês do Orgulho, Louisa revelou publicamente sua identidade queer e seu relacionamento com a designer Anna Blundell. O gesto trouxe não só uma nova dimensão de sua imagem, como também reconhecimento: recebeu o Visibility Award da Human Rights Campaign por seu ativismo. Num meio ainda marcado por pressões de imagem e silêncio, Louisa optou por se mostrar inteira.

Agora, em 2025, ela retorna para a terceira temporada de The Gilded Age prometendo “plot twists” e novos caminhos para Marian, ao mesmo tempo em que solidifica seu espaço como artista de múltiplos palcos — TV, teatro, cinema — e de múltiplas verdades. Da sombra da mãe, Louisa Jacobson passou a brilhar com sua própria luz.


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