Diferentemente de Downton Abbey, em The Gilded Age o showrunner Julian Fellowes não parece passar muito tempo “na parte da baixo” das grande mansões americanas. A dinâmica de contrastes é sua assinatura, desde o excelente Gosford Park ou Belgravia ou The English Game, mas foi em Downton que alcançou o equilíbrio perfeito, com os dramas da equipe que atende os Crawleys até mais interessante que os conflitos da nobreza britânica. Na série da HBO Max, ele navegou mais timidamente nas vidas dos empregados dos Russells ou Van Rhijns, mas pode mudar agora na segunda temporada. Há muitos segredos ainda a serem explorados por personagens simpáticos ou não, mas um dos maiores mistérios da primeira temporada já teve sua confirmação: há algo bem mais sério no passado do prestativo e discreto Sr. Watson (Michael Cerveris) e terá destaque na segunda temporada.

Como sabemos, roteiristas não usam os diálogos à toa, cada frase de cada personagem é dita para reforçar algo ou revelar algum caminho a ser explorado. No piloto de The Gilded Age, quando entramos pela primeira vez na cozinha da mansão dos Russells, temos um vislumbre de vários segredos. Estávamos prestando atenção na ambiciosa Turner (Kelley Curran) falando que “não precisava de proteção”, mas é ela quem pesca que Watson tem algo escondido. Quando eles conversam sobre as pessoas querendo visitar os Russells, Turner (acertadamente) diz que não é pela família, mas pela casa. Watson retruca algo que é sábio, mas estranho para um valete: “O patrão é bem-sucedido, não é? As pessoas querem te conhecer quando você é um sucesso. Quando você falha, elas viram as costas”, ele diz casualmente. Quando questionado pelo amargor, ele completa: “Estou apenas afirmando o fato”. Turner pesca que há algo a mais na opinião dele: “Está escondendo algo de nós?”, dispara. Watson afirma que “não tem nada a esconder”, ao que ouve “então você é uma pessoa incomum”. Claro que estava.
Ao longo da temporada, Watson é um dos mais observadores na casa dos Russells, agindo em silêncio e percebendo de longe os planos de Turner. Também sabíamos que, em suas horas de folga, Watson agia como stalker de uma jovem rica, de quem tenta se aproximar rapidamente apenas para ser rejeitado. Sua ligação com Flora McNeil (Rebecca Haden) é apenas sugerida, mas sabemos que seu verdadeiro nome parece ser o que ela o chama, “Collier”. Avançando para o primeiro episódio de The Gilded Age, a reencontramos no jantar de Bertha (Carrie Coon) para discutir a nova casa de ópera. Flora é McNeil por casamento, esposa do banqueiro Robert McNeil (Christopher Denham), que lidam com uma rejeição parecida com a dos Russells. Tanto que Caroline Astor (Donna Murphy) os cita como outros que estão na demorada lista de espera para um camarote na Academy of Music.
A trama de Watson, ou Collyer, terá maior relevância nessa temporada. Como a plataforma mesma definiu sobre Flora, ela é “uma mulher que que foi criada para acreditar na mentira de que seu pai abandonou ela e sua mãe”. Pois como ela confirma, Flora é filha do atual valete, tendo apenas descoberto a verdade sobre ele (fora de cena) na temporada passada. Segundo ela explica ao marido, Watson/Collyer um dia foi um homem rico, mas perdeu sua fortuna e “desceu no mundo”. O problema do segredo parece colocar os planos de Robert em perigo e ele, ameaçadoramente alerta à esposa, que terão que fazer algo.
E agora? De todos os mistérios ainda pendentes, certamente o do passado de Watson terá maior impacto. Vamos começar a teorizar!
Descubra mais sobre
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
