A grande “novidade” desta série de Robin Hood é incorporar elementos históricos que costumam ser ignorados ou tratados como pano de fundo, em uma tentativa clara de dar peso político e densidade dramática à velha história do fora da lei que roubava dos ricos para ajudar os pobres. Assim, além de Eleanor da Aquitânia — já que o Príncipe João sempre esteve no imaginário da lenda —, a trama passa a integrar personagens e consequências das Cruzadas. Afinal, Ricardo Coração de Leão esteve ausente por anos justamente por estar nelas.
O episódio retoma os acontecimentos imediatamente após o trágico resgate que custou a vida de Henry. O castelo do Barão de Warwick é incendiado, e ele feito prisioneiro. “O rei virá atrás de você”, ameaça Warwick. “É com isso que eu conto”, responde um Robin confiante. Ralph observa com sede de vingança, mas Warwick não pagará diretamente pela morte de seu irmão.
O espião do Xerife – Spagrat – entrega a localização dos Merrymen e confirma que Robin é, agora, o líder do grupo. Sua nova missão é simples: matar Robin Hood.

Marian, distraída, entrega à Rainha a moeda de Warwick que Robin lhe deu. Eleanor se mostra satisfeita, mas critica a demora. Marian questiona o acordo entre a Rainha e Robin Hood e se surpreende ao descobrir que o que Robin negociou não foi nada para si, mas para libertá-la do serviço à Coroa. O detalhe? Marian nunca desconfiou disso. Se tivesse escutado o namorado…
Longe dali, Frei Tuck chama o soturno Robin: Warwick quer falar com ele. O barão oferece um suborno — uma fortuna escondida — em troca da liberdade. Robin lista seus crimes, incluindo assassinatos de inocentes e crianças. Tuck tenta impedir a execução pela salvação das almas de seus amigos, mas os saxões ignoram o apelo: não são católicos. Um deles, Drew Miller, executa Warwick para vingar Henry.
Priscilla tem mais um sonho premonitório (inevitavelmente brega), acorda passando mal, e Pembroke dorme alheio ao drama ao seu lado.
A Rainha recebe a visita inesperada do Xerife de Nottingham, que afirma saber onde Robin está escondido e pede reforços militares para atacá-lo. Eleanor o interrompe: o Rei Henry enviou Guy de Gisborne para resolver o problema. Falaremos do Guy histórico depois, mas basta lembrar Kingdom of Heaven, de Ridley Scott, para entender que boa coisa não vem daí.

O Xerife se revolta: Eleanor “conseguiu o que queria”. Ela rebate: Guy é tão sanguinário e incontrolável que se torna um risco para ambos. Mas, sobretudo, para Philip: se Guy tiver sucesso, para que serviria um xerife? Em termos nada sutis, Eleanor sugere que ele elimine o cavaleiro. Traição, ele ressalta. Ainda assim, a Rainha insiste: agora querem a mesma coisa.
Após os acontecimentos no acampamento, Frei Tuck decide partir. Diz a Robin que ele deixou de ser o homem que deveria ser — um líder para algo maior. Trocam verdades duras, e Tuck insiste que Robin pode e deve ser melhor. É um adeus. Por enquanto, claro.
Priscilla conversa com o pai sobre a ida a Londres e ele revela o que discutiu com a Rainha. Para ele, é um alívio tê-la em Westminster: é mais seguro. Afinal, Guy de Gisborne está chegando.
E quem é a primeira visita do vilão? O odioso pai de Marian, Huntingdon. Nada de bom pode sair dessa aliança. Guy deixa claro que “corrigirá” o fato de que não é Huntingdon quem manda, mas o Xerife.


Robin entra em crise existencial pela morte de Warwick. Pequeno João argumenta que foi justo e faz parte da guerra. O discurso oposto de Tuck ecoa, e Robin volta a vacilar. Ele parece incapaz de decidir sozinho.
Em Londres, o obtuso Príncipe João reclama da falta de luxo da Inglaterra. Eleanor o cutuca, sugerindo que volte para Roma. Nada sutil: ele percebe que ela o espionava. A discussão sobre sucessão e favoritismo materno degringola, e João chama a própria mãe de serpente.
O Príncipe procura então Marian e a convida a acompanhá-lo à França. Ela recusa. Como “presente”, ele a agride. Marian ingenuamente acreditava que ele não sabia de sua espionagem. A fantasia do príncipe encantado acaba ali, de forma brutal.
Huntingdon e Guy bebem e conspiram para tirar Philip do cargo de Xerife. Huntingdon explica a importância estratégica de Nottingham. A ordem é clara: acabar com a rebelião a qualquer custo.
Na caverna, Spagrat — nosso Judas — conversa com Isabel, uma das mulheres do grupo. A cena existe para plantar dúvida sobre quem ele é e o que quer. Ele sai para “caçar” e encontra justamente seu alvo: Robin. Antes que Spagrat aja, Tuck surge e o mata para salvar Robin. Depois, chora porque agora também é um assassino.


Priscilla vê o rosto machucado de Marian quando ela tenta fugir do castelo para evitar a noite que o Príncipe João exige. Marian quer ir ao encontro de Robin. Priscilla questiona a escolha e revela: Guy de Gisborne está em Nottingham e sabe onde o fora da lei se esconde. Marian implora pela localização, e Priscilla ajuda porque secretamente acredita que suas visões anunciam a própria morte.
Robin conversa com Tuck: agora o Frei também matou. Ele ressalta que foi legítima defesa, não execução. Mais uma vez, tenta convencer Robin a deixar de ser um peão numa guerra que não é sua e escolher fazer o bem.
O Xerife volta para casa e encontra Guy instalado no palácio, à vontade. Quem ocupa sua cadeira? Huntingdon. Guy e Philip trocam farpas. Apesar do laço de sangue com o rei, o Xerife precisa ceder — por ora. Ele tem outro plano.
Eleanor revela a Pembroke que expôs Marian de propósito, sabendo que João reagiria impulsivamente e partiria. Funcionou. Agora ele deve ir para Roma. Pembroke hesita em deixar Priscilla, mas cede. Eleanor ordena que impeçam John a qualquer custo. Mandar matar o próprio filho realmente reforça a metáfora da serpente.
Em Sherwood, Marian é cercada e pede para ver Robin. Ralph ainda sofre pela morte de Henry e por não ter matado Warwick pessoalmente. O reencontro é interrompido quando Marian avisa: todos sabem onde estão. Inclusive Guy de Gisborne. Robin decide verificar se ela diz a verdade.
Huntingdon se irrita por não localizar Robin. A sugestão de Guy é simples: massacrar inocentes até que eles apareçam. Huntingdon adora.

Marian se frustra ao ver Robin duvidar dela e insiste em conversar. Agora não dá tempo, mas ela insiste. Questiona por que ele não contou sobre o acordo com a Rainha para libertá-la da Corte. E, fiel à sua versão mais ingênua, sugere que fujam juntos. Robin responde com dureza: as coisas mudaram. Ela deve voltar. Ele tem uma luta a enfrentar. Marian se declara. Robin ignora. Realmente não é o momento.
Guy e Huntingdon atacam uma aldeia indefesa. “Matem todos.” Tudo é queimado.
Priscilla pressiona Pembroke sobre a viagem a Roma. A despedida é pesada, ele não sabe se volta, e ela tem certeza de que sua visão anuncia a própria morte. Drama em alta voltagem.
Ralph confronta Marian: Robin jamais abandonará seu povo. Como saxão, ele não pode fugir. Logo depois, Robin confirma a dimensão do acampamento de Guy — “parece uma cidade”. Eles não podem desistir. Ele diz a Marian que ela precisa ir: é perigoso demais. Ela tenta convencê-lo a fugir para salvar os amigos. Ele parece ceder. Marian ainda não entende tudo.
Tuck e Pequeno João — as vozes que disputam a consciência de Robin — conversam. João afirma que o lugar deles é com os Merrymen. Eles sorriem.

O Xerife é informado do massacre da aldeia e se mostra genuinamente abalado. Diz a Guy que isso só fortalecerá a luta de Robin Hood. Quando Guy ri, o Xerife revela: sabe onde o arqueiro se esconde. Melhor agirem juntos. Huntingdon quer saber o que Philip ganha com isso. “O fim da maldita rebelião e o retorno da lei e da ordem.” Guy lembra que, ao fim, o cargo dele também estará ameaçado. Philip se importa com Nottingham. Guy só se importa em matar.
Robin realmente estava fugindo com Marian — até ver a fumaça da vila onde sua família vivia, agora destruída. A atuação é questionável, mas a cena tenta ser impactante. Diante das ruínas e dos corpos inocentes, resta a pergunta:
Robin ainda é capaz de escolher Marian? Ou já escolheu outra coisa?
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