Em 1978, John Neumeier criou um balé que hoje tem imensa popularidade em todas companhias do mundo: A Dama das Camélias. Feito para Márcia Haydée, a produção que estreou há 45 anos, no dia 4 de novembro de 1978, foi sucesso imediato, imortalizado em um longa (que se encontra no Youtube) e traz uma proposta interessante de unir duas histórias e amor trágicas em uma só.

A história da cortesã Marguerite Gautier (Marcia Haydée), criada por Alexandre Dumas Filho, é clássica e rendeu filmes, óperas (La Traviatta), novelas e séries. No balé, há também a versão de Frederick Ashton, Marguerite e Armand, estrelado inicialmente por Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev. Na visão de Neumeier, o fato de que há um livro sobre a história de Manon Lescaut entre os objetos leiloados de Marguerite, é a perfeita oportunidade de mesclar ambas histórias.
Assim como no livro, o balé começa após a morte de Marguerite, quando todos seus objetos são leiloados. Armand e seu pai se reencontram e fazem as pazes, mas em flashback relembram como a cortesão provocou uma cisão entre eles. Marguerite e Armand se conheceram durante uma montagem de Manon, onde o trágico amor da jovem cortesã e seu amante, Des Grieux, impactam o casal. Com música de Frédéric Chopin (excertos dos seus 1.º e 2.º concertos para piano, a Grande Fantaisie op. 13, a Grande Polonaise brilhante op. 22, entre outros), é mais uma grande atuação da grande Márcia Haydée eternizada das telas.


Dividido em três atos, A Dama das Camélias traz o drama de Marguerite Gautier, uma cortesã que sofre secretamente de uma doença e por quem o jovem estudante Armand Duval se apaixona. Inicialmente ela resiste, mas acaba correspondendo. O pai de Armand se opõe ao romance e tenta separá-los pois ela compromete o futuro de seu filho e de sua filha. Por amor, Marguerite aceita se afatar do amante, mas ao vê-la com outro homem, Armand inicia um envolvimento com outra cortesã, Olympia. Magoada, com a saúde ainda mais debilitada, Marguerite tenta dissuadi-lo de se exibir com a nova amante, retomando o relacionamento apenas para terminar uma segunda vez novamente sob pressão do pai de Armand. Humilhado, o jovem a humilha publicamente jogando dinheiro em seu rosto pelos “serviços prestados no passado”. Sozinha, Marguerite definha sofrendo pelo segredo de ter sacrificado sua última chance de felicidade para não atrapalhar Armand. Depois que ela morre, Armand descobre a verdade ao ler seu diário, sofrendo por ter sido insensível ao sofrimento do grande amor de sua vida.
Vi o filme ainda nova, mas nunca me esqueço da linda montagem do American Ballet Theatre com Marcelo Gomes e Diana Vishneva, maravilhosos no papel. Mas nada supera o original, com a genial Márcia Haydée. Confira o filme de 1986 e suspire com a perfeição.
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