Até o final de 2025, ou boa parte de 2026, aposto que em algum momento vai pensar que o ator James Norton está em todo lugar. Em especial, séries de época. Porque é verdade.
Sua ascensão global parecia apenas questão de tempo. Nascido em 1985, em Londres, filho de dois professores, Norton cresceu em Malton, no condado de North Yorkshire. A ligação com a arte veio cedo: ainda adolescente, descobriu o palco como espaço de transformação e escolheu um caminho pouco linear. Estudou Teologia em Cambridge, mas a formação acadêmica não foi um desvio: ali, entre textos bíblicos e filosofia moral, ele começou a moldar a densidade que mais tarde marcaria seus personagens. Da universidade, seguiu para a Royal Academy of Dramatic Art (RADA), onde lapidou a técnica. Esse equilíbrio – erudição intelectual e rigor teatral – se tornaria sua marca.

Antes de ocupar o posto de “ator que será impossível não ver em 2025”, Norton trilhou uma carreira cuidadosamente construída. O primeiro grande impacto veio com Happy Valley, na pele do psicopata Tommy Lee Royce. Sua interpretação foi tão perturbadora que quase o prendeu a papéis de vilão, mas revelou uma intensidade rara. Depois, conquistou um público mais amplo como o vigário Sidney Chambers em Grantchester, papel que misturava carisma, fragilidade e espiritualidade – como se toda sua formação em Teologia tivesse finalmente encontrado a tela. Em Guerra e Paz, da BBC, foi o príncipe Andrei, papel clássico que demandava elegância e gravidade.
Mas foi McMafia, de 2018, que o lançou em escala global. Na série da BBC e AMC, ele viveu Alex Godman, filho de um mafioso russo tentando escapar do passado familiar, mas inevitavelmente sugado pelo submundo do crime. Foi um sucesso internacional, visto em mais de 180 países, que colocou seu nome nas conversas sobre a nova geração de protagonistas britânicos capazes de sustentar uma narrativa complexa. Norton parecia, ali, pronto para voos maiores – e eles finalmente chegaram agora.

Em 2025, três produções colocam James Norton sob uma luz que dificilmente se apagará. Em House of Guinness, da Netflix, ele é Sean Rafferty, personagem no coração da saga da família responsável pela icônica cervejaria irlandesa, numa narrativa que mistura história, ambição e a construção de um império. Na BBC, ele assume talvez o papel mais arriscado de sua carreira em King and Conqueror, onde interpreta Harold Godwinson, último rei anglo-saxão da Inglaterra, enfrentando William, o Conquistador, em um épico que culmina na Batalha de Hastings. O detalhe é que, além de protagonista, Norton é produtor executivo – sinal claro de que ele não se limita a emprestar o rosto, mas também deseja participar da arquitetura da história. E, como se o destino tivesse reservado um espaço inevitável em um dos maiores fenômenos televisivos do mundo, Norton chega a Westeros: na terceira temporada de House of the Dragon, ele encarna Ormund Hightower, senhor de Oldtown e peça estratégica na dança sangrenta pelo Trono de Ferro. É a consagração em escala planetária, com direito a dragões e batalhas.
Os rumores de que seria o próximo James Bond, naturalmente, voltaram a circular com ainda mais força. Norton, no entanto, trata o assunto com ironia, negando sempre que pode, classificando como “especulação divertida, mas sem fundamento”. De fato, não precisa de 007: já é protagonista em projetos que ampliam seu alcance de forma orgânica. Sua vida pessoal também não escapa ao interesse: ele viveu um relacionamento intenso com a atriz Jessie Buckley e depois com Imogen Poots, com quem chegou a ficar noivo antes da separação em 2023. Mais recentemente, seu nome foi associado à modelo Charlotte Rose Smith, mas Norton tem preferido manter sua intimidade longe dos holofotes. Discreto, encontrou no budismo uma prática de equilíbrio e já contou que retiros espirituais o ajudaram em momentos de transição. Também fala abertamente sobre o diabetes tipo 1, diagnosticado ainda jovem, como parte de sua vida e não como obstáculo.


Esse retrato ajuda a compreender por que James Norton é o nome inevitável de 2025: ele não é apenas o ator que transita entre épicos históricos, thrillers contemporâneos e universos fantásticos. É alguém que carrega na trajetória uma formação singular, escolhas inteligentes e uma vida pessoal marcada por discrição e consistência. Se até o ano passado ainda era possível perguntar “quem é mesmo James Norton?”, agora não há mais dúvida: ele é o rosto que o mundo verá em telas de todos os tamanhos, do streaming à HBO, do drama intimista ao espetáculo épico. E será impossível não lembrar o nome.
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