Uma das tendências solidificadas na pandemia é uma espécie de revival do gênero ‘whodunit’, imortalizado por Agatha Christie. Em especial, quando mesclam humor, são vários ótimos. Desde Only Murders in the Building, The White Lotus, ou The Afterparty, são pelo menos três séries cuja trama circula na solução de um assassinato de forma divertida, mas ainda temos Um Assassinato No Fim do Mundo, da Star Plus com uma pegada mais séria. E agora, estreando meio na calada, vem a potencialmente divertida: Morte e outros Detalhes, que poderia ser chamado ‘Assassinos no Barco’. Um iate, uma morte e vários suspeitos, com um grande detetive – por acaso – entre os convidados. E agora?

De antemão, Morte e outros Detalhes, usa de duas estratégias que eu particularmente não gosto, mas deixarei passar: a da narrativa não linear e da trama que aparentemente quer te enganar. Como tem o sempre carismático Mandy Patinkin liderando o elenco, tudo fica menos óbvio e vamos embarcar nessa viagem!

O detetive Rufus Cotesworth (Mandy Patinkin), considerado o maior detetive do mundo, está à bordo de um iate onde um assassinato surpreende os passageiros. Entre eles está a esperta jovem Imogene Scott (Violett Beane), que tem um passado marcado por traumas e desconfiança do próprio Rufus, mas o ajuda a tentar a desvendar o mistério.

Imogene está na viagem acompanhando os Colliers, a família rica e poderosa que a adotou ainda pequena, quando sua mãe, secretária deles, foi assassinada. Eles estão tentando fechar um mega acordo com investidores chineses e querem encobrir vários segredos. ”Os detalhes são importantes” é o mantra de Rufus (e de Ritcher), o problema é que o que nos mostram não é tão claro. Os dois primeiros episódios (são 10 no total), já incluiu algumas reviravoltas e o pouco que revelou, foi mais com intuito de nos confundir.

Voltemos à viagem: o cruzeiro oficialmente tem o objetivo de celebrar a aposentadoria do patriarca Lawrence (David Marshall Grant) e o anúncio de Anna (Lauren Patten), a melhor amiga de Imogene, como a CEO da empresa têxtil Collier Mills. Também a bordo estão a matriarca Katherine (Jayne Atkinson); a esposa de Anna, Lelia (Pardis Seremi); e o irmão de Anna, Tripp (Jack Cutmore-Scott), assim como a governadora de Washington (Tamberla Perry), o conselheiro espiritual da família Collier, Padre Toby (Danny Johnson) e o filho dele, Derek (Sincere Wilbert), de 14 anos e obcecado por TikTok. No mesmo Iate há a rica família Chun, que está para fechar um acordo de um bilhão de dólares com os Colliers. Em tese, Rufus está ali por trabalhar como segurança pessoal da família Chun, mas rapidamente muda de função quando ocorre o assassinato. Tecnicamente e ostensivamente, Imogene seria a maior suspeita, mas Rufus defende sua inocência e a força indiretamente a ajudá-lo. Além dos ricos, a tripulação também é bem suspeita.

Morte e Outros Detalhes tenta apostar em um visual e ritmo “moderninho”para se diferenciar, o que não acrescenta mas não incomoda. Isso porque ainda não está obvio como os crimes – do passado e de agora – estão conectados, portanto há muito o que descobrir. Para quem gosta do gênero, é hora de teorizar!

Por hora aponto nos meus suspeitos imediatos: Padre Toby e Derek. O motivo ainda está por vir, mas são os mais prováveis por hora. Vamos acompanhar!

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