Com excelentes atuações e um pouco de polêmica (a escolha de Carey Mulligan para interpretar uma mulher de 56 anos tem sido questionado), The Dig, da Netflix, é uma oportunidade interessante para que o mundo descubra a fascinante história de um dos maiores sítios arqueológicos do Reino Unido, o de Sutton Hoo.
A escavação revelou peças históricas de mais de 600 anos, incluindo uma embarcação funerária quase intacta. Entre os objetos encontrados, está a máscara de Sutton Hoo que é de uma importância histórica ímpar. Feita de metal, era tão decorativa como funcional, porque como capacete protegia em batalhas e simbolizava o prestígio de seu dono. Por ter sido claramente de uma pessoa com posses, acredita-se ter pertencido ao Rei Raedwald, um monarca importante que dominou toda parte sul da Inglaterra no início da Idade Média.

A máscara desenha a sobrancelha, nariz e o bigode de um rosto masculino unido à cabeça de um dragão. Os especialistas acreditam que na época em que foi enterrada, ela já teria cerca de 100 anos, ou seja, era uma peça que era passada de geração em geração como algo nobre. Isso porque através da máscara seria possível identificar o monarca. Ela foi um dos primeiros objetos a ser resgatado no local, em apenas três semanas de trabalho e é considerada uma das peças arqueológicas mais importantes encontradas em solo britânico. Mais tarde, mais de 500 peças foram desenterradas na parte superficial. Outras estavam mais fundas.

Os trabalhos no sítio arqueológico de Sutton Hoo foram interrompidos durante a 2ª Guerra Mundial e depois retomados nos anos 1970s e devem muito à coragem de Edith Pretty, que não titubeou em investir nas pesquisas. Generosa, Edith doou as peças encontradas para o Museu Britânico, onde estão disponíveis para visitação pública.
