The Morning Show – Temporada 4, Episódio 4: turbulência apenas começando

É difícil torcer por alguém em The Morning Show. O universo da série é povoado por pessoas infelizes, obsessivas, de moral flexível e ambições estratosféricas. O drama político e social serve de pano de fundo, mas também de combustível para o espetáculo do colapso — e, ainda assim, ninguém nega que é um ótimo drama.

Entre todos, Billy Crudup continua sendo o centro magnético da série com seu Cory Ellison: trágico, indecifrável, cínico e, paradoxalmente, apaixonante. Sempre que age corretamente, paga mais caro do que quando erra. Diante de tantos esqueletos no armário, voltar para a UBN é só mais uma das decisões equivocadas da sua vida — e mesmo assim, Cory não consegue evitar. Sua loucura é tamanha que chega a ser comovente. É um personagem sem respiro, e talvez por isso tão humano.

O episódio, batizado com ironia de “Love the Questions”, mostra que as respostas, aqui, nunca são fáceis — nem amorosas. São múltiplas crises simultâneas: profissionais, pessoais, éticas e estratégicas. Um avião em pane, uma redação sem líder desde a saída de Mia, chantagens, amores proibidos e a eterna corrida contra o relógio. Quando termina, queremos mais.

O caos no ar: entre o breaking news e o colapso interno

Com Mia fora da UBN, a redação do The Morning Show está à deriva. E, no pior momento possível, um avião em rota de JFK para LAX sofre uma falha técnica em pleno voo. A equipe reduzida precisa improvisar uma cobertura ao vivo — e o desespero de cada um fala mais alto.

Juntar tantos neuróticos e egocêntricos em um espaço confinado só funciona quando há uma tragédia maior lá fora — e nem sempre.

Yanko, ansioso, ensaia um quadro para pedir Ariana em casamento no ar, mas o plano é soterrado pelo noticiário. Para piorar, ele descobre que Claire está de volta a Nova York. Ele sabe o quanto ela o feriu, mas o brilho no olhar entrega: ainda não superou a ex-estagiária.

A condução da cobertura do possível desastre recai sobre Alex Levy, mesmo que o jornalismo não seja mais seu território direto. Sem ela, teria sido um fiasco total. E ver Chip de volta à sala de controle traz um toque de nostalgia para os veteranos — e puro pânico para os novatos.

Alex, Martin e o fantasma da reputação

Enquanto tenta apagar incêndios na redação, Alex enfrenta um inferno particular. Seu pai, o egocêntrico e insuportável Martin, liga furioso por conta das acusações de plágio em seu primeiro livro. Ele jura que é absurdo — sem jamais nos convencer — e, como de costume, culpa a filha pela exposição.

Mais do que isso: exige que ela “resolva” o problema, pressionando para que a matéria seja enterrada. Quando Alex recusa subornar a repórter Justice — que, por sua vez, pede um emprego na UBN em troca do silêncio —, Martin reage com desprezo. Moral pessoal, afinal, parece ser apenas uma sugestão para os Levys.

Bradley, Chip e o caso Wolf River

Enquanto isso, Bradley e Chip continuam a investigação sobre Wolf River, o caso abafado que levou o advogado Kenneth Stockton a uma morte convenientemente classificada como suicídio.

Para avançar, Bradley busca ajuda de Ashley, agora na Eagle News. Ashley só entrega informações se receber algo em troca. Antes que o acordo se concretize, Alex flagra os dois conspirando nos bastidores. A tensão é imediata, mas o pragmatismo fala mais alto: se Bradley desistir, a Eagle publicará primeiro.

Alex decide então se unir à jornalista, cedendo o que Justice queria — um dossiê sobre o grupo Extinction Revolt —, um sacrifício calculado em nome de algo maior.

Mas quando tudo parece enfim se alinhar, o episódio vira o tabuleiro. O homem por trás do encobrimento de Wolf River era Earl, o “fixer” pessoal de Cory Ellison. Em outras palavras, Cory matou a história. E, como sempre em The Morning Show, a verdade chega no pior momento possível — justo quando Bradley começa a se deixar envolver por ele novamente.

Cory, Celine e a traição perfeita

Eu avisei: Cory ia sair despedaçado de novo — e, desta vez, pelas mãos de Bradley. Ele vai sobreviver, claro, mas será impossível não sentir pena. Ele realmente a ama, e isso nunca foi recíproco na mesma medida.

Depois de acordar ao lado dela — em rara cena de calma —, Cory volta à UBN para vender o que acredita ser seu grande plano estratégico à presidente do conselho, Celine (a impecável Marion Cotillard). O que ele não espera é que ela também tenha um plano: quer ser CEO e precisa derrubar Stella.

Celine sabe que Cory guarda informações comprometedoras sobre a executiva, e faz uma proposta tentadora: 200 milhões de dólares e o financiamento do projeto cinematográfico, em troca de Stella. Ele hesita, mas, no fim, cede.

Ao revelar que Stella tem um caso com Miles, o marido de Celine, Cory assina sua sentença moral. A francesa, que não suspeitava, mascara o choque — mas já está armando a retaliação.

O problema é que Cory não faz ideia de que Bradley, ao mesmo tempo, está prestes a publicar a matéria que expõe suas manipulações no caso Wolf River. O romance entre os dois, que parecia finalmente possível, agora está condenado.

Será que ele consegue se explicar — ou é o início do fim para o homem que acreditava poder controlar tudo?


Descubra mais sobre

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe um comentário