Além do Certo e do Errado, um Rio: o penúltimo capítulo de Task

Estamos na reta final de Task, e tudo indica que o penúltimo episódio será o ponto sem retorno da temporada. O título — Out Beyond Ideas of Wrongdoing and Rightdoing, There Is a River — vem de um poema escrito no século 13 por Jalal al-Din Rumi, o poeta e místico persa que transformou espiritualidade e amor em linguagem universal.

Em sua tradução mais conhecida, feita por Coleman Barks, o verso original diz:

“Out beyond ideas of wrongdoing and rightdoing, there is a field. I’ll meet you there.”
(Além das ideias de certo e errado, há um campo. Eu te encontrarei lá.)

No poema A Great Wagon, Rumi fala sobre a transcendência da moral humana, um lugar — ou estado — em que as oposições desaparecem. Lá, não há “certo” nem “errado”, apenas a verdade do espírito. É um convite à empatia e ao abandono do julgamento. O campo (ou, na versão adaptada do episódio, o rio) representa a fronteira entre o que conhecemos e o que está além — a travessia entre culpa e redenção, vida e morte, vingança e perdão.

Ao trocar “campo” por “rio”, a série reforça o simbolismo da passagem. O rio é fluido, inevitável, e, como em tantas tradições, um portal: ele pode purificar, separar mundos, ou marcar o ponto final. É a metáfora perfeita para o momento em que Task se encontra.

Um confronto sem vencedores

A sinopse do episódio antecipa o inevitável:

“Múltiplas facções entram em confronto em uma floresta, desencadeando uma batalha intensa que muda tudo. Robbie e os grupos rivais se enfrentam em um embate decisivo, com consequências duradouras.”

FBI, Dark Hearts e antigos aliados agora se misturam em uma teia de traições, e Robbie, movido pela vingança, parece atravessar seu próprio “rio” — o limite moral e emocional de quem já perdeu quase tudo. A tentativa de Tom em ajudá-lo soa como um último gesto de fé, mas TASK nunca foi uma série de esperanças fáceis. Robbie luta pela sobrevivência, mas já parece compreender o que o título anuncia: não há mais certo, nem errado. Só o preço de cada escolha.

O episódio que redefine tudo

A escolha de Rumi como referência não é apenas estética — é filosófica. Task sempre trabalhou o peso da culpa, a complexidade da lealdade e a fragilidade da moral em situações extremas. O episódio promete unir essas forças em um clímax devastador, em que cada personagem será obrigado a olhar para o que restou de si.

“Além das ideias de certo e errado, há um rio.”
É lá — nesse espaço de silêncio e dor — que Task deve nos deixar à beira da travessia, esperando o desfecho.


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