Foram sete anos e 89 capítulos, mas a saga de Ragnar Lothbrok e seus filhos chegou ao fim em 2020. A melhor notícia foi que, apesar da ansiedade dos fãs, poucos ficaram insatisfeitos em relação à temporada final de Vikings. Em geral, fechou com chave de ouro.

Para quem ainda não sabe, a primeira temporada de Vikings, em 2012, apresentou o herói, o fazendeiro Ragnar Lothbrok. Questionador e curioso, Ragnar lidera a expansão dos ataques Vikings pela Europa, mas se expõe e expõe seu povo à novas culturas e hábitos, o que gera muitos conflitos. A história se estendeu até a sexta temporada incluindo as vidas dos filhos de Ragnar, alguns deles mais famosos que o próprio pai.
A série nasceu de um projeto para o canal History, que nos anos 2000s apostou em produções roteirizadas sobre personagens verdadeiros. Michael Hirst, roteirista que estava sendo elogiado pelo filme Elizabeth (indicado ao Oscar) e a série The Tudors, a princípio planejava fazer uma série sobre o Rei Alfred, o Grande, que enfrentou os Vikings. Porém, se encantou com a pouco conhecida história dos invasores e decidiu contar a história sob a visão deles.

Embora tenha sido gravada in loco e na Irlanda, o budget de Vikings não era tão alto como um Game of Thrones, mas foi ganhando fôlego até terminar com figurinos e fotografia de grande produção.
Ragnar fez do australiano Travis Fimmel uma estrela. É verdade que ele deixou a série na quarta temporada, mas virou referência e estabeleceu um estilo que o elenco mais jovem espertamente adotou para dar continuidade. Além de Fimmel, Vikings revelou o jovem dinarmaquês Alex Hogh Andersen, que fez sua estréia na TV com o papel de Ivar, em uma atuação icônica.

Vikings, mais do que contemporânea de GOT, também foi gravada nos mesmos estúdios. Há paralelos impossíveis de evitar, do tipo Lagertha e Daenerys ou Ivar e Bran, mas em termos gerais Vikings acertou mais do que a “rival”.


Uma das “vantagens” de Vikings foi a de não se esforçar para reverter expectativas o tempo todo e se manter o máximo fiel aos fatos históricos. A narrativa tinha viradas surpreendentes, mas, em geral, agradou aos fãs.

Como fez desde a segunda temporada, cada fase tinha 20 capítulos, exibidos ao longo do mesmo ano com um”descanso” de alguns meses. A segunda parte da quinta temporada marcou a guerra civil entre os filhos de Ragnar e a tirania de Ivar, concluindo com os irmãos lutando pela coroa do pai. Do elenco original, a linda Kathryn Winnick, a Lagertha, e Gustav Skaargard ainda estavam trabalhando. E os jovens, Alexander Ludwig, Março Ilso, Patrick Jordan Smith e Alex Hogh Andersen assumiram o protagonismo. Era um desafio, mas eles seguraram o interesse, o nível de interpretação e a relevância da série apesar da enorme pressão.

A primeira parte da temporada final começou literalmente após o final da anterior e trouxe novas e importantes personagens. Plantou algumas reviravoltas que deixou o público ansioso para descobrir a conclusão. Muitas teorias foram sugeridas no Reddit, e algumas acertaram.



A segunda parte, a que conclui a saga, foi disponibilizada integralmente no dia 30 de dezembro, na Foxplay. A Netflix disponibilizou no dia 31. O roteiro tenta explicar e responder a quase todas as questões em aberto, do tipo “básico” como o mistério da semelhança entre Freydis e Katya, por exemplo, a outras como a localização de Floki, visto na Islândia sendo soterrado em um vulcão.

Vikings chegou ao fim antes de desgastar completamente o conteúdo. Como na temporada anterior, há uma barriga com todo um dilema novo que não desperta interesse. Sim, sem os representantes da fase inicial da história, há um vazio que é sentido, mas também faz parte da história. O destino do cruel Ivar, o desossado, é o foco da temporada e -não poderia deixar de ser – gerou polêmica. (Se você não se incomoda com spoilers, clique aqui).
Em termos gerais, foi um término digno de elogios. Há lágrimas e fica a saudade. E que venha o spin off, já em andamento, Vikings Valhalla!

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