The Beast In Me: O Elefante no Ambiente, Episódio 3 – Recap

Se existia alguma dúvida de onde vinha a psicopatia elegante de Nile Jarvis, o episódio a elimina com força: ela tem nome, sobrenome e presença esmagadora. Martin Jarvis — interpretado por Jonathan Banks, canalizando um Logan Roy mais perverso — é o tipo de pai que incentiva os filhos a se atacarem fisicamente. Abrimos o episódio com Martin Jarvis observando, quase com orgulho, os filhos saindo literalmente no tapa. É um pai que não separa a briga — ele incentiva. A mensagem é clara: força é tudo, empatia é fraqueza. Ficamos sabendo também que o homem que invadiu a casa de Aggie é Ricky, tio de Nile e braço operacional da família. Nada ali é acidente. Ele é meio-irmão de Martin — e, portanto, representante fiel dessa genética de brutalidade.

De volta ao presente, Nile conversa com Aggie sobre a infância. “Meu pai é católico oficialmente, mas Darwin é a religião dele”, ele diz. Sobrevivência do mais forte não é só teoria, é método de criação. A linhagem, segundo Martin, é o único legado que importa.

A mãe sacrificada e a linhagem como arma

A história que Nile conta sobre a mãe é tão devastadora que explica tudo sem esforço: ela teve 12 abortos espontâneos antes do primeiro filho, porque Martin insistia em engravidá-la a qualquer custo. Os médicos imploraram para que ela não tivesse mais filhos. Martin não aceitou.
Foram mais 5 abortos até Nile nascer. Ela morreu de câncer pouco depois.

Ele diz tudo isso com uma frieza quase clínica. E completa: Martin não aceitaria adotar — queria sangue Jarvis, um legado literal. Tão literal que, depois da morte da mãe, ele se casou de novo com uma mulher jovem e teve gêmeos via fertilização in vitro: os garotos da cena inicial.

É tanta crueldade que, perto disso, Nile quase parece… humano. Inclusive quando diz a Aggie que não quer filhos porque “os amaria demais”. Ela pergunta se isso é possível. Ele devolve: “Você me diga”.

É impossível não sentir o choque — porque toca diretamente no amor devastador dela por Cooper.

Martin vs. Niles: quem controla a narrativa?

Logo depois, vemos Martin confrontando o filho por aceitar colaborar com o livro de Aggie. Ele lembra que Nile está, na prática, em “exílio” em Long Island para sair das fofocas de Manhattan até Jarvis Yards ser concluído. Abrir a vida em uma biografia é fazer o contrário: reacender tudo.

Nile tenta argumentar que quer “controlar a narrativa”. Martin, pragmático, responde o óbvio: Aggie não é controlável. O embate entre os dois deixa claro que, se Nile é perigoso, Martin é a fonte.

Em paralelo, numa conversa com o vereador Phineas, descobrimos que Jarvis Yards está sofrendo resistência política justamente por causa das suspeitas em torno de Nile. O sobrenome já não é apenas poder, é problema.

Nina, Shelley e o jogo duplo

Nina visita o ateliê de Shelley. À primeira vista, parece só interesse por arte: ela diz que ficou impressionada com o quadro que viu na casa de Aggie e quis conhecer o trabalho da artista. A conversa é cordial, suave demais.

Mas fica a dúvida: Nina está ali pela arte, por Aggie… ou para mapear mais uma peça desse tabuleiro?

Arquivos, fantasmas e o caso Jarvis

Aggie vai ver Abbott. O apartamento dele, vazio há seis anos, revela muito: o casamento implodiu quando ele investigava o caso Jarvis. Ela insiste: Ted não se matou. Maddy deixou carta de suicídio também: padrão demais, coincidência demais. A letra trêmula, a ausência de testemunhas… tudo fede a encenação.

Abbott recua, racional. Aggie avança, paranoica, mas brilhante no raciocínio: como o smart ring de Niles registra tudo, afinal ele ativa automaticamente se a frequência cardíaca sobe acima de 90 bpm, se houve luta ou esforço, logo, a prova está no laptop.

Abbott acha improvável, mas aí surge o “demented twinkle”: ele está dentro do plano.
E conhece um analista forense digital.

Abbott entrega documentos do processo para Aggie. Ela finalmente tem acesso oficial ao passado de Nile: investigações de desaparecimento, suspeitas de fraude, uma sucessão de escombros morais bem enterrados.

Ricky, o tio que sabe demais

Depois de trocas de olhares cada vez mais carregadas entre Ricky e Nile, finalmente temos a conversa que sabíamos que vinha. Ricky está irritado com o falatório sobre o livro e, “sem segredos” (claro…), conta que descobriu que Aggie está em contato com o FBI via Abbott.

Ele ainda joga ácido emocional: acusa Nile de ter causado o infarto do próprio irmão. Na família Jarvis, ninguém morre de causas naturais — pelo menos não na cabeça deles.

Suicídio, coincidência ou assinatura?

Abbott e Aggie também falam sobre Ted. Tudo, em termos de evidência, parece suicídio, assim como o caso de Maddy Jarvis. Essa coincidência é justamente o que incomoda Aggie. Na cabeça dela, isso tem cara de assinatura, não de acaso.

A estratégia que surge é simples e perigosa: acessar os dados do smart ring de Nile, que ficam armazenados no notebook dele, incluindo geolocalização. Se ele “resolveu” Ted, o trajeto vai denunciar.

Aggie decide investigar. Agora com Abbott oficialmente dentro do plano.

Jarvis Yards, altura e ameaça

Nile liga “convidando” Aggie para conhecer Jarvis Yards. Não é bem convite — é quase convocação. Ela resiste, mas não tem como recusar sem levantar suspeitas. Abbott decide segui-la à distância. Estamos no terceiro episódio e já parece claramente que isso não vai acabar bem.

No topo do prédio, o clima é de thriller psicológico puro: eles estão no andar mais alto, com o vazio à frente. Nile fala abertamente sobre a vontade de pular, sobre a ideia de ser empurrado. É um flerte com o abismo, mas também um recado.

Em seguida, ele revela que sabe que Aggie está falando com o FBI. Sem saída, ela admite, mas diz que Abbott é “apenas uma fonte”, nada demais.

Nile ameaça desistir do livro, mas ela revida: sem ele, fará um livro não autorizado — baseado apenas nos inimigos dele. É brilhante. Nile tenta exigir “controle editorial” e Aggie promete deixar que ele leia as primeiras 100 páginas, mas secretamente.

Ele aceita e a convida para a festa dos gêmeos. Eles comentam, quase rindo, que a família alugou um elefante.

(É o título perfeito: The Elephant in the Room.)

A festa safari e a selva Jarvis

Aggie conta para Abbott que Nile já sabe sobre o contato com o FBI e mente dizendo que estão se falando apenas por causa do livro. A festa se torna, para os dois, uma oportunidade para Abbott tentar entrar na casa.

Erika, desconfiada — e claramente informada por Martin/Jarvis — tenta alertar Abbott para se afastar. A sensação é tão forte que quase ouvimos a placa: “este homem não chega ao episódio 4”.

Na festa dos gêmeos Jarvis, com tema safari, Aggie tem um momento de gatilho emocional, ela acha que vê o filho entre as crianças, é só uma lembrança, mas a dor é física.

Nile a leva para um tour pela mansão, mostrando inclusive a janela do quarto de onde pulou quando criança. Ela conhece oficialmente Ricky e Martin. É o núcleo duro do clã Jarvis, todos reunidos, todos observando.

No meio da festa, o vereador Phineas avisa que não vai mais ajudar no projeto Jarvis Yards. Politicamente, Nile está sangrando. A reação da família é de fúria mal disfarçada.

Invasão, Amy e o perigo crescendo

Enquanto isso, acompanhamos a invasão de Abbott na casa de Nile. A direção estica cada momento, milimétrica, para aumentar nossa angústia: a facilidade com que ele entra, o silêncio, os passos contidos.

No escritório, ele encontra uma foto de Amy — e temos um flash dela confrontando o agente do FBI que investigava os golpes financeiros de Nile. Mais uma camada: o milionário não é só suspeito de matar a esposa, há um rastro de dinheiro sujo atrás dele.

Na festa, Nina diz que quer organizar uma exposição com as obras de Shelley em sua galeria. Seria uma grande oportunidade, mas também um conflito de interesses envolvendo Aggie, Nile, o livro e tudo mais. Ou seja: complicado é pouco. Shelley, claro, é a que mais perde.

Irritado com os problemas de Jarvis Yards, Nile abandona a festa mais cedo. Aggie corre para avisar Abbott, que mal consegue sair da casa sem ser pego — e ainda é atacado pelo cachorro. Ele escapa, mas machucado. Ele agora tem parte da verdade no pendrive, algumas peças ganharão outra perspectiva.


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