Para uma série de apenas seis episódios era de se esperar que o antepenúltimo trouxesse mais reviravoltas e sugestões para teorias porém True Detective -Terra Noturna preserva seus segredos até a grande final. Isso significa que apesar das mortes do 4º episódio não avançamos nada sobre os três crimes interligados que unem as detetives Liz Danvers (Jodie Foster) e Evangeline Navarro (Kali Reis).

É um Natal gelado dos infernos, como a diretora Issa López alertou nas redes sociais antes da exibição. Eu acabei dormindo, confesso. Alguém ainda duvidava que a irmã de Navarro ia se matar, que as duas iam parar no navio congelado, que a água preta do local sugere contaminação da mina, que Navarro e Danvers iriam ter um momento terno ou que espíritos iam insistir no chamado de Navarro?

Soa como se muito tivesse acontecido, e é verdade, apenas nada que avance nas investigações. O anúncio que “estamos todos na Terra Noturna agora” é apenas o aviso redundante da realidade do inverno no Alasca e do consequente delírio coletivo, aparentemente. Sono…

A busca por Ray Clark segue sem sucesso, tanto físico como metafórico. Ele é o único supostamente vivo que pode explicar o que está acontecendo mas é astuto em achar esconderijos. Por isso os fantasmas que atormentam Danvers (seu filho morto em um acidente) e Navarro (a morte de sua irmã e o assassinato de sua mãe) estão tendo uma festa porque o clima está mesmo soturno. A ‘vantagem’ de Danvers é seu ceticismo agressivo para lidar com a dor do luto, em contraste com Navarro que se entrega à dor da alma e física.

No entanto Danvers, como qualquer um que ainda rejeita a força sobrenatural dessa temporada de True Detective vai ter que aceitar que laranjas são símbolos de um portal para o além, pelo menos na série. Ainda mais que a insônia pela falta de Sol está afligindo a todos (em mim teve efeito contrário). Porque é apenas isso que a história parece sugerir: uma força maligna despertada e que coleta almas alimentando o que entristece mais as pessoas até a morte voluntária. Pelo visto quando não há suicídio, a entidade apavora as pessoas até que elas se exponham ao frio e morram.

As investigações revelam que anos antes, em 1998, um alemão chamado Otis Heiss foi internado com ferimentos quase idênticos aos de Lund, mas depois desapareceu. Ele tinha mapeado as cavernas de gelo perto de Brooks Range, fechadas há 25 anos, depois de uma série de colapsos. As duas acreditam que foi na caverna que Anne fez seu vídeo Bruxa de Blair, foi morta e depois seu corpo jogado perto da mina. Minha teoria, como sabem. Enfim, enquanto Navarro está surtada, Danvers encontra o homem, vestindo o casaco de Anne. Ele nos alerta que não estamos mais no Kansas, nas “terras noturnas”. O obvio parece reter todas as informações para resolver os crimes. Desde que nada se resolva com lógica.

O ritmo terá que acelerar semana que vem pois será o penúltimo episódio da temporada. Minha teoria se mantém a mesma por hora…

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