Agosto de 2024 marcou o aniversário de 85 anos de lançamento de O Mágico de Oz. O clássico de 1939, baseado no livro O Maravilhoso Mágico de Oz, de L. Frank Baum, segue a jovem Dorothy Gale (Judy Garland), que é levada por um tornado de sua casa no Kansas para a mágica Terra de Oz. Lá, ela embarca em uma jornada para encontrar o Mágico, que ela acredita que pode ajudá-la a retornar para casa. No caminho, ela faz amizade com o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde, cada um buscando algo do Mágico: um cérebro, um coração e coragem, respectivamente.
O filme é conhecido por suas cores vibrantes, especialmente porque foi um dos primeiros filmes a usar a tecnologia Technicolor, fazendo a transição do mundo em preto e branco do Kansas para o mundo colorido de Oz como um dos momentos mais memoráveis da História do cinema. Além disso, a trilha sonora, incluindo a icônica canção Over the Rainbow, interpretada por Judy Garland, é amplamente celebrada.
Não bastasse isso tudo, a produção do filme também é famosa por suas inovações técnicas e efeitos especiais para a época, como a criação dos cenários fantásticos e os figurinos detalhados. Indicado a cinco Oscars, ganhou apenas dois: o de Melhor Canção e Trilha Sonora. Em homenagem ao aniversário, O Mágico de Oz voltou aos cinemas nos Estados Unidos, em apenas algumas salas de projeção.
Sobre o livro e a metáfora do amadurecimento
Escrito por L. Frank Baum e publicado pela primeira vez em 1900, O Mágico de Oz é um clássico da literatura infantil, rico em temas como amizade, coragem, e a importância de acreditar em si mesmo. Como Dorothy enfatiza: “não há lugar como o lar”.


Além de O Maravilhoso Mágico de Oz, o autor americano escreveu uma série de livros sobre a terra de Oz, 14 no total, criando um universo literário que se tornou extremamente popular e influente. Mas fora da literatura, também ficou conhecido como inovador no campo do entretenimento infantil, utilizando elementos de fantasia e aventura para cativar jovens leitores
Baum foi influenciado pelos contos de fadas dos Irmãos Grimm e Hans Christian Andersen, mas ainda mais por Lewis Carroll e seu brilhante Alice no País das Maravilhas, também sobre uma menina tentando voltar para casa. O americano achou que o enredo do romance de Carroll parecia incoerente, e, ao entender a proposta genérica, escreveu sua versão com a pequena Dorothy como sua protagonista, incluindo muitas ilustrações e defendendo que o livro não deveria conter nenhuma lição moral.

Um dos destaques do ano mais memorável de Hollywood: 1939
1939 foi um ano diferente em Hollywood e até hoje considerado o ápice do Cinema. O Mágico de Oz foi um de seus destaques e, de acordo com a Biblioteca do Congresso dos EUA, é o filme mais visto na história do cinema e está na em segundo lugar na da Variety dos 100 Maiores Filmes de Todos os Tempos.
A MGM decidiu investir tão alto em um filme de tema infantil diante do enorme sucesso de Branca de Neve e os Sete Anões, lançado dois anos antes, em 1937, sinalizando o potencial de bilheteria com histórias infantis e contos de fadas.
Como era frequente na época, o roteiro passou por vários escritores e revisões até sua versão final. Curiosamente, dois diretores que estiveram envolvidos com o maior sucesso de 1939, E O Vento Levou, também estiveram na produção. George Cukor atuou como um consultor criativo antes que Victor Fleming dirigisse. Quando a produção do clássico sobre a Guerra Civil americana encrencou, Cukor saiu e foi substituído por Fleming, que ganhou um Oscar, e assina os dois maiores sucessos de 1939. Incrível, não?
E se hoje é o filme mais famoso de Judy Garland, O Mágico de Oz quase foi um veículo para Shirley Temple e depois Deanna Durbin. Isso mesmo, Judy foi a terceira opção e só conseguiu o papel porque já era parte do elenco da MGM.
Anos depois do lançamento, histórias sobre os abusos sofridos por Judy Garland (alguns mostrados na biopic Judy) vieram à tona, como o assédio moral, sexual e a insistência do estúdio para mudar sua aparência, que incluiu amarrar seu peito e dar a ela comprimidos de Benzedrina para manter seu peso baixo, junto com estimulantes e calmantes dos quais ela viria a ficar viciada desde então.
Por conta da duração do filme, quase que sua canção mais famosa, Over The Rainbow, ficou na sala de edição, mas Fleming lutou (e venceu) para mantê-la. O Oscar de Melhor Canção Original comprovou que ele estava certo.
Uma obra de legado atemporal e mundial
Apesar dos 85 anos, o clássico continua impressionante visualmente assim como suas metáforas, com temas relevantes sobre covardia, empatia, inteligência e pertencimento. Emociona várias gerações com sequências e falas que fazem parte do universo pop. A mensagem central do filme, que enfatiza a importância de casa e da autodescoberta, ressoa com muitos espectadores até hoje. Vale rever e rever e rever. Tenho certeza que a sensação de familiaridade vai encher seu coração com a verdade: não lugar como nossa própria casa.
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