The White Lotus: novos hóspedes (confirmados!), velhos pecados

Os primeiros nomes da nova lista de hóspedes do The White Lotus começaram a circular, e, em breve poderemos especular mais. Afinal, quando Mike White anuncia elenco, ele não está preenchendo papéis: está escolhendo tensões.

Confirmados oficialmente estão Alexander Ludwig e AJ Michalka. Em paralelo, corre nos bastidores uma negociação que, se concretizada, muda o peso simbólico da temporada: ninguém menos do que Helena Bonham Carter estaria em conversas iniciais para integrar a quarta (e última?) temporada. Ela não está confirmada, mas, em The White Lotus, até o rumor já conta história.

Não há detalhes de trama, se voltam personagens antigos ou quem são os novos. Mas, para muita gente, Alexander Ludwig será sempre o nosso eterno Bjorn Ironside de Vikings e isso não é detalhe irrelevante. Bjorn não era apenas força física ou carisma de herói: era conflito interno, herança pesada, arrogância herdada e vulnerabilidade mal resolvida. Exatamente o tipo de bagagem que The White Lotus adora colocar em ambientes de luxo, onde masculinidades frágeis costumam entrar em curto-circuito. Para os fãs de Vikings, há um prazer extra aqui: ver esse “rei guerreiro” deslocado para um resort francês, trocando campos de batalha por jogos de status, silêncios constrangedores e violências mais sutis.

AJ Michalka aponta para outra linha de fricção. Seu histórico mistura leveza, exposição emocional e uma certa transparência que, no universo da série, costuma ser um erro estratégico. Pessoas abertas demais, acessíveis demais, quase nunca atravessam ilesas uma semana no White Lotus. Ela ficou conhecida principalmente como Lainey Lewis em The Goldbergs, onde interpretava uma personagem expansiva, emocional e musical. Aliás, ela é também parte do duo Aly & AJ, que amadureceu junto com seu público e passou a explorar temas de identidade, desencanto e relações desequilibradas.

Depois de cenários “exóticos” (Havaí e Tailândia) e históricos (Itália), a série volta para a Europa. A quarta temporada será ambientada na França, mais especificamente no sul do país. Não é um detalhe logístico: é uma escolha narrativa. Desde o fim da terceira temporada, Mike White vem sinalizando o desejo de sair do “vocabulário visual” das praias, das ondas, do paraíso óbvio. Ele já disse que Paris seria fácil demais. O sul da França surge como esse espaço elegante, ensolarado e historicamente carregado: perfeito para expor contradições de classe, cultura e poder (e sim, perto do mar).

Se o acordo com Helena Bonham Carter se confirmar não é apenas mais um nome de prestígio. Ela carrega um imaginário inteiro: excentricidade, ironia, melancolia, poder simbólico. Depois de The Crown, imaginá-la em um resort de luxo francês parece menos uma hipótese e mais uma armadilha cuidadosamente montada.

A única coisa da temporada que não é segredo (além dos dois nomes já confirmados) é que a parceria com a rede Four Seasons está garantida. Mas The White Lotus nunca foi sobre “o que acontece”. É sobre como acontece. Sobre o que emerge quando privilégios, desejos e ressentimentos passam uma semana confinados em um espaço que promete descanso e entrega revelação.

Os hóspedes começaram a chegar. Os fãs de Vikings já têm um motivo a mais para espiar o check-in. E, como sempre, alguém vai embora diferente… se é que vai embora vivo.


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