Nunca fiquei tão angustiada em antecipar em quem O Olho – o vilão mais popular de Alien: Earth – iria escolher como novo hospedeiro. E confesso que terminei a temporada com sentimentos mistos: alívio por algumas respostas, frustração por outras não virem, e uma pontinha de decepção por sentir que vi menos ação de xenomorfos do que esperava.
Entre erros e acertos, Wendy brilhou sem tirar um fio de cabelo do lugar. Mas o final foi mais um ponto e vírgula do que um ponto final. E, sim, isso me deixou ansiosa para o que virá – mas também um pouco “roubada” da catarse que um season finale normalmente traz.
Vamos ao recap.

Recap – “The Real Monsters”
O episódio 8 encerra a primeira temporada com tudo o que amamos: ação brutal, diálogos afiados e um cliffhanger de roer as unhas.
Neverland está um caos: um Xenomorfo solto, os Lost Boys punidos pela fuga fracassada e Boy Kavalier sem controle algum da situação. Wendy, por sua vez, precisa lidar com a raiva do irmão por ter ferido Nibs e assumir um papel que a série claramente construiu para ela: o de líder, de possível “rainha” – algo que a assusta tanto quanto empodera.
Hermit e Morrow, improváveis companheiros de cela, encontram um terreno comum na raiva contra as corporações e se libertam com a ajuda de Wendy, que parece ter elevado seus poderes tecnológicos ao máximo. Hermit corre para encontrar os Lost Boys, Morrow vai atrás de Kirsh, e a luta dos dois é um espetáculo digno da Attitude Era da WWE, assistido pelas crianças como se fosse TV a cabo.
Wendy, que controla o xenomorfo à distância, está revoltada com todos os humanos (eles são maus, muito maus), e como um cãozinho adestrado, esse predador faz tudo que sua mestre manda. E ela quer vingança. Graças a ela, os Lost Boys descobrem que seus corpos são armas vivas. Eles deixam de ser vítimas e tomam o controle da narrativa – é a verdadeira virada da temporada.

Inicialmente brava com Joe por ter atirado em Nibs, porque entende que o irmão escolheu os soldados humanos ao invés dela e dos Lost Boys, ela ainda gosta de Joe. Sorte dele porque Kavalier tinha mesmo programado passar o Ocellus para um humano. Mas como Wendy entra no circuito e impede, até o fim do episódio não sabemos quem será o novo hospedeiro. O alien inteligente sabiamente foge e fica desaparecido por um bom tempo (no qual fiquei esperando todo momento sua volta) até que, no final, rasteja até o corpo de Arthur na praia e o reanima ao se alojar em seu olho. É perturbador, arrepiante e a deixa perfeita para a segunda temporada: Arthur está de volta, mas como marionete do alienígena.
Na última cena, todos inimigos dos Lost Boys – Dame Sylvia, Morrow, Atom, Kirsh (danificado) e Kavalier – estão presos e os híbridos se autoproclamam governantes de Neverland. Sim, com o apoio de dois Xenomorfos. Algo que faz Kavalier sorrir, seja de raiva, alívio, admiração ou medo. Não saberemos até a segunda temporada.


Força e Fragilidade do Final
O episódio foi sólido, mas fica a sensação de que Alien: Earth preferiu “pausar” a história ao invés de concluí-la. Será que devemos torcer pelos “mocinhos” quando são tão superiores aos “vilões” ? Wendy pode vir a ser uma das piores ameaças da série e Noah Hawley trouxe um olhar sofisticado para o universo Alien, misturando horror, filosofia e drama familiar. Cada episódio explora o universo de terror com nova perspectiva. Bom, né?
Confesso que Alien: Earth me pegou de surpresa. A série rapidamente se tornou um fenômeno entre geeks e fãs do universo Alien – um clube do qual eu nunca fiz parte. Para mim, o maior triunfo foi a qualidade de produção, impecável do início ao fim. Mas senti falta de uma heroína mais empática, como era a tradição da franquia. Wendy, para mim, foi o elo mais fraco – e transformar o xenomorfo em algo próximo de um “pet” foi um golpe na mitologia que me incomodou. Ainda assim, o elenco é incrível, e há material suficiente para uma segunda temporada amarrar todas – ou pelo menos a maioria – dessas pontas soltas. Não sei se volto para a próxima leva de episódios… mas que foi uma viagem intensa, isso foi.
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