Em Down Cemetery Road todos os caminhos levam à Dinah e, nesse caso, a uma pequena ilha na Escócia que foi literalmente apagada do mapa. Em um episódio espetacular, tenso e imprevisível — não fosse o trailer que entregou demais há um mês — eu teria ficado genuinamente apavorada por Zoë. E, mesmo sabendo que ela escaparia pelo menos dessa, acreditei a cada segundo que ela poderia se juntar a Joe (ou seja, morrer).
Como já sabíamos, Zoë estava seguindo Amos, e ele estava mais do que atento a isso. No trem, ele se organiza para eliminá-la, e é preciso elogiar a atuação de Fehinti Balogun, que está numa vibração muito Javier Bardem em Onde os Fracos Não Têm Vez: silencioso, metódico, absolutamente apavorante. Ele vai até Zoë e, sem que troquem uma única palavra, os dois entregam uma verdadeira aula de roteiro, tensão e interpretação.

A viagem até a Escócia parece ainda mais longa do que o necessário. Zoë, sempre esperta, tenta driblar Amos unindo-se a um casal de turistas americanos, depois se esconde em uma cabine, cria distrações, basicamente vira um mosquito impossível de esmagar. Ela dá tanto trabalho que ele, num primeiro momento, recua — mas não sem arrumar um pretexto para interromper a viagem em uma cidade pequena e retomar sua perseguição a Downey. O que vem depois é uma das sequências mais sombrias da série: Amos, agora livre de Zoë, sequestra e assassina o casal americano, liga para a polícia descrevendo Zoë como “um rosto de puro mal” e deixa no local a Polaroid em que ela posa com as vítimas. É brutal, seco e confirma o que já sabíamos: ele é um predador paciente, inteligente e implacável.
Em Londres, C confronta Malik por ter mentido (na verdade, por ter se enganado) sobre ter eliminado Amos — que, ironicamente, tem sido mais eficiente na missão de apagar os traços do crime da arma química do que o próprio funcionário. Sob pressão da Secretaria do Interior, C dá uma última ordem: seja Downey ou Amos, qualquer um dos dois que sobreviver ao confronto, Malik deve matar o último homem em pé. Caso contrário, ele próprio será “descartado”.

Enquanto isso, Sarah e Downey estão acampados no meio do mato, mas ele desaparece no meio da noite, deixando Sarah vagando sozinha pela cidade. A verdade é que ele a abandona para protegê-la, mas Sarah não entende a mensagem. Numa loja, ela ouve comentários sobre uma antiga base militar abandonada e corre para lá, convencida de que decifrou mais uma peça do enigma e vai encontrar Downey.
Em uma citação direta a O Silêncio dos Inocentes, acompanhamos uma sequência que parece finalmente levar a Dinah — mas não. Em vez disso, Sarah dá de cara com Zoë. A coincidência é tolerável porque a química entre Emma Thompson e Ruth Wilson é inegável; já estava mais do que na hora de uni-las. Zoë pede a Sarah que investigue mais sobre o local, que obviamente é relevante, já que ambas chegaram ali por caminhos totalmente distintos. A detetive observa dois pescadores suspeitos — que nós sabemos serem responsáveis por levar mantimentos até a misteriosa ilha de Dinah — enquanto Sarah, no pub local, repara em um mapa antigo que mostra um arquipélago com seis ilhas, enquanto o atual exibe apenas cinco. Bingo: só pode ser onde Downey está indo e onde Dinah está presa.

Antes que descubram como chegar lá, Sarah escuta que Zoë está sendo procurada como suspeita do assassinato do casal americano — uma notícia que abala a detetive, que sabe que Zoë não poderia estar perseguindo alguém e, ao mesmo tempo, matando um casal aleatório. Isso só reforça que elas têm pouco tempo e precisam sair dali imediatamente. Elas sequestram uma embarcação sem imaginar que não apenas esse é o destino de Downey, mas também o de Amos e Malik. E, para piorar, a medicação de Downey chegou ao fim.
Eu estou ansiosa para saber como todos esses vetores vão colidir — e quem, de fato, sobreviverá ao encontro nessa ilha apagada do mapa.
Descubra mais sobre
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
