Precisamos voltar a falar de Squid Game ou Round 6, a série fenômeno durante a pandemia, que provocou tanta discussão e ganhou tantos prêmios, abrindo espaço para produções em línguas não inglesas no mercado global, e sendo considerada uma das mais influentes de todos os tempos. Em dezembro, ela volta para fechar (?) sua história numa segunda temporada. O que esperar?

Quando estreou em setembro de 2021, Squid Game rapidamente se tornou um fenômeno global, justamente por ter uma trama intensa, filosófica, impactante e inesperada, além de incluir forte comentário social. Simples, porém complexa. Produzida na Coréia do Sul e criada por Hwang Dong-hyuk, a proposta é contar uma história atual sobre a luta pela sobrevivência em uma sociedade profundamente desigual, onde centenas de pessoas endividadas são atraídas para participar de uma competição mortal por um prêmio milionário. O que parece ser um jogo infantil se transforma em uma batalha brutal pela vida, com desafios inspirados em brincadeiras coreanas que testam tanto a força física quanto a moral dos participantes.
Trama da Primeira Temporada
A série começa com a história do irritante Seong Gi-hun (Lee Jung-jae), um homem endividado e em situação desesperadora, que é recrutado para participar de uma série de jogos com prêmios em dinheiro. A princípio, o que parece ser o desafio é vencer as outras 455 pessoas que lutam pelo prêmio, mas rapidamente vem o primeiro choque: os perdedores de cada rodada não saem apenas do jogo, mas da própria vida. A partir daí é, literalmente, cada um por si, com momentos estratégicos de parceiras que eventualmente serão desfeitas de forma mais brutal e traumática possível. Com isso, a série explora temas como ganância, ética e a crueldade das disparidades sociais, mostrando os dilemas dos personagens e o custo de suas escolhas para alcançar o prêmio final de 45,6 bilhões de won.

Cada jogo da competição é um desafio inspirado em brincadeiras de infância coreanas, como “Batatinha Frita 1, 2, 3”, mas em versões mortais, onde uma falha pode ser literalmente o fim. A estrutura dos episódios aumenta a tensão gradualmente, levando o espectador a refletir sobre a realidade que os personagens enfrentam e até onde eles estão dispostos a ir por dinheiro e sobrevivência.
É uma viagem incrível, bem amarrada e a evolução dos personagens é emocionante. Há mais drama além de Seong Gi-hun, endereçarei detalhado um recap mais à frente.
Prêmios e Repercussão
A repercussão de Squid Game foi avassaladora. A série não apenas quebrou recordes de audiência na Netflix, tornando-se a mais assistida da plataforma até então, mas também se transformou em um fenômeno cultural, gerando discussões e memes em várias partes do mundo. O impacto foi tamanho que Squid Game passou a ser referenciada em programas de TV, jogos e até na moda. Além disso, a série recebeu elogios pela maneira inovadora como abordou questões sociais e econômicas universais e ganhou um reality show, também na mesma plataforma.

No circuito de premiações, Squid Game também se destacou, recebendo prêmios significativos. No Emmy Awards, a série fez história ao ser a primeira produção em língua não inglesa a vencer em categorias importantes. Lee Jung-jae, hoje parte do universo Star Wars na defunta The Acolyte, ganhou o Emmy de Melhor Ator em Série de Drama, enquanto Hwang Dong-hyuk levou o prêmio de Melhor Direção em Série de Drama, consolidando a importância da série no cenário global.
Continuação e Expectativas para a Segunda Temporada
A primeira temporada de Squid Game deixou várias questões em aberto, especialmente sobre o futuro de Seong Gi-hun. Depois de vencer o jogo, ele decide não fugir com o dinheiro, mas, em vez disso, buscar justiça para os demais participantes e revelar a verdade por trás da competição. Esse gancho deixa clara a possibilidade de uma continuação, em que Gi-hun pode retornar para confrontar os organizadores dos jogos.
A sinopse da segunda temporada diz que três anos após vencer o Jogo da Lula, o Jogador 456 desiste de ir para os Estados Unidos e volta com um novo propósito. Gi-hun entra mais uma vez no misterioso jogo de sobrevivência e começa outra competição de vida ou morte, com novos participantes em busca do prêmio de 45,6 bilhões de wons.
A proposta de Hwang Dong-hyuk é de aprofundar ainda mais as temáticas sociais e os mistérios do enredo. A expectativa dos fãs é alta, tanto para ver o desfecho da jornada de Gi-hun quanto para descobrir novos elementos e segredos da estrutura sombria por trás dos jogos.

Um recap detalhado da 1ª temporada
Na primeira temporada, acompanhamos Seong Gi-hun, um homem endividado e emocionalmente desgastado, que luta para manter o relacionamento com sua filha e ajudar sua mãe doente. Em uma situação desesperadora, ele aceita um convite para participar de uma competição misteriosa onde 456 participantes, todos em situações financeiras precárias, têm a chance de ganhar 45,6 bilhões de won (cerca de 38 milhões de dólares) em prêmios.
Os competidores logo descobrem que os desafios são versões mortais de brincadeiras infantis coreanas, onde cada derrota significa a morte imediata. O primeiro jogo, “Batatinha Frita 1, 2, 3”, choca a todos quando aqueles que não seguem as regras são executados. Após esse evento, uma votação permite que os participantes deixem o jogo. No entanto, muitos deles, incluindo Gi-hun, retornam voluntariamente, atraídos pelo prêmio.
Conforme os jogos prosseguem, alianças e rivalidades surgem entre os competidores. Gi-hun se aproxima de personagens como Cho Sang-woo, seu amigo de infância e ex-gênio das finanças; Kang Sae-byeok, uma jovem norte-coreana tentando salvar sua família; e Oh Il-nam, um idoso que busca um final emocionante para sua vida. Esses relacionamentos trazem conflitos emocionais e dilemas morais enquanto eles enfrentam os jogos.

Cada jogo aumenta a tensão e a crueldade: os participantes se veem em desafios como “Cabo de Guerra” e “Colmeia de Açúcar”, onde a pressão física e psicológica atinge o limite. Em um dos momentos mais marcantes, o jogo das “Bolinhas de Gude” força os competidores a trair pessoas próximas para sobreviver, revelando o lado mais sombrio do ser humano.
À medida que a competição avança, Gi-hun começa a questionar o sistema brutal e a moralidade dos organizadores, que tratam as vidas dos participantes como entretenimento para a elite. Ele consegue sobreviver até o jogo final, o “Squid Game”, onde enfrenta Sang-woo em um confronto visceral e simbólico. Gi-hun vence o jogo, mas, em vez de se alegrar, fica devastado com as mortes que presenciou e a carga psicológica do que vivenciou.
Ao final, após receber o prêmio e voltar à vida cotidiana, Gi-hun não consegue gastar o dinheiro. Em um encontro final inesperado, ele descobre que o idoso Oh Il-nam, com quem criou um vínculo durante o jogo, é na verdade um dos organizadores da competição. Il-nam revela que criou os jogos para dar emoção à sua vida e testar a moral humana, o que deixa Gi-hun ainda mais perturbado.
A temporada termina com Gi-hun decidido a não ignorar a existência dos jogos e se recusando a embarcar para ver sua filha. Em vez disso, ele parece decidido a desmantelar a organização, criando um gancho para a segunda temporada, onde se espera que ele retorne para confrontar o sistema cruel que testemunhou.
Também, na primeira temporada de Squid Game, o personagem do policial infiltrado é Hwang Jun-ho, interpretado por Wi Ha-joon, que está determinado a entrar clandestinamente no jogo para investigar o desaparecimento de seu irmão, Hwang In-ho, que sumiu sem deixar vestígios após receber um convite misterioso.
A Trama de Hwang Jun-ho
Jun-ho começa a investigar o desaparecimento de seu irmão ao descobrir um cartão do convite para o jogo entre os pertences dele. Suspeitando que esse jogo é a chave para descobrir o paradeiro do irmão, ele decide infiltrar-se no local, aproveitando a chegada dos organizadores e disfarçando-se como um dos funcionários mascarados.
À medida que ele se infiltra na organização, Jun-ho arrisca sua vida para reunir provas sobre os jogos e as execuções dos participantes. Ele descobre os métodos cruéis usados pela organização e coleta informações com seu celular, na esperança de revelar ao mundo o horror dos jogos.
Descoberta e Revelação
Ao investigar a fundo, Jun-ho faz uma descoberta chocante: o líder mascarado do jogo, o Front Man, é ninguém menos que seu irmão, Hwang In-ho. In-ho, que desapareceu anos antes, aparentemente venceu uma edição anterior do jogo e, em vez de abandonar a organização, tornou-se o Front Man. Essa revelação complica os sentimentos de Jun-ho e o confronto entre eles expõe as diferenças entre os irmãos e suas escolhas.

O Desfecho de Jun-ho
No final da temporada, Jun-ho é encurralado por In-ho em um penhasco. Mesmo sendo pressionado a entregar o celular com as provas, ele se recusa a desistir de sua missão. Em uma tentativa de escapar, Jun-ho é baleado por In-ho e cai no oceano. Embora sua situação pareça terminal, a série não confirma explicitamente sua morte, deixando a porta aberta para uma possível continuidade de sua trama em futuras temporadas. SPOILER: Ele volta.
A jornada de Jun-ho traz um elemento de suspense e investigação para a série e amplia o mistério por trás da organização e de seus líderes, ao mesmo tempo que oferece um ângulo emocional e familiar à narrativa.
As expectativas para novo sucesso
A pressão para Squid Game (Round 6) é gigantesca justamente porque depois de ter revolucionado o mundo das séries, espera-se ainda mais da segunda etapa da história. Desde que a Netflix confirmou a continuação, e uma segunda temporada, aumentou as expectativas, trouxe à tona teorias e especulações sobre o destino de personagens como Hwang Jun-ho e o papel do Front Man. Fique atento para mais atualizações e análises sobre Squid Game, aqui em Miscelana. Por ser uma das séries mais impactantes dos últimos anos, e só podemos esperar mais mistérios e dilemas éticos que ainda estão por vir para nos surpreender.
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