Se você não acompanha de perto o universo de Game of Thrones, House of the Dragon e A Knight of the Seven Kingdoms, vai se surpreender ao saber que, no mesmo mês de sua estreia, Um Cavaleiro dos Sete Reinos já estará gravando sua segunda temporada. O que veremos em janeiro, na verdade, está pronto há meses — em tese, a série deveria ter ido ao ar ainda em 2024.


O atraso não tem relação direta com greves, mas passa, sim, por um tipo específico de cautela: o trauma coletivo do desfecho ingrato de Game of Thrones. Desde então, qualquer retorno a Westeros carrega uma sombra de desconfiança. Não por falta de história — muito pelo contrário —, mas pelo excesso de críticas acumuladas. Ainda assim, é curioso (e até admirável) que a HBO Max tenha conseguido manter as imagens da série praticamente em segredo até agora.
A estreia está marcada para 18 de janeiro de 2026, e a trama se passa cerca de cem anos antes dos eventos de Game of Thrones. Aqui não há dragões dominando os céus nem batalhas monumentais em todos os episódios. Há drama, política e violência, claro — mas os dois protagonistas são, nesse momento da história, quase estrangeiros dentro da própria mitologia que os cerca.

A proposta é justamente o oposto do excesso. E já nasce com o aval de George R. R. Martin, que, não por acaso, é crítico declarado de escolhas feitas em House of the Dragon. As primeiras imagens divulgadas apontam esse outro tom: mesas compartilhadas, festas, estradas, rostos ainda pouco endurecidos pela tragédia.
Peter Claffey encarna Dunk com uma fisicalidade imponente e um tipo curioso de doçura, enquanto Dexter Sol Ansell dá ao lendário Egg uma combinação rara de inocência e inteligência precoce.

Ao redor deles, já surgem figuras decisivas da linhagem Targaryen: Sam Spruell como Maekar, o pai severo; Bertie Carvel como Baelor, já exercendo o poder com símbolos explícitos; e Finn Bennett como o insuportável Aerion — o tipo de personagem que chega a fazer Joffrey parecer um menino malcriado inofensivo. O trono ainda não está em disputa direta, mas os destinos dos Targaryen já estão sendo silenciosamente reprogramados.
Vemos também o carisma quase brincalhão de Daniel Ings como Lyonel Baratheon, a presença luminosa de Tanzyn Crawford como Tanselle e a honestidade quase ingênua de Shaun Thomas como Fossoway.


A confiança da HBO em A Knight of the Seven Kingdoms fica evidente no gesto mais concreto possível: as gravações da segunda temporada começam antes mesmo da estreia da primeira. Em seguida, virá a terceira temporada de House of the Dragon, que volta a mergulhar no passado sangrento dos Targaryen em escala épica.
Em comparação, Um Cavaleiro dos Sete Reinos é uma produção menor, mais contida, quase íntima — e justamente por isso, uma das apostas mais ousadas que Westeros já fez.
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