Rocky Horror Show: 50 anos de escândalo e culto eterno

Há cinco anos, quando o Miscelana estreava, celebramos os 45 anos de Rocky Horror Show. Agora, em 2025, não poderíamos deixar de voltar ao musical que, meio século depois, continua a ser uma das experiências mais intensas e libertadoras do palco e do cinema. O que nasceu em 1973, em um pequeno teatro londrino, como uma paródia de filmes de terror e ficção científica dos anos 1950, transformou-se em um fenômeno cultural que resiste ao tempo e desafia convenções.

Se em 1975 a adaptação para o cinema — The Rocky Horror Picture Show — escandalizou plateias, hoje é símbolo de liberdade e transgressão. A cada sessão de meia-noite, fãs caracterizados repetem falas, cantam em coro e mantêm vivo um ritual que já atravessa gerações. O choque dos anos 1970 deu lugar a um culto apaixonado, mas a irreverência segue incomodando setores mais conservadores, prova de que Richard O’Brien criou algo maior do que poderia imaginar.

Onde estão os protagonistas

Tim Curry, eterno Dr. Frank-N-Furter, tornou-se um ícone definitivo. Após o filme, seguiu carreira sólida no teatro, cinema e TV, mas enfrentou problemas de saúde após um AVC em 2012, que o afastou dos palcos — sem, no entanto, apagar sua aura lendária. Susan Sarandon, a inocente Janet, construiu uma das carreiras mais respeitadas de Hollywood, vencedora do Oscar e ainda ativa. Barry Bostwick (Brad) segue atuando e é presença constante em eventos ligados ao culto do filme. E o próprio Richard O’Brien, criador e intérprete de Riff Raff, nunca deixou de acompanhar e celebrar as montagens, mantendo viva sua criatura rebelde.

O fenômeno no palco

Desde sua estreia em Londres, Rocky Horror Show nunca saiu de cartaz por muito tempo. Sim, é verdade que Mick Jagger foi cogitado para fazer Dr. Frank, mas quem poderia sonhar ser melhor do que Curry no papel que definiu sua carreira?

Montagens surgem em diferentes países, com elencos diversos, explorando a estética camp e a provocação sexual que continuam atuais. No Brasil, versões se revezam em palcos de teatro musical, sempre atraindo curiosos e fãs fiéis. Nos Estados Unidos, a tradição das sessões interativas continua forte, com plateias inteiras transformando o espetáculo em um grande carnaval noturno.

Legado e permanência

O cinquentenário do musical não é apenas uma data simbólica. É a confirmação de que Rocky Horror ultrapassou o rótulo de escândalo passageiro e se consolidou como uma obra que mistura humor, desejo, medo e libertação. Ao longo de 50 anos, foi chamado de imoral, de vulgar, de absurdo — e talvez seja justamente isso que o torna eterno.

Celebrar Rocky Horror em 2025 é reconhecer que o musical ajudou a abrir caminho para outras expressões de diversidade e ousadia no palco e na tela. Ainda hoje, poucos espetáculos conseguem reunir em uma só experiência a sensação de estar diante de algo perigoso, divertido e irresistível.

Porque, como sabemos desde o começo, é impossível não se entregar à tentação de fazer o Time Warp mais uma vez.


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