Scarlett Johansson foi confirmada como protagonista da nova e “radical” versão de O Exorcista, desenvolvida pela Blumhouse-Atomic Monster em parceria com a Morgan Creek e a Universal. A direção e o roteiro ficam nas mãos de Mike Flanagan — e, honestamente, é aí que minha expectativa realmente começa.
Porque vamos deixar claro: O Exorcista original é perfeito. Não precisa de adjetivos extras. O filme de William Friedkin, lançado em 1973, não só redefiniu o horror, como criou um formato de terror psicológico que até hoje ninguém conseguiu replicar com a mesma força. A sugestão da possessão, as imagens gráficas, os temas pesados — tudo convergiu para traumatizar gerações, inclusive a minha. Essa é justamente a razão do meu ceticismo eterno em relação a qualquer tentativa de revisitar esse universo.

Dito isso: se existe alguém na indústria hoje capaz de trabalhar com horror psicológico, atmosfera de trauma e o peso do sobrenatural sem cair na caricatura, é Flanagan. The Haunting of Hill House, Midnight Mass, Doctor Sleep — ele enxerga o terror como ferida emocional, e não como susto barato. É o único nome que me faz considerar que talvez, só talvez, mexer em O Exorcista não seja um convite direto ao desastre.
A escalação de Scarlett Johansson reforça que o estúdio está apostando alto. A atriz vem do sucesso de Jurassic World: Rebirth, tem duas indicações ao Oscar e um poder de estrela que poucas atrizes da sua geração mantêm com tanta consistência. Curiosamente, este será seu primeiro papel de horror “puro” em anos, o que por si só já marca um momento interessante da carreira.



O novo filme não será sequência de The Exorcist: Believer (2023), que decepcionou crítica e bilheteria, apesar do investimento bilionário da Universal para ressuscitar a franquia. É uma história inédita ambientada no mesmo universo — e, talvez, essa seja a melhor notícia possível. Recomeçar do zero.
Flanagan assina roteiro e direção via sua Red Room Pictures, com produção da Blumhouse-Atomic Monster e Morgan Creek. As filmagens estão previstas para acontecer em Nova York, e este deve ser o próximo grande compromisso de Johansson na agenda.
Ainda me sinto naturalmente protetora do original — e sigo achando que algumas obras deveriam ficar em paz. Mas, se a porta precisa ser aberta de novo, que seja por alguém que entende que O Exorcista nunca foi sobre o demônio: foi sobre o medo mais íntimo do ser humano. Se Mike Flanagan conseguir tocar nesse nervo, talvez exista uma chance real de algo à altura.
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