Em 21 dezembro de 1937 chegava aos cinemas americanos o primeiro longa-metragem todo feito em animação, Branca de Neve e os Sete Anões. Assinado por Walt Disney, o filme era um projeto de muito desejo do produtor e levou três anos para ficar pronto. Nascia um clássico e um estúdio que até hoje é um dos mais influentes e poderosos de Hollywood.

Antes de Branca de Neve, Disney tinha ensaiado com alguns curta-metragens com Mickey Mouse, mas ele sonhava mais alto. A história dos irmãos Grimm sobre a singela princesa que desperta ciúmes da madrasta foi o tema escolhido, mas Walt Disney estava praticamente sozinho no projeto porque nem seu irmão e sócio ou sua esposa acreditavam no sucesso e tentaram convencê-lo a desistir. Ele hipotecou sua casa mas conseguiu terminar a produção, que custou os exorbitantes um milhão e meio de dólares. Em 1937? Nunca havia se imaginado tamanha loucura.

A atriz e dançarina, Marge Champion, que faleceu com 101 anos em outubro de 2020, serviu de “modelo” para a imagem de Branca de Neve. Mais tarde também foi a modelo para a Fada Azul de Pinóquio, e… acreditem, a Hipopótamo Bailarina de Fantasia.

Quando começou a trabalhar em Branca de Neve e os Sete Anões, Marge tinha 14 anos. Ela tinha que ir aos estúdios entre duas a três vezes por mês para ser filmada fazendo os gestos que os cartunistas passarem para a animação. O processo era ainda rudimentar e ela lembrou depois das luzes fortes para aumentar os contrastes. Cada frame do filme de Marge foi traçado pelos artistas, para poderem captar os olhos e movimentos.

Os desenhistas também observaram bastante a atriz austríaca Hedy Lamarr para finalizar a princesa.

A voz cantada da princesa foi gravada por Adriana Caselotti e as canções de Frank Churchill e Larry Morey fizeram parte da primeira trilha sonora vendida em discos.
Já disseram que a sueca Greta Garbo teria inspirado a bela figura da Rainha Má, mas na verdade foi Joan Crawford a maior inspiração para a personagem, uma ironia pois apenas muitos anos depois que a personalidade dominadora da atriz seria objeto do livro, depois o filme, Mamãezinha Querida.
No desenho, o nome da Rainha, Grimhilde, sequer é mencionado, mas sua figura misteriosa e cruel é inesquecível. O figurino é inspirado no que a atriz Helen Gahagan usou no filme She, em 1935.
A voz da Rainha quando vira Bruxa foi dublada por Lucille LaVerne, cujos movimentos quando ela se transforma foram captados – e eternizados – no desenho.
No dia 21 de dezembro de 1937, estrelas e desconhecidos estavam na platéia que aplaudiu de pé no final da sessão. O sucesso foi tanto, que Branca de Neve e os Sete Anões virou a maior bilheteria de todos os tempos, até ser desbancado dois anos depois por E O Vento Levou. A estimativa é de que, apenas no cinema e no primeiro ano em cartaz, tenha rendido mais de sete milhões e meio de dólares. Imagine em 83 anos o quanto não lucrou?
O sucesso de Branca de Neve inspirou os outros longa-metragens que viriam em seguida, como Cinderella, A Bela Adormecida, Pinóquio e tantos outros, fortalecendo a marca Disney no gigante que é hoje.
Sabe a dica de hoje e no Natal? Rever os clássicos das princesas na Disney Plus. E entrar no mundo mágico da animação de coração aberto.
Parabéns pelo post, bem escrito. Curti!
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