O pânico do estripador de Yorkshire

No início de novembro de 2020, um preso morreu de Covid-19 na Inglaterra depois de recusar receber tratamento. O caso vale ser mencionado porque se tratava de Peter Sutcliffe, mais conhecido como o Estripador de Yorkshire. O criminoso tinha sido condenado à 20 penas de prisão perpétua pelo assassinato de 13 mulheres e outras sete tentativas nos anos 1970. A investigação dos crimes e a prisão de Sutcliffe são o tema do documentário da Netflix, O Estripador.

Peter Sutcliffe agiu sem ser pego por cinco anos, entre 1975 e 1980, no norte da Inglaterra, gerando histeria nacional. O que piorava era que a polícia parecia ser incapaz de capturar o assassino, contribuindo para o pânico.

O roteiro do documentário é um dos melhores, rico com imagens da época e depoimentos das poucas sobreviventes. Colocado em contexto, a série mostra as dificuldades de investigação em tempos pré-digitais, quando as informações manuais eram facilmente perdidas. Também é possível ver o principal erro da polícia, a  misoginia, que atrasou significativamente os trabalhos e mais ainda, por conta do preconceito (as primeiras vítimas identificadas eram prostitutas), a sociedade como um todo acabou “protegendo” involuntariamente a ação do psicopata.

A história das vítimas é extremamente tocante e o documentário resgata um período de dureza e falta de esperança.

Peter Sutcliffe morreu com 74 anos e também sofria de outros problemas de saúde, incluindo problemas cardíacos e diabetes. Ele ficou conhecido por atacar mulheres que estavam andando sozinhas na rua, usando um martelo, uma chave de fenda e uma faca para mutilar os corpos de suas vítimas. Por isso ganhou o apelido de “estripador”. Ele foi diagnosticado como esquizofrênico paranoico e passou 30 anos internado em um hospital psiquiátrico antes de ser transferido para uma prisão em Durham, no nordeste do país. Ele foi pego “por acaso”, quando um policial de rua associou sua imagem ao do retrato falado feito por uma das sobreviventes. Ele confessou todos os crimes.

O Ministério da Justiça não quis comentar e se limitou a comunicar que ele havia morrido no hospital. Os familiares das vítimas receberam a informação como uma boa notícia. Sutcliffe alegava ouvir vozes para atacar as mulheres, mas há dúvidas quanto ao diagnóstico de esquizofrenia. Segundo os jornais ingleses, ele morreu sem apresentar nenhum remorso de seus crimes.


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