As 15 séries mais aguardadas de 2026

Como publicado na Revista Bravo!

Quando fui montar meu ranking de melhores e piores séries de 2025 — já deixando muita coisa de fora e sem sequer entrar nos filmes — percebi o volume descomunal de horas que consumi ao longo do ano. Foram estreias, retornos, finais de temporada, fenômenos passageiros e obras que realmente ficaram. Um ano ímpar (sem trocadilhos), difícil de superar.

Dito isso, não espero que 2026 seja muito diferente. Será, novamente, um ano intenso, disputando o mesmo tempo finito. Para chegar a uma lista de 15 — porque 10 não seria suficiente — deixei coisas de fora. Vamos lá!

Ted Lasso e o risco de voltar ao que já estava completo

A volta de Ted Lasso é um desses casos curiosos. A Apple TV+ faz mistério em torno do mês de lançamento, mas com a Copa do Mundo sendo realizada nos Estados Unidos, em junho, ninguém duvida que essa seja a janela perfeita para resgatar nosso técnico de futebol preferido.

Há, claro, um risco enorme nesse retorno. Desde o início, Jason Sudeikis sempre afirmou que a história havia sido pensada para três temporadas e acabou entregando quatro. Queríamos mais, mas ele estava certo: os arcos de transformação estavam completos. Por isso, embora a série tenha se despedido de forma relativamente definitiva, seu retorno levanta uma pergunta legítima: o que ainda há a dizer naquele universo? Em tempos mais cínicos, Ted Lasso sempre operou na contramão, apostando na empatia como motor dramático. Voltar a ele em 2026 me intriga justamente por isso: para ver se ainda é possível sustentar aquele tom sem ingenuidade ou se a série encontrará um novo equilíbrio entre afeto e maturidade.

Westeros em ebulição: House of the Dragon e Um Cavaleiro dos Sete Reinos

No outro extremo emocional está a terceira temporada de House of the Dragon, que entra em 2026 como uma engrenagem já em plena combustão. A guerra civil dos Targaryen tem algo que Game of Thrones não tinha: uma história fechada, com início, meio e fim bem definidos e conhecidos pelos fãs. É uma série que não me empolga apenas pelo espetáculo, mas pela forma como insiste em discutir poder, legado e erro histórico — e como pequenas decisões pessoais continuam produzindo consequências irreversíveis.

Ao lado dela, Um Cavaleiro dos Sete Reinos surge quase como um contraponto delicado: uma história menor em escala, mais íntima, mas que carrega o peso simbólico de Westeros e a curiosidade de ver aquele mundo antes de se tornar apenas ruína e trauma. A série abre o ano, e teremos dose dupla em 2026, não exatamente por estratégia, mas porque sua produção, concluída em 2024, acabou engavetada em 2025 para não ficar escondida entre outros títulos. Tudo certo: a saudade só fez crescer, e estamos prontos para voltar.

Bridgerton e o domínio do escapismo global

Se estamos revisitando histórias que nos “salvaram” na pandemia, Bridgerton é outro caso emblemático. Já não assisto esperando surpresa estrutural, mas como quem retorna a um universo que entende perfeitamente o seu papel cultural. A nova temporada estreia em janeiro de 2026 cercada de expectativa porque a série domina como poucas o jogo entre romance, espetáculo e comentário social pop — e porque continua sendo um termômetro poderoso de alcance global.

É verdade que sua fórmula de elenco inclusivo, anacronismo e escapismo acabou sendo copiada à exaustão (o que fizeram com The Buccaneers, tentando replicar Bridgerton, é, para mim, quase criminoso). Mas quando se trata da franquia original, a Netflix e Shonda Rhimes acertaram o alvo sem deixar muita margem para concorrentes. Como cada temporada se concentra em um irmão — e a ordem de adaptação mudou — ainda há bastante história pela frente.

A Casa dos Espíritos: por que essa adaptação importa

Entre os projetos que prometem densidade, A Casa dos Espíritos carrega um peso literário, político e afetivo enorme. Adaptá-la nunca foi simples. O filme de 1993, com Meryl Streep, Jeremy Irons, Glenn Close, Antonio Banderas e Winona Ryder, foi irregular, para sermos gentis. Talvez por isso eu acompanhe essa nova versão com atenção redobrada: pela chance de ver uma narrativa latino-americana complexa ocupar espaço central em uma indústria ainda tão anglófona. O mês de lançamento ainda não foi confirmado, mas a estreia acontece em algum momento de 2026.

Jovens detetives e velhas fórmulas

Outra série que desperta curiosidade é Young Sherlock. Não pelo personagem em si, já exaustivamente revisitado, mas por como uma nova geração será convidada a olhar para ele. Hero Fiennes Tiffin assume o papel de Sherlock, enquanto seu tio, Joseph Fiennes, interpreta Silas Holmes. Com direção de Guy Ritchie, é uma combinação que, no mínimo, merece atenção.

Ainda no território dos detetives, a Netflix merece aplausos por embarcar na nova onda Agatha Christie com The Seven Dials Mystery, já em janeiro. Com uma protagonista jovem e feminina, há um atrativo adicional: trata-se de um dos livros menos adaptados da autora, o que oferece terreno fértil para conquistar novos fãs da fórmula “quem matou”.

Peaky Blinders: nostalgia, risco e mito

Minha empolgação máxima do primeiro trimestre, no entanto, está reservada para março de 2026, que já tem lugar garantido no meu calendário: a volta de Peaky Blinders. A série retorna cercada de expectativa e nostalgia, mas também de risco. Há algo de fascinante em observar como histórias tão associadas a um período específico tentam se reinscrever em outro tempo — e como seus personagens lidam com o peso do próprio mito.

Peaky Blinders transformou Cillian Murphy em uma estrela mundial muito antes do Oscar e encerrou sua trajetória com um final relativamente aberto. Mortes no elenco e outros imprevistos deixam dúvidas sobre o caminho escolhido por Steven Knight, hoje um dos showrunners mais disputados da indústria (e envolvido também no novo 007). Ainda assim, confio — e estou ansiosa.

Universos que confortam: Star Wars, Marvel e continuidade

Na Disney+, a segunda temporada de Ahsoka promete me transportar novamente para uma galáxia muito, muito distante. Já no universo Marvel, o destaque é VisionQuest, capítulo final da trilogia iniciada em WandaVision. Paul Bettany retorna como o Vision, agora em uma jornada pelo mundo em busca de memória e identidade, que o colocará frente a frente com vilões clássicos como Ultron e novos antagonistas, como Paladino e Jocasta.

Nesse mesmo território de séries que já fazem parte da rotina, seguem renovadas e presentes no horizonte de 2026. Não como grandes eventos anunciados, mas como continuidades sólidas, aquelas séries que não precisam prometer revolução para continuar relevantes, porque já criaram vínculo, linguagem própria e um público disposto a voltar.

Prestígio adulto em alta

Meu maior presente de Natal de 2025, no entanto, veio da HBO Max, que surpreendeu ao anunciar o retorno de The Gilded Age em 2026. A plataforma costuma “descansar” seus títulos mais fortes por um ano, mas já começa janeiro com o retorno de bons títulos, enquanto meu drama escapista favorito deve entrar mais para o fim do ano.

The Gilded Age cresceu silenciosamente, temporada após temporada, até se tornar um dos retratos mais interessantes sobre dinheiro, poder e performance social — e há algo de profundamente contemporâneo em revisitá-la em um mundo novamente obcecado por desigualdade e ostentação.

Nesse mesmo território de prestígio adulto, Scarpetta surge como uma das adaptações mais interessantes de 2026. A série da Amazon Prime Video leva para a televisão a personagem criada por Patricia Cornwell, com Nicole Kidman no papel da Dra. Kay Scarpetta, uma médica-legista brilhante e emocionalmente marcada por um caso que definiu sua carreira décadas atrás. É um thriller psicológico que aposta menos em reviravoltas fáceis e mais no desgaste emocional de quem vive para perseguir a verdade — uma escolha que dialoga diretamente com a fase atual da atriz e com o tipo de narrativa adulta que continua me interessando acompanhar.

Euphoria retorna como um evento inevitável. Não sei se espero conforto, mas espero impacto. É uma série que nunca foi feita para agradar e talvez por isso continue relevante, mesmo quando provoca rejeição. Ao lado dela, Hacks representa aquilo que mais me prende hoje: personagens adultos, cínicos, imperfeitos, tentando sobreviver dentro de sistemas que não perdoam fragilidade.

Duna: Profecia e a ambição de pensar poder com paciência

Por fim, Duna: Profecia surge como mais uma peça de um quebra-cabeça maior. Não apenas como expansão de universo, mas como tentativa de sustentar uma mitologia política e espiritual que raramente é tratada com paciência na televisão. Não sou leitora fiel dos livros e abracei essa versão independente, prequela dos filmes, com coração aberto.

Há escolhas que fazem coçar a cabeça e personagens ainda pouco ancorados, mas o trio central me conquista sem esforço: Olivia Williams, Travis Fimmel e Emily Watson.

Eu sei que haverá muitas outras séries em 2026. Algumas ainda nem anunciadas, outras que surgirão como surpresa. Mas essas, em particular, me empolgam porque não parecem existir apenas para preencher catálogo. Elas prometem continuidade, conflito, risco e, sobretudo, a sensação de que ainda vale a pena sentar, assistir e pensar sobre o que se viu depois.

Se 2025 foi o ano do excesso, 2026 promete ser o ano da escolha — e essas são, hoje, as escolhas que mais me atraem.

As 15 séries que moldam meu 2026

  • Ted Lasso — Apple TV+ | data a confirmar
  • House of the Dragon — HBO Max | data a confirmar (janela prevista para junho nos EUA)
  • Um Cavaleiro dos Sete Reinos — HBO Max | estreia em 8 de janeiro
  • Bridgerton — Netflix | estreia em 29 de janeiro
  • Scarpetta — Amazon Prime Video | estreia em 11 de março
  • A Casa dos Espíritos — Amazon Prime Video | data a confirmar
  • Young Sherlock — Amazon Prime Video | data a confirmar
  • The Seven Dials Mystery — Netflix | estreia em 15 de janeiro
  • Peaky Blinders — Netflix | estreia em março
  • Ahsoka — Disney+ | data a confirmar
  • VisionQuest — Disney+ | data a confirmar
  • The Gilded Age — HBO Max | data a confirmar
  • Euphoria — HBO Max | estreia prevista para abril
  • Hacks — HBO Max | data a confirmar
  • Duna: Profecia — HBO Max | data a confirmar

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