Meu Deus, que episódio! Chegamos à metade da terceira temporada de The Gilded Age e, se a HBO Max não assegurar pelo menos mais uma, estará jogando fora um sucesso estrondoso.
É difícil fazer o recap do episódio de hoje com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo!
Na casa dos Russells, na véspera do casamento, vemos que Gladys passou semanas trancada em seu quarto, chorando diante da dupla traição dos pais. Sim, é fácil para George jogar toda a culpa nos ombros de Bertha, quando ele fez um esforço mínimo para impedir que a filha fosse, literalmente, exportada para um casamento infeliz — um casamento que ela claramente lhe pediu que ajudasse a evitar. Cada detalhe ecoa a tristeza à qual Consuelo Vanderbilt foi condenada.

Mesmo sabendo que a filha está definhando, Bertha segue fingindo que sabe o que é melhor e que tudo está indo maravilhosamente bem. A crueldade dessa vilã, que a cada episódio me lembra mais Cersei Lannister (que, aliás, era mais empática com os filhos do que Bertha), não conhece limites. Sabemos que ela está determinada a afastar Marian a qualquer custo, e quando Larry insiste que a jovem seja uma das damas de honra, Bertha é clara ao dizer que não a considera à altura dos seus planos. Mas acaba cedendo.
Larry está cada dia mais “ousado” — e diferente. Depois de conseguir colocar Marian em destaque no casamento, convida sua tia, Monica O’Brien (vivida brilhantemente por Merritt Wever), que Bertha esperava manter bem distante. A esnobe Sra. Russell fica furiosa com a surpresa, mas lida com a situação com habilidade. Monica, que é o completo oposto de Bertha, não tem qualquer interesse em sociedade ou fortunas. Com roupas inapropriadas e sem filtro, ela é um pesadelo ambulante.
No entanto, não fosse Monica, ninguém teria descoberto que Hector, o Duque de Buckingham, vive com sua irmã, Lady Sarah — e que é ela quem exerce a verdadeira função de “Bertha da Inglaterra”. Isso mesmo: também há uma versão britânica. Foi ideia de Lady Sarah (vivida por Hattie Morahan) que Hector encontrasse uma herdeira para sustentar o estilo de vida deles no Reino Unido. Ela, obviamente, não pretende sair do castelo por nada. E somente com as perguntas insistentes de Monica é que todos descobrem que o futuro de Gladys é ainda mais sombrio do que se esperava — e as expectativas já não eram altas!


Bertha consegue improvisar algo com o vestido da irmã, mas nada a faz tirar Gladys do quarto. George, sempre dúbio, está cada vez mais irritado com o deslumbre da esposa, e afirma que, mesmo diante da possível humilhação, não forçará a filha. O que ele faz, na verdade, é manipulá-la.
Desesperada com a falta de comunicação com Gladys, Bertha tem a cara de pau de pedir ajuda a Marian para convencer a jovem a aparecer na igreja. Considerando tudo o que ela fala e pensa de Marian pelas costas, a falsidade beira o inacreditável. Mas Marian, que não se ilude (e como eu amo minha garota pé no chão!), cumpre sua parte com dignidade.
Na casa dos Van Rhijn, Agnes e Ada seguem no mesmo impasse de sempre. Ada está controlando os gastos de Agnes e, agora, há outro motivo de conflito: Agnes surpreende a irmã em conversa com a médium Madame Dashkova (Andrea Martin), que promete ajudá-la a se comunicar com o falecido Luke. Agnes — que nunca está errada — expulsa a médium e alerta Ada, mas, claro, é solenemente ignorada.
Sobre Marian, volto a insistir: é maravilhoso vê-la à vontade em casa e com as tias. Agnes, mais leve do que o habitual, chega a compartilhar as fofocas do casamento que estão nos jornais e conversa sobre Larry. Ela — que não sabe que Marian só virou dama de honra porque outra desistiu no último minuto e Larry forçou a mãe — acredita que se trata de uma estratégia de Bertha para transformar Marian em uma noiva adequada para o filho. Marian, realista, alerta a tia de que Bertha jamais a aprovaria. Isso indigna Agnes, que, sendo sempre infalível, acha inconcebível que Bertha não agradeça por ter uma nora como Marian.

O problema é que Larry está cada vez mais diferente do que imaginávamos — e cada vez mais um verdadeiro Russell. Ele e Jack fecham um negócio milionário onde Jack passa a ter uma fortuna equivalente à de Ada e quase à de Agnes (antes de Oscar perder tudo). E isso com apenas 50% do lucro — achei ganancioso Larry levar metade. Seja como for, como Jack sente que estar com os Van Rhijn é como estar com sua verdadeira família, decide esconder sua nova condição financeira e planeja continuar trabalhando. Por enquanto.
No universo de Peggy, há também uma versão de Bertha. A Sra. Kirkland está decidida a expor tudo o que considera errado nos Scotts, mesmo que de forma passivo-agressiva. Ela não aprova a escolha do filho, e nossa querida escritora já entendeu que seus pais têm se esforçado para não interferir, mas não está sendo fácil lidar com o esnobismo da possível futura sogra. A Sra. Kirkland desaprova tanto as opiniões políticas de Peggy quanto sua carreira como jornalista — e manter esse relacionamento será um grande desafio.
Em Newport, vemos que Aurora está isolada e triste, mas recebe apoio moral de Marian, que mantém o contato. O divórcio, inevitável, fez dela uma pária na sociedade.
Há um mistério recorrente que pode parecer tolo: alguém na casa dos Russells está alimentando a imprensa com detalhes íntimos do casamento, e Bertha quer descobrir quem é. Adelheid desconfia da costureira, e Church pede cautela antes de fazer acusações. Eu ignoro o conselho e aponto André, a camareira francesa de Bertha, que já fofocou sobre Larry e Marian.


E já que estamos na cozinha, o romance entre Borden e Bruce continua. Mas quando ele a pede em casamento, ela revela que já é casada. O marido está internado em um asilo com “melancolia aguda”, e como não houve traição, ela não pode pedir divórcio. Borden se entristece, mas entende — afinal, ele mesmo esteve preso a um casamento até pouco tempo.
E a pobre Aurora pode ganhar companhia em Newport. Como eu já previa, escândalos também batem à porta dos Astors. O marido de Charlotte desafiou o amante dela para um duelo, e os jornais já falam (em código) do escândalo. Charlotte confronta a mãe, jogando-lhe na cara que o casamento fracassado — sustentado apenas pelas aparências — não é um modelo que deseja para si. Por conta da indiscrição da filha, a Sra. Astor passa por uma série de constrangimentos no casamento de Gladys, já que é o assunto que todos querem comentar.
Falando em constrangimentos, Enid Turner está de volta! E pelo visto em breve será uma viúva rica. Essa não vai esquecer de fazer a vida de Bertha um terror e como hoje estou de mal com Bertha, estou feliz de ver Turner de volta se sempre atenta às fofocas.
Chega o dia do casamento — e ninguém sabe se Gladys vai aparecer. Como se houvesse essa opção. A tensão cresce, e, em meio a tudo isso, George recebe a visita de J.P. Morgan, que informa que o plano da ferrovia transcontinental está colapsando e decide sair do negócio. Nada, porém, vai alterar os planos do nosso train daddy.


Gladys finalmente desce — com o vestido mais lindo de todas as temporadas — mas arrasada, como se estivesse indo para seu próprio funeral. George pede desculpas, diz que não a obriga a se casar… mas a manipula para que ela entenda que “deve”. Ele e Bertha se merecem.
Tal como Consuelo Vanderbilt, Gladys se casa aos prantos, algo que Bertha ignora completamente, emocionada com a glória de ter uma filha duquesa. A jovem embarca imediatamente para a Inglaterra naquela mesma noite, e Hector, temendo qualquer risco de anulação do casamento, faz questão de consumá-lo ainda na primeira noite.
Assim termina a metade da temporada — e o que vem por aí, segundo o trailer, é ainda mais eletrizante. Que série maravilhosa!
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