Os rankings das plataformas, quando lidos em conjunto, funcionam quase como uma radiografia do estado emocional do público, e, por tabela, das estratégias que os estúdios acionam quando precisam garantir atenção.
A lista desta semana mostra três movimentos fortes: a força dos IPs estabelecidos, a busca por narrativas emocionais mais escuras e um retorno deliberado ao conforto, seja via comédia, nostalgia ou filmes de Natal.
*Fonte Flixpatrol

NETFLIX — Misturar conforto com colapso ainda é a fórmula mais eficiente
A Netflix segue com seu ecletismo quase caótico: um romance natalino aqui, um thriller mórbido ali, e no meio da tabela um Frankenstein que sustenta a linha dos remakes sombrios. “In Your Dreams” e “A Merry Little Ex-Mas” confirmam o apetite por escapismo, enquanto “The Carman Family Deaths” e “The Little Things” mostram que o true crime e o suspense doméstico ainda magnetizam cliques.
“Furiosa” aparecer na lista é a prova de que, quando um grande blockbuster entra no catálogo, ele quase sempre sobe — muita gente que perdeu no cinema “recupera” em casa.


A presença dupla confirma o impacto quase cultural da série The Beast In Me parte trauma, parte romance tóxico, parte estudo de personagem. O público da Netflix responde muito a narrativas que combinam intensidade emocional com uma estrutura viciante, e essa série faz isso com precisão.
“Ayşe You Stood By”, “Absentia” e “Dynamite Kiss” compõem um cardápio mais sombrio, mas o retorno de “Stranger Things” é um lembrete de que poucas coisas rivalizam com o poder de uma marca que virou mito pop.
HBO MAX — Horror, irreverência e adaptações premium são a base de 2025
O público está sedento por histórias desconfortáveis, inteligentes, densas e “Weapons” captura justamente esse espaço que o horror elevado tenta ocupar. “Wicked” e “Arthur the King” revelam o peso dos grandes lançamentos, enquanto “The Last Duel” e “Kingdom of Heaven” reforçam uma tendência curiosa: o público de fim de ano volta a consumir épicos históricos.


O terror premium de “Derry” confirma o apelo da franquia, enquanto I Love LA, que teve uma segunda temporada anunciada, funciona como uma lente hipercontemporânea sobre celebridade, caos e cultura digital — a série é muito “do agora”, e isso explica por que conversa tão bem com o público jovem-adulto.
“The Seduction”, que reconta a juventude da Marquesa de Meurteil de Ligações Perigosas aparece como representante do melodrama luxuoso, enquanto “Harry Potter: Wizards of Baking” indica o fenômeno constante dos spin-offs culinários com marca forte.
Embora seja sucesso no Brasil (e América Latina), a aguardada série sobre Angela Diniz não emplacou mundialmente na semana de seu lançamento.
DISNEY+ — A fusão entre nostalgia e conteúdo familiar ainda é o motor do streaming da Disney
O curioso aqui é a convivência harmoniosa dos clássicos e dos futuros blockbusters. A continuação de Freaky Friday mostra o perigo do streaming em dividir público que prefere esperar para ver em casa do que ir ao cinema. Por outro lado, o fato de O Diabo Veste Prada continuar entre os filmes mais vistos diz muito sobre o apelo eterno da comédia adulta bem escrita e sobre a ansiedade pela sequência, cujo trailer bombou nas redes sociais.
“Home Alone”, “How the Grinch Stole Christmas” e a nova versão de A Mão Que Balança o Berço criam uma lista quase esquizofrênica: Natal, infância e um thriller dos anos 1990 que vive seu próprio revival.


Seu guilty pleasure favorito está ali, firme, provando que o público adora acompanhar uma série que abraça sua própria incoerência. All’s Fair teoricamente é a “pior série do ano”, mas, pelo visto, não é por audiência porque desde que estreou lidera as mais vistas.
“High Potential”, “9-1-1: Nashville” e “Would You Marry Me?” marcam a demanda por procedural, romance e dramas leves. “Grey’s Anatomy” e “Modern Family” seguem sendo pilares eternos do comfort TV.
PRIME VIDEO — Tensão, romance tóxico e universos juvenis dominam completamente
Desculpem, Playdate é um lixo, mas ele Our Fault confirmam o apetite do Prime por histórias de relações desajustadas, vingança afetiva e moralidades fluidas. “Red One” continua surfando no apelo natalino e “Ghostbusters: Frozen Empire” captura o público nostálgico e familiar.
“Hazbin Hotel” domina e reforça o apelo do irreverente e o Prime cultiva sua própria assinatura com animações adultas frenéticas que podem alienar uns, mas encantam uma audiência fidelíssima. “Maxton Hall”, “The Summer I Turned Pretty” e “Yo Soy Betty la Fea” confirmam o poder das narrativas românticas adolescentes — segurança absoluta para manter engajamento.
“Malice” aparecer no top comprova a escalada discreta da série, que mistura vingança e desconforto moral num pacote viciante.

PARAMOUNT+ — O império Taylor Sheridan continua intacto
A Paramount+ é uma plataforma de filmes de acervo como “Humane” e “Here After” que convivem com “Top Gun: Maverick” e “Gladiator II”, um sinal claro de que o público de Paramount+ busca intensidade, adrenalina e protagonistas complexos.
Mas quando se trata de séries a resposta é: Sheridan, Sheridan, Sheridan
“Yellowstone”, “Tulsa King”, “Landman”, “Mayor of Kingstown”. É quase um mini-universo dentro da plataforma. Mesmo séries antigas como “Charmed” e “Sabrina” seguem aparecendo — outro sinal de que comfort TV é um porto seguro universal.

APPLE TV+ — O streaming que mais reflete curadoria e crítica
Mark Wahlberg e a continuação de The Family Plan é aquela franquia tradicional de Hollywood na qual sabemos a sequência, as piadas e o final aberto pra mais, uma fórmula mais do que estabelecida. Porque funciona, né?
E como a Apple tem um público muito peculiar vemos que consomem um blockbuster de ação, mas também se interessa por dramas íntimos como o documentário “Come See Me in the Good Light”, que está crescendo muito. Em breve a entrevista com a Megan Falley aqui no Blog. Os filmes originais têm impacto consistente, mas os pequenos dramas são quem garantem conversas.
E quando se trata de séries, o ecossistema Apple está no seu auge. A conclusão de The Morning Show beirou o épico, e as novidades Pluribus e Down Cemetery Road confirma que o público de 2025 quer thrillers políticos e narrativas investigativas mais densas, e a Apple entrega isso com uma sofisticação rara.. Slow Horses, Palm Royale (com nova temporada) e Severance sustentam um ranking poderoso. É quase uma aula de como gerir branding em séries: cada uma atende a um nicho, mas todas carregam a mesma identidade estética da Apple.

O que tudo isso diz sobre 2025?
Que fuga emocional e nostalgia dominam todos os serviços, assim como no segundo semestre o horror premium é a nova joia dos streamings. Igualmente thrillers psicológicos sobre moralidade cinzenta seguem no auge, mas franquias e IPs antigos continuam sendo o pilar financeiro. Claro, sem esquecer que “comfort TV” (Grey’s, Modern Family, Betty, SpongeBob) é onipresente. Seria um antídoto para o caos?
A ver: Stranger Things está chegando para dar uma sacudida nos rankings!

Top 10 Miscelana
1- The Morning Show (Apple TV+)
2- Down Cemetery Road (Apple TV+)
3- The Beast In Me (Netflix)
4- Landman (Paramount+)
5- Billy The Kid (MGM+)
6- Robin Hood (MGM+)


7- Frankenstein (Netflix)
8- Murdaugh: Death In The Family (Disney Hulu)
9- All’s Fair (Disney Hulu)
10- Malice (Amazon Prime Video)
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