Um dos maiores clássicos dos anos 1980s foi criado dois anos antes do nascimento de Taylor Swift. Mas é um dos destaques de seu novo álbum, The Life of a Showgirl. Quem viveu a febre George Michael certamente já sabe do que estou falando.
Em 1987, o astro britânico lançava Faith, seu primeiro álbum solo. Entre os singles de sucesso, Father Figure se destacava por sua aura distinta: nascida de uma decisão técnica — retirar a batida de caixa —, transformou-se em uma balada hipnótica, quase gospel.
A letra, ambígua e provocadora, explorava intimidade, poder e desejo de forma inquietante. Mais do que “paternidade”, canta sobre uma fantasia de proteção/intimidade em que o eu-lírico promete cuidado e entrega — uma sedução pop que flerta com papéis/role-play e “desejos proibidos”, sem explicitar rótulos, algo que críticos veem como politicamente subversivo para 1987–88.

O clipe em preto e branco, dirigido por Andy Morahan, consagrou George como ícone do pop e levou o prêmio de Melhor Direção no VMA de 1988, com imagens agora icônicas de George como taxista envolvido com uma modelo (Tania Coleridge).
E, em 2025, volta a ter destaque tanto no cinema como na música.
O significado de “Father Figure”
Mais do que uma canção de amor, “Father Figure” sempre foi lida como uma reflexão sobre cuidado, vulnerabilidade e papel social nos relacionamentos. George Michael falava de intimidade com uma devoção sensual que desafiava rótulos de gênero e sexualidade — um tema que se conectaria, anos depois, às suas próprias batalhas pessoais e libertações públicas.
A música nunca desapareceu da cultura pop. Foi usada em filmes como Keanu (2016), que ironizava a devoção a George Michael, e Atomic Blonde (2017), além de reaparecer em Glee. Mas o renascimento mais explosivo veio com Babygirl (2024).
Na cena mais comentada do filme, Samuel (Harris Dickinson) dança sem camisa para Romy (Nicole Kidman), sua chefe e amante, ao som de “Father Figure”. A diretora Halina Reijn explicou que a escolha da faixa refletia a liberdade e vulnerabilidade que George Michael representava. Ela quis inverter papéis de gênero, dando a Romy o lugar de poder, enquanto Samuel se expunha com fragilidade.

“Todos nós temos uma criança dentro de nós que precisa ser cuidada, seja aos 6 ou aos 80 anos”, disse Reijn. O resultado foi imediato: a cena viralizou no TikTok, multiplicou recriações e devolveu “Father Figure” ao centro das conversas culturais.
Taylor Swift e o novo capítulo
Agora, em 2025, Taylor Swift leva a história adiante. Seu novo álbum, The Life of a Showgirl, que será lançado em 3 de outubro, traz uma faixa chamada “Father Figure”, oficialmente creditando George Michael como coautor.
A canção não é um sample, mas uma interpolação da melodia original. O espólio de George Michael celebrou a homenagem em comunicado oficial: “Não tivemos nenhuma hesitação em aceitar essa associação entre dois grandes artistas e sabemos que George teria sentido o mesmo.” Kenny Goss, parceiro de longa data do cantor, reforçou que George ficaria orgulhoso da iniciativa.
Taylor descreve o novo álbum como fruto da energia vibrante da Eras Tour: exuberante, dramático, carregado de efervescência. Reimaginar “Father Figure” dentro desse contexto é tanto uma homenagem quanto uma afirmação de continuidade — um clássico dos anos 1980 ressignificado pela maior estrela pop do presente.

Um legado em constante reinvenção
De um clipe premiado em 1988 à cena viral de Babygirl em 2024, e agora como ponto de encontro entre George Michael e Taylor Swift, “Father Figure” prova sua capacidade de atravessar gerações. É uma canção que fala de desejo e cuidado, de poder e fragilidade, mas sobretudo de liberdade — a mesma que George conquistou em vida e que artistas como Swift continuam a explorar em sua música.
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I Think Taylor Swift should get a Hollywood Walk of Fame
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I Think Taylor Swift Is the G.O.A.T
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I Think Taylor Swift Is a breathtaking beauty”🎆
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