Embora o episódio A Batalha do Ninho de Gralhas tenha suas falhas, em geral cumpriu sua missão justamente no embate mais aguardado de House of the Dragon. E sim, há mudanças significativas do livro, mas – nesse caso – ultra interessantes.

As dificuldades de Daemon

Sei que se você torce para os pretos está com uma sensação de lavada no 1º tempo. Ela é mais real na série do que no livro, onde os sete reinos realmente se dividiram em sua lealdade. E essa alteração, com dois episódios inteiros para mostrar Daemon (Matt Smith) delirando em Harrenhall me pareceu disperdício dos talentos dos atores.

A sequência que mais uma vez trouxe Rhaenyra jovem (Milly Alcock) me faz parecer que Daemon é mesmo pedófilo e só vê a esposa como se ela tivesse 15 anos. Por Deus, eles estão casados há mais de 10 a essa altura, vê-la uma vez jovem, ok, direto? Está repugnante. E ver Daemon como Aemond? Tosco!

Com Matt Smith isolado sofrendo para cooptar forças para lutar por Rhaenyra nos deixa apreensivos. Se o reino está em dúvida, me parece que os Pretos estão se rebelando mais do que fazendo valer o certo. E o pior é que ainda teremos mais delírios…

Alicent, a amarga e ousada

Bom, em King’s Landing o bafão é que Alicent (Olivia Cooke) rolou tanto na cama com Ser Criston Cole (Fabien Frankel) que engravidou do homem. Nada que um chazinho abortivo não resolva, mas é impossível que ela agora não se veja sendo injusta com Rhaenyra. E sabe que mais? Alicent é como o dragão quebrado novamente que a aproximou de Viserys (Paddy Considine): sem conserto. E sem vergonha!

Ser Larys Strong (Matthew Needham) fez questão de mostrar que o segredo da Rainha não é exatamente um segredo, mas Alicent não se assusta. Agora que sabe com certeza que ela usurpou a coroa para o filho, reparou que somente ela caiu na história do “Rei mudou de idéia”. Isso porque o Conselho já tinha deixado claro que agiria de qualquer forma, mas ela queria ter levado esse crédito. Vendo como Aegon (Tom Glynn-Carey) é fraco e despreparado, ela agora parece querer deixar a conta para o pai mesmo.

A única pessoa além de Rhaenyra que via a verdadeira Alicent era justamente Aegon, com quem ela sempre foi ausente e agressiva. O Rei está inseguro, igualmente percebendo que todos o vêem como um tolo, que nada do que diz importa enquanto Aemond (Ewan Mitchell) é tudo que ele não é. A semente venenosa e Larys está germinando dentro dele e a verdade é que Larys não mentiu. Aemond inveja Aegon e parece estar em sintonia com Ser Criston, excluindo o próprio Aegon dos planos de ataque.

Ele abre o coração com sua mãe e principal conselheira, que aproveita para deixá-lo ainda pior dizendo que o melhor que ele faz é ficar longe das decisões. Um Aegon bêbado e frustrado, obviamente tenta, mas não consegue.

A guerra civil tem problemas entre irmãos e casais

Ainda do lado dos Verdes, Ser Criston está sendo bem sucedido em sua campanha, crescendo em exércitos e castelos tomados ao longo do caminho. Para atrair Rhaenyra para o confronto, ele pega um castelo menor e terá o apoio de Aemond e a odiada e odiosa Vhagar. Isso alucina Aegon, que, diferentemente do que é relatado no livro, era para estar fora da batalha.

Indignado com a crescente liderança de Aemond na guerra, Aegon decide surpreender a todos e participar da emboscada, saindo atrasado e atrapalhando os planos. Voltaremos a ele. O fato é que Aegon não confia mais em Aemond e Aemond nem disfarça sua vontade de governar. Se os verdes vencerem os pretos, ainda há problemas em casa.

Em Dragonstone, Rhaenyra leva um pito do seu conselho e ainda mais de Jaecaerys (Harry Collett) indignado com a ausência de sua mãe e ainda mais irritado quando sabe o que ela foi fazer escondida. Diferentemente do livro, Rhaenyra agora está “conformada” com a guerra, mesmo que ainda queira evitar derramamento de sangue. Ela cai na armadilha criada por Cole e Aemond, decidindo ir à Rooks Nest, mas sua principal conselheira, Rhaenys (Eve Best) a impede, se voluntariando a ir no lugar da Rainha. O fato de que Corlys (Steve Toussaint) estava presente e concordou com a esposa vai deixar um tanto sem lugar a briga que ele terá com Rhaenyra, mas veremos.

A Dança dos Dragões

A Batalha de Rooks Nest sempre foi o da despedida de Rhaenys e a construção foi incrível. Primeiro, a série confirmou pra nós que Addam e Allyn de Hull (Abubakar Salim e Clinton Liberty) são mesmos filhos bastardos de Ser Corlys, mas, diferente do livro, Rhaenys sabe e aceita. Com isso, só falta a gente descobrir que Laenor (John McMillan) morreu mesmo porque Alyn voará com Seasmoke.

Nos mostrar que não apenas Rhaenys sabia da infidelidade de Corlys como entendia, sem atacar os filhos dele, deixou ela ainda mais grandiosa no seu episódio final. Ela parte para Rooks Nest com o coração dilacerado, com uma insinuação de que sua tristeza antecipava algo ruim no ar.

E quando voltamos ao campo de batalha, foi tudo exatamente como queríamos: tenso, dramático e incrível. A chegada surpresa de Aegon atrapalhou os planos e deixou mais clara a decisão de Aemond. Rhaenys e Meleys não tiveram problemas no confronto com Aegon e Sunfyre, tendo uma vantagem perigosa. Aemond retardou sua entrada com Vhagar, mas a “velha” como é chamada na Internet, é sempre poderosa e definitiva.

Ao entrar no circuito, Vhagar ataca tanto Meleys como Sunfyre, num comando dúbio de Aemond de queimar ambos sem pensar no perigo para Aegon. Obviamente que Rhaenys se desvencilha, mas o Rei despenca queimado e possivelmente morto, para choque e desespero de Criston Cole.

Havia uma chance para Rhaenys escapar com vida, mas ela dá meia volta e encara Vhagar, com dificuldade, mas com chances. É quando mais uma vez a velha dragão joga sujo e ataca sorrateira depois de se esconder. Igual ao que fez com Lucearys. Sem ter chance de se defender, Meleys é mortalmente ferida e Rhaenys cai com ela, morrendo heroicamente por Rhaenyra. Foi lindo.

E agora?

Bom, faltam apenas três episódios e estamos incertos se teremos ainda as mortes de Jace e a virada dos pretos, vamos ver. No próximo episódio a vitória dos Verdes fica ofuscada com o estado de Aegon.

Embora o teaser ainda coloque em dúvida se ele sobreviveu a resposta é sim, mas por pouco. Completamente queimado e quebrado, ele não voltará a ser o mesmo. Enquanto tentam curá-lo e saivá-lo, começa a regência de Aemond Targaryen, que era ainda o maior medo do Rei do que perder a coroa para Rhaenyra. Sim, Aemond deliberamente tentou matar Aegon e ia deixar Rhaenys escapar. O ódio entre irmãos na Casa Targaryen faz parte do DNA da família.

Alinhado com Ser Criston, Aemond quer sangue. As próximas batalhas não serão menos violentas que a de Rooks Nest. Rhaenyra precisa desesperadamente que Daemon se faça presente. Será que consegue?

E a morte de Rhaenys deixa Rhaenyra sem sua maior apoiadora, tanto no questionamento do que Rhaenyra deve fazer como a líder que dava credibilidade e endossava a causa da Rainha dos Pretos. Sem A Rainha que Nunca Foi, o isolamento de Rhaenyra é praticamente total, uma vez que nem Daemon ou Corlys conseguem apoiá-la sem pensarem neles mesmos primeiro. E como sabemos, um Targaryen sozinho nunca é boa coisa…

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