Falamos de do Dia de Halloween, do Dia das Bruxas, mas e o Dia dos Mortos?
A diferença primordial está na raiz cultural que difere as festas. Halloween ou Dia das Bruxas nasceu da cultura Celta/Irlandesa, já o Dia dos Mortos tem ligação com a cultura mexicana.
No catolicismo, o Dia dos Mortos, ou Día de Muertos, tem ligação com o feriado criado para honrar santos e mártires, que é o Dia de Todos os Santos (Festum Omnium Sanctorum), celebrado no dia 1º de novembro. Ele antecipa o feriado do Dia dos Finados, ou Dia dos Mortos, no dia 2º de novembro. No dia 1º, as pessoas rezam “para ajudar as almas no purgatório irem para o Paraíso”. No dia 2, se reza para lembrá-las.
Vamos combinar que a ligação com “os mortos” nos dois dias alimenta a imaginação. Tanto que, durante a Idade Média, se acreditava que — assim como diziam os celtas — o portal que divide o mundo dos vivos e mortos se abre, permitindo que os espíritos possam aparecer até em outras formas, como animais, etc.

O Día de Muertos vem da tradição indígena, incorporada depois pelo catolicismo, que mudou um pouco o propósito original. É que, se para os católicos há uma certa preocupação em “ajudar” as almas, para os indígenas era uma festa de renascimento, por isso, feliz, porque era quando os falecidos vinham visitar seus parentes e podiam matar as saudades.
No México, se comemora Día de Muertos há milênios e desde 2003 a UNESCO declarou a festa como Patrimônio Imaterial da Humanidade. Assim como no celta Samhain, começa no dia 31 de outubro e vai até o dia 2 de novembro. Era popular entre astecas, maias, guatemaltecas e outros povos indígenas, que conservavam os crânios dos sacrifícios como troféus.
Pelo calendário asteca, o Dia dos Mortos seria em Agosto (o nono mês do calendário solar asteca) e dedicado à Dama da Morte, a deusa Mictecacíhatl. Os astecas dedicavam as cerimônias às crianças e aos parentes falecidos. Como é dia de visita, é preciso ter comida, bolos, música e doces preferidos dos mortos.
Os esqueletos decorados são como amuletos de boa sorte e recepcionam as almas que vêm visitar parentes. Costumam estar espalhados por todos os lados, desde casas até ruas porque para os mexicanos ajuda a lidar com a morte de forma menos triste. Por isso é uma fantasia popular para a festa também.
O ponto central da homenagem é o altar dos mortos, onde devem ser colocadas fotos dos falecidos a serem celebrados, além de algumas oferendas. Com a figura popular de La Catrina, o esqueleto de uma dama da alta sociedade vestida com roupas européias, os mexicanos lembram que as diferenças sociais não significam nada diante da morte.
A Catrina é tão popular na festa de Día de Muertos que a Mattel lançou uma edição comemorativa limitada, cercada de polêmica, a Barbie do Dia dos Mortos, fantasiada como o símbolo da festa. A artista plástica Zoila Muntané assina a peça.

O que não gera discussão e agrada a todos são as tradicionais calaveras dulces (caveiras doces), que usam o molde do símbolo da caveira feito com açúcar, água quente e limão, ou chocolate e mel, moldados em forma de caveira. Até ganham nomes escritos sobre a testa, que podem ser para o morto homenageado ou da pessoa que faz a oferenda. A “troca” seria garantir um lugar no céu.
Dependendo do volume de consumo, em plano terreno, pode garantir uma necessidade de dieta.
Feliz Día de Muertos!
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