The Morning Show é uma excelente série, mas jornalistas conseguem apreciá-la um pouco mais porque é 100% centrada nos bastidores de um jornal e as políticas das emissoras. Se na primeira temporada estava na cola do movimento do #metoo, a segunda foi atropelada pela pandemia enquanto queriam endereçar a questão do cancelamento.

Há sempre muitas questões girando em torno dos fatos: amores proibidos, ressentimentos, egocentrismos, culpa, ambição, fofoca, opção sexual, conflito de gerações, é uma longa lista. No coração dos dramas estão as jornalistas Alex Levy e Bradley Jackson, vividas por Jennifer Aniston e Reese Witherspoon, duas mulheres confusas, complicadas e longe de serem doce. Mas funciona.

A segunda temporada de The Morning Show começa uns meses depois do escândalo sexual que acabou com a carreira de Mitch Kessler e basicamente quer nos fazer questionar se as pessoas que erram, mesmo que fatalmente, não podem aprender e genuinamente tentar melhorar. Mitch literalmente morre sem conseguir ter essa resposta. Alex, que só pensa nela, é infectada com COVID-19 e termina a série tentando se recuperar, mas ainda não sabemos se vai sucumbir ou viver. Aposto na recuperação, caso tenhamos uma terceira temporada. Já Bradley, que foi forçada a assumir sua homossexualidade e se expôs ao vírus na busca pelo irmão desaparecido, terá mais oportunidades de decisões, incluindo que agora sabe que Cory é realmente apaixonado por ela.


Os homens da série são as mulheres do passado, coadjuvantes, sofredores, mal interpretados. Chip é apaixonado por Alex e mente que está doente apenas para ficar com ela. Esse lado romântico não tem espaço para ser aprofundado na série.
A conclusão, quando finalmente trouxeram a pandemia para a trama, deixa muitas portas abertas. Em termos de texto, foi uma temporada forte, com monólogos e cenas críticas aos momentos atuais. Em termos de “história”, está meio que caindo no vazio. As pessoas entram e saem do estúdio como se não fosse madrugada, como se a vida fosse um escritório administrativo. Não os vemos buscando histórias, fazendo jornalismo. Tomara que tragam um pouco disso no caso de uma nova rodada!

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