Chief of War – Episódio 6: “The Splintered Paddle”

O sexto episódio de Chief of War aprofunda o conflito central da série: a luta entre a diplomacia e a guerra como caminhos possíveis para o futuro do Havaí. Depois de queimar várias construções, Keōua se torna o ponto de discórdia. De um lado, Kupuohi, Ka‘ahumanu e Kamehameha acreditam que é hora de negociar, que a união das ilhas é essencial para resistir à ameaça maior representada por Kahekili. Do outro, Ka‘iana insiste que qualquer tentativa de conversa é inútil, porque Keōua jamais se curvará — e cada minuto perdido em diálogo enfraquece a resistência contra um inimigo que se fortalece.

Esse embate de visões não é apenas militar, mas cultural. Ka‘iana traz consigo a experiência de quem já viu armas e exércitos externos, e enxerga na força bruta a única possibilidade de paz duradoura. Já Kamehameha tenta algo mais raro: criar uma nova lógica de poder, na qual a lei substitui a vingança. Sua “Lei da Remada Pacífica” nasce de uma experiência pessoal de violência e busca transformar a tradição de desconfiança em um pacto de justiça mínima — ninguém pode ser morto sem motivo. Uma decisão que, além de resguardar Keōua dos impulsos de Ka‘iana, aponta para a ideia de uma liderança que quer ser diferente do passado.

Enquanto isso, em Maui, Kahekili perde gradualmente a razão. O filho, Kupule, percebe a deterioração do pai, mas a brutalidade do rei o impede de reagir. É nesse ambiente de fragilidade que surgem conspirações silenciosas para derrubá-lo. A ironia é que Keōua, cego ao perigo, se aproxima justamente de Kahekili em busca de reforços. Em troca da promessa de neutralidade, recebe um comandante fanático, plantado estrategicamente para manipulá-lo. A ameaça maior talvez não venha do campo de batalha, mas das alianças que ele próprio tece.

O episódio fecha de forma quase poética, com Ka‘ahumanu resumindo a relação entre os dois homens que disputam a condução do Havaí: “Kamehameha é o coração, Ka‘iana é o punho”. Uma metáfora poderosa que deixa claro o dilema da série — o futuro das ilhas dependerá da convivência impossível entre sensibilidade e brutalidade, entre quem sonha com lei e quem acredita apenas na espada.


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