Harlan Coben tem um dom raro: transformar histórias de mistério em tragédias familiares com alma de novela. Seus personagens não são vilões nem heróis, são pessoas esmagadas por segredos, culpa e coincidências que mudam tudo. O que o move não é o plot twist, mas o impacto do que ele provoca — e é justamente essa combinação de dor e mistério que o tornou um dos autores mais adaptados do streaming.
Depois de sucessos como The Stranger, Fool Me Once e Stay Close, Coben agora aposta em uma história original: Lazarus, escrita ao lado do roteirista britânico Danny Brocklehurst, parceiro de longa data e vencedor do BAFTA. E, mais uma vez, ele acerta no coração do público antes mesmo da estreia.

O retorno de quem nunca partiu
Em Lazarus, Sam Claflin vive um homem que volta à cidade natal após o suicídio do pai (Bill Nighy). É quando o luto vira vertigem: ele começa a perceber sinais estranhos, memórias distorcidas e coincidências demais para serem apenas culpa. Aos poucos, a morte do pai se liga ao assassinato não resolvido da irmã, 25 anos antes — e o protagonista se vê preso entre o passado e a loucura.
O título Lazarus não é gratuito. Coben trabalha com a simbologia do renascimento, da dor que insiste em voltar à vida e do preço de reviver o que deveria permanecer enterrado. Como sempre, o mistério é o veículo para algo muito mais íntimo: o trauma, a culpa e a necessidade de redenção.
Sam Claflin, o homem certo no lugar certo
Coben escolheu o protagonista ideal. Sam Claflin, com seu olhar que mistura vulnerabilidade e fúria contida, carrega a série nas costas com uma intensidade que o público já conhece — e admira.
Ele tem um talento raro para expressar o desespero de homens que parecem estar sempre à beira do colapso. De Me Before You a Peaky Blinders, passando por Daisy Jones & The Six, Claflin vem consolidando uma carreira que se equilibra entre o carisma e a dor, entre o galã clássico e o ator de peso dramático. Em Lazarus, ele mergulha no papel com entrega total, encarnando um homem perseguido tanto por fantasmas quanto por lembranças.
É o tipo de papel que pede alma — e Sam tem de sobra.


Um nome, vários mundos
O universo de Harlan Coben cresceu junto com o streaming. Ele encontrou na Netflix (e agora em outras plataformas) o espaço ideal para suas histórias sobre pessoas comuns em situações impossíveis. Com Lazarus, o autor leva seu estilo a outro patamar, misturando suspense policial, drama psicológico e tons sobrenaturais, sem perder o foco no humano.
Bill Nighy, no papel do pai morto, adiciona uma camada de melancolia, e o clima de mistério — sempre entre o real e o simbólico — reforça a sensação de que estamos diante de uma história sobre o que significa perder e tentar recomeçar.
O momento de Sam Claflin
Lazarus é o primeiro de uma nova leva de papéis que colocam Sam Claflin entre os protagonistas mais requisitados da TV britânica e internacional. Ele ainda estrela a aguardada adaptação de The Count of Monte Cristo, da PBS, prevista para 2026, e o thriller contemporâneo Vanished, ao lado de Kaley Cuoco, no MGM+.
Esses projetos — tão diferentes entre si — confirmam o que Lazarus evidencia: Claflin é hoje um dos atores mais completos de sua geração, capaz de habitar mundos de época, dramas intensos e suspenses modernos com a mesma autenticidade.

Em Lazarus, Harlan Coben faz o que sempre fez de melhor — mostrar que o verdadeiro mistério não está em “quem matou”, mas em quem sobrevive ao que perdeu. E Sam Claflin, com toda sua entrega e magnetismo, dá rosto e alma a esse labirinto emocional.
É a união perfeita entre o autor que entende o peso dos segredos e o ator que sabe transformá-los em dor viva.
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